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Intervenção federal na saúde do AM é aprovado por deputados estaduais


Com 13 votos a favor, pedido de intervenção federal na saúde do AM é aprovado por deputados estaduais

Solicitação será encaminhada para presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Estado tem 2.160 casos confirmados do novo coronavírus, com 185 mortes.

Por Patrick Marques, G1 AM

  Foto: Reprodução/Aleam

Um documento que requer ao presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro (sem partido), a intervenção federal na saúde do Amazonas - prestes a entrar em colapso com taxa de ocupação de leitos com quase 90%, foi aprovado por deputados estaduais, nesta segunda-feira (20). A solicitação de intervenção federal, assinada pelo presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), Josué Neto, foi aprovada por maioria de votos, em uma sessão ordinária virtual da Assembleia.

O Amazonas registrou mais 116 casos de Covid-19 nesta segunda-feira (20), totalizando 2.160 casos confirmados do novo coronavírus no estado, segundo boletim da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), que confirma um total de 185 mortes. Entre os casos confirmados e suspeitos de Covid-19, há 815 pacientes internados.

Durante a sessão, 13 dos deputados estaduais votaram a favor da solicitação de intervenção federal na saúde do estado, um votou contra e outro se absteve do voto. Os outros nove deputados estaduais não estiveram presentes na sessão virtual durante a votação do pedido. Após a aprovação dos deputados estaduais, a solicitação será encaminhada para o presidente do Brasil.

No decorrer dos autos, Josué Neto relata informações sobre o colapso na saúde do Amazonas e dados com os números avançados do novo coronavírus. Até o último boletim epidemiológico divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), mais de 2 mil casos foram contabilizados no estado, e 185 mortes foram registradas.

“Verifica-se que o planejamento e execução da gestão da saúde em nosso Estado ocorre de forma desordenada e ineficiente.Vale destacar que os principais prontos-socorros da cidade de Manaus estão funcionando para atender pacientes de Covid-19, mas atendem também pacientes de urgência e emergência com problemas vasculares e cardíacos, motivo pelo qual ocorre transmissão do novo coronavírus, agravando o quadro de muitos pacientes e levando-os à óbito", diz trecho do documento.

No documento, o presidente da ALE-AM cita, também, o valor do aluguel do hospital Nilton Lins de R$ 2,6 milhões. O deputado afirma que o valor poderia ter sido aplicado em unidades de saúde pública. O Amazonas lidera o ranking nacional de casos e de mortes para cada grupo de 100 mil habitantes.

"Demonstra-se a grave violação à ordem pública, bem como à dignidade da pessoa humana, uma vez que a gestão da saúde em nosso Estado é precária, pondo em risco a vida de milhões de cidadãos do Estado do Amazonas", relata.

Amazonas vive corrida para evitar colapso

Segundo dados do governo, quase 90% do leitos totais para pacientes com Covid-19 estão ocupados. Ao todo, o Amazonas possui 6.710 leitos, entre a rede pública e privada. Em uma coletiva de imprensa realizada na quinta-feira (16), o Governo do Amazonas admitiu que o sistema de saúde do estado já apresentava insuficiência da capacidade de leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) antes da pandemia da Covid-19.

Segundo o estado, atualmente, o Amazonas possui 682 respiradores cadastrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Desse número, 232 estão voltados para o atendimento de pacientes com Covid-19, sendo 66% disponíveis para a pandemia.

O Governo do Amazonas anunciou, na noite de sábado (18), novos reforços para o sistema de saúde do estado enfrentar a pandemia da doença. O estado recebeu insumos para 15 mil testes de Covid-19 e concluiu o processo seletivo para contratação de 704 profissionais de saúde.

Por conta do crescimento avançado de casos de contágio, além das mortes, o governo prorrogou o período de estado de calamidade pública no Amazonas por mais 180 dias. Outro decreto estadual também mantém paralisados, até o dia 30 de abril, os serviços não essenciais.

Outra medida tomada pelo governo foi a instalação de containers frigoríficos em unidades de saúde de Manaus, após a repercussão de um vídeo gravado dentro do Hospital e Pronto Socorro João Lúcio, na Zona Leste de Manaus, que mostra corpos com suspeita da Covid-19 espalhados ao lado de pacientes internados.

Coronavírus no Amazonas

O Amazonas registrou mais 116 casos de Covid-19 nesta segunda-feira (20), totalizando 2.160 casos confirmados do novo coronavírus no estado, segundo boletim da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM). Também foram confirmados mais três mortes pela doença, totalizando 185 mortes.

Casos de coronavírus no Amazonas

Primeiro caso foi registrado no dia 13 de março, e primeira morte no dia 24
Casos confirmados
Mortes13/mar16/mar20/mar24/mar28/mar31/mar4/abr06/abr07/abr08/abr09/abr10/abr11/abr12/abr13/abr14/abr15/abr16/abr17/abr18/abr19/abr20/abr05001000150020002500
Fonte: FVS-AM

Ainda de acordo com o boletim, 1.165 pessoas com diagnóstico de Covid-19 estão em isolamento social ou domiciliar, o que corresponde a 53,94% dos casos confirmados no Amazonas. De domingo (19) para segunda-feira, mais 103 pessoas se recuperaram da doença e estão fora do período de transmissão do vírus, totalizando, agora, 635 recuperados.

Nas últimas 24 horas, mais três óbitos que estavam em investigação foram confirmados tendo o novo coronavírus como causa, todos eles de pacientes de Manacapuru. Ao todo, são 185 mortes em todo o estado.

A maioria dos óbitos é de pacientes de Manaus, com um total de 156 mortes. Outros 44 óbitos notificados seguem em investigação pelo Laboratório Central (Lacen) e 22 foram descartados para o novo coronavírus.

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