Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho, conhecida como a Capitã Cloroquina escreveu ofício à Prefeitura de Manaus em janeiro passado, contendo ameaças e exigindo a distribuição do Kit Covid. Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo
A secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro (Foto: Reprodução | Divulgação)
Pouco antes do colapso do sistema de saúde de Manaus, que ocorreu na segunda quinzena de janeiro, Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho, conhecida como Capitã Cloroquina, enviou, em janeiro, um ofício à P|refeitura de Manaus contendo ameaças e exigência de distribuição do Kit-Covid nas UBS da cidade.
Mayra enviou ofício à prefeitura de Manaus em janeiro afirmando ser inadmissível que medicações do chamado "tratamento precoce", como cloroquina e ivermectina, não estivessem sendo administradas. De 511 mil comprimidos enviados pelo Ministério da Saúde ao estado até então, 130 mil chegaram em janeiro de 2021.
Além disso, ela mobilizou outros órgãos do Ministério da Saúde na "caravana da cloroquina" com médicos e técnicos que foram a Manaus. A informação faz parte do depoimento que o olavista Hélio Angotti Neto, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, concedeu ao Ministério Público Federal no Amazonas. Segundo ele, sua pasta custeou as viagens de médicos a Manaus.
Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, no depoimento, ele afirmou que a programação das visitas era atribuição da pauta de Mayra e que entendeu que se tratava de uma "prospecção junto à atenção primária à saúde."
"A gente buscou ajudar a SGTES [Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, comandada por Mayra] no sentido de correr para organizar essa parte, em esforço cooperativo, e promover a ida de voluntários até lá. Voluntários que, do que eu lembro da programação preparada para eles, a programação não foi a gente que preparou, a gente só ajudou na parte logística, nesse esforço cooperativo, ela incluía a busca de informações na atenção primária à saúde, que é o grande gargalo", disse Angotti.
A reportagem ainda informa que ela organizou essa comitiva formada por ao menos 11 médicos de seis estados para fazer a ronda pró-kit Covid nas UBSs em janeiro. Após a força-tarefa pelas UBSs de Manaus, os médicos distribuíram medicamentos como hidroxicloroquina e ivermectina aos pacientes.
Angotti diz ainda no depoimento que não sabe o motivo para que sua pasta tenha pago pelas viagens, que custaram ao menos R$ 4.200 cada, incluindo passagens e diárias. Ele afirma que a iniciativa foi importante para iniciar sondagem sobre a necessidade de assistência farmacêutica da cidade.
Mayra foi convocada pela CPI da Covid-19 para prestar esclarecimentos no próximo dia 20 sobre a política oficial do governo federal de na divulgação de cloroquina e ivermectina, mesmo após a OMS reforçar que que os medicamentos não possuem eficácia alguma contra a Covid-19, podendo gerar graves efeitos colaterais principalmente em pacientes cardiopatas.
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