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Primeiro Escândalo do PSOL

Da frauda direto para seu primeiro escândalo

A edição de hoje (5) de “O Globo” publica gravações nas quais a deputada estadual do Rio de Janeiro, Janira Rocha (PSOL), líder do partido na Assembleia Legislativa do Rio, declara “ter havido desvio de dinheiro do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social (Sindsprevi/Rio) para fins eleitorais”.



A deputada declara ainda que “parte dos recursos desviados teria sido usada para a fundação do PSOL”, ou seja, o partido já teria nascido contaminado.

“Nós sentamos lá nas finanças. Pegamos o relatório do Conselho Fiscal e fomos atrás de todas as informações. O que foi e não foi. Não tem nenhum companheiro de regional que tenha roubado nada, que tenha ficado com dinheiro. Tem companheiro que está levando pecha de coisas com o dinheiro. Mas ele nem ao menos chegou a ver o dinheiro. Ele assinou, mas o dinheiro foi usado para ações políticas que nós fizemos. Ou viajar de avião para o Acre é barato? Ou fazer eleição na Bahia é barato? Ou fundar o PSOL foi barato? Ou dar dinheiro para o movimento classista foi barato? Foi para ação política”, fala a deputada na conversa gravada por dois dos seus assessores.

“Nós fizemos merda. Contratamos uma porrada de gente para esse sindicato. O sindicato tem orçamento de R$ 1,5 milhão e temos R$ 800 mil de folha de pagamento. Pegamos dinheiro emprestado por fora das regras do mercado. Porque pegamos direto com agiota. O que temos que fazer. Tem roubo? Não tem roubo. Mas quem tá de fora não entende, não quer saber que é para ação política. Para eles é merda, é golpe”, argumenta adiante a deputada.

O que se vê aqui é, em escala menor, a prática do mensalão: usar uma estrutura orgânica arrecadadora para desviar recursos com a finalidade de prover a ação política. Nessa esteira, os agentes facilitadores do peculato cobram as respectivas comissões e enriquecem ilicitamente, alimentando o sistema.

O regime está disseminado a tal ponto na República, que um partido ideológico como o PSOL já surgiu com o vício no qual já foram pilhadas a maioria das siglas nacionais.

Ou se muda o sistema, faz-se uma reforma política e profissionaliza-se a administração pública em carreiras de Estado em todos os níveis administrativos, ou a sangria não estanca, pois quem quiser o pote vai sempre ter que pegar na rodilha.

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