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Pazuello é um general milionário com grandes negócios no Amazonas

Aos 5 anos de idade, o general Eduardo Pazuello, que depõe nesta quarta-feira, já era sócio de uma financeira e que está na origem do milionário Banco Garantia

  

Eduardo Pazuello (Foto: Alan Santos/PR) 

O general Eduardo Pazuello é um tipo diferente do imaginário social para os militares, vistos como pessoas de classe média ou de origem pobre que buscam nas Forças Armadas um caminho de profissionalização ou então como membros de verdadeiras dinastias militares, numa sucessão de que se transmite familiarmente por gerações. Pazuello é diferente. É um milionário desde o berço. Aos 5 anos de idade, já era sócio, no final dos anos 1960, da S.B. Sabbá Crédito, Financiamento e Investimento S.A. A empresa tinha sede no Rio de Janeiro, e ao lado da corretora Garantia tornou-se o banco Garantia, depois adquirido por Jorge Paulo Lemann, hoje o bilionário dono da AB Inbev

.A fortuna da família Pazuello tem origem na aliança que estabeleceram com a família Sabbá, que teve até um “rei da Amazônia” entre seus expoentes, com negócios que iam da castanha e venda de peles à logística, informam os jornalistas Alceu Luís Castilho e Leonardo Fuhrmann do site De Olho nos Ruralistas.

O general, hoje com 58 anos de idade, é sócio dos irmãos em várias empresas. Em 15 de maio de 2020, véspera de ser anunciado como ministro interino da Saúde por Jair Bolsonaro, ele se tornou sócio da J.A. Leite Navegação, um dos expoentes da logística nos rios da região, como revelou a Agência Sportlight.

No dia 15 de maio, a junta comercial do Amazonas confirmou o processo de registro de entrada do militar com 25% da sociedade. A companhia, fruto de espólio do pai (falecido em 2018) do general, tem como demais sócios outros Pazuello.

Veja:

 
Com sede em Manaus, a J.A. Leite Navegação tem uma série de relações contratuais que envolvem entidades públicas. É uma empresa concessionária do poder público para “transporte por navegação de passageiros”.

O Código de Conduta da Alta Administração Federal veda “a participação acionária do agente público em empresa privada que mantenha qualquer tipo de relacionamento com órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de poder ou governo”.

Um dos sócios do general na empresa é seu irmão Alberto Pazuello. Ele foi acusado de participar nos anos 90 do grupo de extermínio “A Firma”, que atuava em Manaus.

Reportagem publicada no jornal O Estado de S.Paulo, em 30 de maio de 1996, revelava detalhes relevantes sobre a prisão de Alberto dois dias antes, em sua casa, em Manaus. Título: “Empresário é preso por estupro e tortura”. A repórter Kátia Brasil abriu a notícia da seguinte forma: “Sexo, drogas e videoteipe. Assim vivia o empresário Alberto Pazzuelo, 42 anos, em sua residência, numa área nobre de Manaus, com adolescentes mantidas em cárcere privado. Elas eram atraídas com anúncios em jornal oferecendo R$ 350 para copeiras e domésticas”.

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Ligação com Manaus e equitação

Sem citar os negócios da família, Pazuello já mencionou sua ligação com Manaus em entrevistas dadas na cidade. Afirmou que, apesar de ter nascido no Rio de Janeiro, foi criado na periferia da capital amazonense, dando a falsa impressão de ter origem pobre.

Na verdade, ele foi criado no bairro Adrianópolis, área nobre de Manaus.

Uma fazenda da família em Manaus tornou-se um haras frequentado por militares para treinamento. Trata-se da Escola de Equitação Nissim Pazuello, nome do pai do general, voltado também para crianças – e nunca parou suas atividades durante a pandemia.

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