Dinheiro que sai do bolso do cidadão em forma de impostos e seu custo é alto para a população pobre
Para uma cidade que convive com mortes violentas todos os dias não é surpresa que estatísticas apontem que 30 crianças cardiopatas morreram ano passado em razão da falta de aparelhamento da rede pública de saúde
Da Coluna do Holanda
Foto:Internet
Quantas outras crianças perderam a vida em razão dessa alteração na estrutura do coração e não fazem parte desses números ? Talvez centenas. Para um sistema de saúde que gastou R$ 2,4 bilhões em 2019 os números não são apenas ruins: revelam a má aplicação de um dinheiro que sai do bolso do cidadão em forma de impostos e seu custo é alto para a população pobre, vitima da falta de segurança, da violência, do desemprego, das injustiças, do descaso das autoridades.
Quando o imposto que incide sobre o pão, a carne, o combustível, a conta da energia não é aplicado na melhoria de serviços essenciais, deixa de ser imposto para se tornar extorsão.
A verdade é que não falta dinheiro para melhorar os serviços de saúde - e esse descaso é um problema de sucessivos governos - falta boa fé, falta compaixão com os mais pobres, falta solidariedade, falta humanidade e, mais importante: falta usar o dinheiro da saúde para a saúde da população, que contribui compulsoriamente para engordar o orçamento do Estado.
O fato de a primeira criança cardiopata ganhar o privilégio de sair de Manaus para se tratar fora do Estado não é o avanço que se deseja. O que se espera é que o Estado possa tratar suas crianças sem recorrer a outros centros. O que se espera são investimentos que produzam bons hospitais com capital intelectual para atender todas as demandas da população. Dinheiro não falta…
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