O presidente francês, Emmanuel Macron, voltou a subir o tom contra Jair
Bolsonaro nesta segunda-feira (26), dizendo esperar que "os brasileiros
tenham logo um presidente que se comporte à altura" do cargo.
FOLHAPRESS
Jair Bolsonaro e Emmanuel Macron durante a Cúpula do G20. | Reprodução/Twitter
Em entrevista ao lado do presidente chileno Sebastián Piñera, no âmbito da cúpula do G7 (clube dos países ricos), o chefe de Estado francês afirmou que "é triste" ver ministros brasileiros insultarem líderes estrangeiros.
No último fim de semana, o titular da Educação, Abraham Weintraub, chamou Macron de calhorda oportunista. Já Bolsonaro zombou da mulher do francês, Brigitte Macron, em comentário na internet.
"Penso que as mulheres brasileiras sentem vergonha ao ler isso, vindo de seu presidente, além das pessoas que esperam que ele represente bem seu país", afirmou o líder europeu, classificando as palavras do brasileiro como "extremamente desrespeitosas".
"Como tenho uma grande amizade e respeito pelo povo brasileiro, espero que tenham logo um presidente que se comporte à altura", disse Macron.Macron descreveu os últimos lances da crise diplomática com Brasília como um "grande mal-entendido".
"Bolsonaro me prometeu, com a mão no peito [na cúpula do G20, em julho, no Japão], fazer tudo contra o desmatamento e respeitar os engajamentos do Acordo de Paris [sobre a mudança climática, de 2015]. Devo dizer que ele não falou a verdade", acrescentou.
"Dias depois, o presidente demitiu cientistas de seu governo", lamentou o francês, referindo-se ao afastamento do presidente do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Ricardo Galvão, após a divulgação de estatísticas sobre o desmatamento que desagradaram ao governo.Macron lembrou ainda a saia justa a que foi submetido o chanceler francês, Jean-Yves Le Drian, em recente passagem pelo Brasil.
Na ocasião, Bolsonaro desmarcou uma audiência com o visitante e, no horário marcado para ela, fez uma transmissão ao vivo na internet enquanto tinha o cabelo cortado.
Curiosamente, na segunda, a resposta do presidente francês à pergunta de um jornalista sobre as rusgas com o governo brasileiro começou com um "sem comentários".
Mais cedo, em participação num programa televisivo, a ministra da Justiça, Nicole Belloubet, havia qualificado como "baixezas" os insultos de políticos brasileiros a Macron e sua mulher.
Comentaristas na mídia francesa também falaram em "vulgaridades no limite da decência".
Os desentendimentos entre os dois líderes se acirraram desde que o brasileiro ameaçou deixar o Acordo de Paris sobre o Clima e o francês reagiu prometendo barrar o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul.
Na quinta-feira (22), Macron disse que as queimadas na Amazônia geraram uma crise internacional e convocou os membros do G7 a discutir soluções para o tema.
Bolsonaro reagiu às críticas. "A sugestão do presidente francês, de que assuntos amazônicos sejam discutidos no G7 sem a participação dos países da região, evoca mentalidade colonialista descabida no século 21", reagiu Bolsonaro no Twitter.
Também na quinta, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), deputado federal e filho do presidente, compartilhou um vídeo com o título "Macron é um idiota".
Na sexta-feira (23), Bolsonaro voltou a criticar o presidente francês, Emannuel Macron, e o acusou de tentar potencializar o ódio contra o Brasil.
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Jair Bolsonaro e Emmanuel Macron durante a Cúpula do G20. | Reprodução/Twitter
Em entrevista ao lado do presidente chileno Sebastián Piñera, no âmbito da cúpula do G7 (clube dos países ricos), o chefe de Estado francês afirmou que "é triste" ver ministros brasileiros insultarem líderes estrangeiros.
No último fim de semana, o titular da Educação, Abraham Weintraub, chamou Macron de calhorda oportunista. Já Bolsonaro zombou da mulher do francês, Brigitte Macron, em comentário na internet.
"Penso que as mulheres brasileiras sentem vergonha ao ler isso, vindo de seu presidente, além das pessoas que esperam que ele represente bem seu país", afirmou o líder europeu, classificando as palavras do brasileiro como "extremamente desrespeitosas".
"Como tenho uma grande amizade e respeito pelo povo brasileiro, espero que tenham logo um presidente que se comporte à altura", disse Macron.Macron descreveu os últimos lances da crise diplomática com Brasília como um "grande mal-entendido".
"Bolsonaro me prometeu, com a mão no peito [na cúpula do G20, em julho, no Japão], fazer tudo contra o desmatamento e respeitar os engajamentos do Acordo de Paris [sobre a mudança climática, de 2015]. Devo dizer que ele não falou a verdade", acrescentou.
"Dias depois, o presidente demitiu cientistas de seu governo", lamentou o francês, referindo-se ao afastamento do presidente do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Ricardo Galvão, após a divulgação de estatísticas sobre o desmatamento que desagradaram ao governo.Macron lembrou ainda a saia justa a que foi submetido o chanceler francês, Jean-Yves Le Drian, em recente passagem pelo Brasil.
Na ocasião, Bolsonaro desmarcou uma audiência com o visitante e, no horário marcado para ela, fez uma transmissão ao vivo na internet enquanto tinha o cabelo cortado.
Curiosamente, na segunda, a resposta do presidente francês à pergunta de um jornalista sobre as rusgas com o governo brasileiro começou com um "sem comentários".
Mais cedo, em participação num programa televisivo, a ministra da Justiça, Nicole Belloubet, havia qualificado como "baixezas" os insultos de políticos brasileiros a Macron e sua mulher.
Comentaristas na mídia francesa também falaram em "vulgaridades no limite da decência".
Os desentendimentos entre os dois líderes se acirraram desde que o brasileiro ameaçou deixar o Acordo de Paris sobre o Clima e o francês reagiu prometendo barrar o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul.
Na quinta-feira (22), Macron disse que as queimadas na Amazônia geraram uma crise internacional e convocou os membros do G7 a discutir soluções para o tema.
Bolsonaro reagiu às críticas. "A sugestão do presidente francês, de que assuntos amazônicos sejam discutidos no G7 sem a participação dos países da região, evoca mentalidade colonialista descabida no século 21", reagiu Bolsonaro no Twitter.
Também na quinta, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), deputado federal e filho do presidente, compartilhou um vídeo com o título "Macron é um idiota".
Na sexta-feira (23), Bolsonaro voltou a criticar o presidente francês, Emannuel Macron, e o acusou de tentar potencializar o ódio contra o Brasil.
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