Papa Francisco convocou assembleia de bispos sobre a AmazĂ´nia, a fim de proteger os povos dessa regiĂŁo
Foto: Divulgação
Abertura sem precedentes na histĂłria da Igreja foi citada em um documento oficial, divulgado nesta segunda-feira (17). O texto vai servir de base para os debates dos chamados "padres sinodais"
EstadĂŁo ConteĂşdo
O SĂnodo dos Bispos sobre a AmazĂ´nia, que será realizado em outubro no Vaticano, discutirá a possibilidade de ordenar homens casados e mulheres para regiões remotas, informou a Santa SĂ© nesta segunda-feira (17). Trata-se de uma abertura sem precedentes na histĂłria da Igreja e que foi citada por alguns religiosos da regiĂŁo amazĂ´nica em um documento oficial de trabalho sobre o assunto, o "Instumentum Laboris".
O texto vai servir de base para os debates dos chamados "padres sinodais" que participarão do encontro que será realizado no Vaticano de 6 a 27 de outubro.
O documento, publicado nesta segunda-feira pela assessoria de imprensa do Vaticano, que leva o tĂtulo "AmazĂ´nia: Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral", publicado em trĂŞs idiomas (espanhol, italiano e portuguĂŞs), Ă© composto por 147 pontos divididos em 21 capĂtulos e trĂŞs partes.
"O celibato Ă© uma dádiva para a Igreja, pede-se que, para as áreas mais remotas da regiĂŁo, se estude a possibilidade da ordenação sacerdotal de pessoas idosas, de preferĂŞncia indĂgenas, respeitadas e reconhecidas por sua comunidade, mesmo que já tenham uma famĂlia constituĂda e estável, com a finalidade de assegurar os Sacramentos que acompanhem e sustentem a vida cristĂŁ", diz o texto.
O objetivo Ă© debater em substância a questĂŁo do celibato, instituĂdo a partir do sĂ©culo X, e que obriga os padres a permanecer castos.
Com este debate histĂłrico para a igreja, o papa Francisco quer dar uma resposta ao que ele chama de ecologia integral: "o grito da terra e dos pobres". Considerado o pontĂfice mais sensĂvel aos problemas ecolĂłgicos apĂłs a publicação em 2015 da encĂclica "Laudato SĂ", o papa argentino convocou a assembleia de bispos sobre a AmazĂ´nia, a fim de proteger os povos dessa regiĂŁo que abrange nove paĂses e que Ă© considerada o pulmĂŁo do planeta.
AlĂ©m da abertura aos chamados "viri probati", ou seja, homens casados com funções sacerdotais, a Igreja CatĂłlica tambĂ©m quer refletir sobre o papel das mulheres nas áreas remotas e inacessĂveis, um dos temas prioritários do pontificado de Francisco. O documento pede uma análise da possibilidade de criar "novos ministĂ©rios para responder de modo mais eficaz Ă s necessidades dos povos amazĂ´nicos".
O texto, elaborado com base em questionários feitos com religiosos da regiĂŁo, tambĂ©m destaca a preocupação e alarme com os graves problemas enfrentados pela AmazĂ´nia, como a devastação de seu territĂłrio por grandes corporações, a corrupção, a migração para as cidades e o abandono dos povos indĂgenas.
É preciso "exigir dos respectivos governos que garantam os recursos necessários para a proteção efetiva dos povos indĂgenas isolados", clamam alguns padres sinodais.
Abertura sem precedentes na histĂłria da Igreja foi citada em um documento oficial, divulgado nesta segunda-feira (17). O texto vai servir de base para os debates dos chamados "padres sinodais"
EstadĂŁo ConteĂşdo 17 de junho de 2019 - 10:35
Papa Francisco convocou assembleia de bispos sobre a Amazônia, a fim de proteger os povos dessa região | Foto: Divulgação
O SĂnodo dos Bispos sobre a AmazĂ´nia, que será realizado em outubro no Vaticano, discutirá a possibilidade de ordenar homens casados e mulheres para regiões remotas, informou a Santa SĂ© nesta segunda-feira (17). Trata-se de uma abertura sem precedentes na histĂłria da Igreja e que foi citada por alguns religiosos da regiĂŁo amazĂ´nica em um documento oficial de trabalho sobre o assunto, o "Instumentum Laboris".
O texto vai servir de base para os debates dos chamados "padres sinodais" que participarão do encontro que será realizado no Vaticano de 6 a 27 de outubro.
O documento, publicado nesta segunda-feira pela assessoria de imprensa do Vaticano, que leva o tĂtulo "AmazĂ´nia: Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral", publicado em trĂŞs idiomas (espanhol, italiano e portuguĂŞs), Ă© composto por 147 pontos divididos em 21 capĂtulos e trĂŞs partes.
"O celibato Ă© uma dádiva para a Igreja, pede-se que, para as áreas mais remotas da regiĂŁo, se estude a possibilidade da ordenação sacerdotal de pessoas idosas, de preferĂŞncia indĂgenas, respeitadas e reconhecidas por sua comunidade, mesmo que já tenham uma famĂlia constituĂda e estável, com a finalidade de assegurar os Sacramentos que acompanhem e sustentem a vida cristĂŁ", diz o texto.
O objetivo Ă© debater em substância a questĂŁo do celibato, instituĂdo a partir do sĂ©culo X, e que obriga os padres a permanecer castos.
Com este debate histĂłrico para a igreja, o papa Francisco quer dar uma resposta ao que ele chama de ecologia integral: "o grito da terra e dos pobres". Considerado o pontĂfice mais sensĂvel aos problemas ecolĂłgicos apĂłs a publicação em 2015 da encĂclica "Laudato SĂ", o papa argentino convocou a assembleia de bispos sobre a AmazĂ´nia, a fim de proteger os povos dessa regiĂŁo que abrange nove paĂses e que Ă© considerada o pulmĂŁo do planeta.
AlĂ©m da abertura aos chamados "viri probati", ou seja, homens casados com funções sacerdotais, a Igreja CatĂłlica tambĂ©m quer refletir sobre o papel das mulheres nas áreas remotas e inacessĂveis, um dos temas prioritários do pontificado de Francisco. O documento pede uma análise da possibilidade de criar "novos ministĂ©rios para responder de modo mais eficaz Ă s necessidades dos povos amazĂ´nicos".
O texto, elaborado com base em questionários feitos com religiosos da regiĂŁo, tambĂ©m destaca a preocupação e alarme com os graves problemas enfrentados pela AmazĂ´nia, como a devastação de seu territĂłrio por grandes corporações, a corrupção, a migração para as cidades e o abandono dos povos indĂgenas.
É preciso "exigir dos respectivos governos que garantam os recursos necessários para a proteção efetiva dos povos indĂgenas isolados", clamam alguns padres sinodais.
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