"Foi a secretária Mayra Pinheiro que me trouxe como sugestão, que poderia usar uma plataforma já desenvolvida para isso", afirmou o ex-ministro Eduardo Pazuello à CPI da Covid sobre o aplicativo que recomendava o uso de medicamentos sem eficácia comprovada em pacientes com Covid-19
(Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado | Júlio Nascimento/PR)
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello buscou se distanciar das indicações do uso da cloroquina no tratamento de pacientes com Covid-19 durante seu depoimento à CPI da Covid, realizado nesta quarta-feira (19). Segundo ele, o aplicativo TrateCov – que recomendava o uso do medicamento e de outras drogas, como a ivermectina até em bebês – foi sugerido pela secretária de Gestão do Trabalho e Educação do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro, conhecida como “capitã cloroquina”.
A sugestão, segundo ele, foi feita por ela após ela voltar de Manaus, em meio à crise da falta de oxigênio hospitalar no Amazonas. “Foi a secretária Mayra Pinheiro que me trouxe como sugestão, que poderia usar uma plataforma já desenvolvida para isso, para facilitar o diagnóstico clínico feito pelo médico”, disse Pazuello. O aplicativo é considerado um dos pontos críticos da gestão de Pazuello à frente do ministério e uma das razões pelas quais ele é alvo de inquérito.
Ainda de acordo com o ex-ministro, “a plataforma nunca entrou em operação. Foi apenas apresentado o protótipo em desenvolvimento e foi copiado por alguém. E tem um relatório policial sobre isso”. O aplicativo, contudo, chegou a ser anunciado pela assessoria da pasta por meio de uma nota oficial divulgada no início de janeiro.
Mayra deverá ser indagada pelos membros da CPI sobre o assunto no depoimento que prestará ao colegiado nesta quinta-feira (20).
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