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Arthur defende Zona Franca durante seminĂ¡rio da Folha

O prefeito de Manaus, Arthur VirgĂ­lio Neto, defendeu o Polo Industrial de Manaus e destacou os caminhos para o crescimento econĂ´mico do modelo durante o seminĂ¡rio Zona Franca de Manaus, realizado nesta segunda-feira, 24/6, em SĂ£o Paulo (SP), nas dependĂªncias do Jornal Folha de S. Paulo. Na ocasiĂ£o, o prefeito foi enfĂ¡tico em dizer que o “Plano Dubai”, proposto pelo governo federal ao Amazonas, nĂ£o pode vir para substituir e deve complementar o modelo existente.


Conceituado como um dos mais influentes defensores da Zona Franca de Manaus (ZFM) em Brasília, tanto como deputado federal quanto como senador, o prefeito Arthur Virgílio participou de uma mesa de discussões com o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, e o professor da Faculdade de Estudos Sociais, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Maurício Brilhante de Mendonça.

No inĂ­cio de sua fala, o prefeito de Manaus criticou duramente a ausĂªncia de um representante do governo federal para explicar o que realmente pretendem para o Amazonas e o Polo Industrial de Manaus. “O mundo pensa em AmazĂ´nia. E pensar em AmazĂ´nia sem entender o valor da Zona Franca de Manaus significa alienaĂ§Ă£o, pouca inteligĂªncia, pouca capacidade de prever o futuro e significa quase que um suicĂ­dio diplomĂ¡tico de um governo”, afirmou Arthur, que estava acompanhado da presidente do Fundo Manaus SolidĂ¡ria, a primeira-dama Elisabeth Valeiko Ribeiro.

Arthur VirgĂ­lio lembrou, ainda, do compromisso firmado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para a preservaĂ§Ă£o da ZFM junto Ă  bancada federal do Amazonas. Ele tambĂ©m citou que, durante a campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro disse que era a favor de fortalecer a Zona Franca de Manaus. “EntĂ£o, tenho isso como palavra empenhada e que serĂ¡ cumprida. Agora, lamento muito que ninguĂ©m do governo federal esteja aqui para debater conosco. É uma ausĂªncia realmente lamentĂ¡vel”, ressaltou.

Ao falar sobre as alternativas econĂ´micas para o Polo Industrial de Manaus, o prefeito destacou o potencial turĂ­stico da regiĂ£o e a necessidade de mĂ£o de obra qualificada para que se possa acompanhar a 4ª RevoluĂ§Ă£o Industrial.

“Vivemos um verdadeiro caos portuĂ¡rio, temos necessidades de hidrovias, precisamos transformar o aeroporto de Manaus em hub, que centralize nele a distribuiĂ§Ă£o dos aviões para todas as regiões vizinhas, porque nossa vocaĂ§Ă£o Ă©, sem dĂºvida, o turismo. Precisamos aproveitar o gĂ¡s natural, criar novos polos de drones, por exemplo, e de softwares, alĂ©m dos trĂªs fundamentais que temos. Tudo isso com tecnologia e mĂ£o de obra especializada, que nos permita entrar de cabeça na RevoluĂ§Ă£o Industrial 4.0″, destacou Arthur Neto.

‘Plano Dubai’

Sobre o projeto de desenvolvimento econĂ´mico do MinistĂ©rio da Economia, por meio da Secretaria de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), intitulado “Plano Dubai”, e que busca o estĂ­mulo econĂ´mico nos polos de biofĂ¡rmacos, turismo, defesa, mineraĂ§Ă£o e piscicultura, o prefeito enfatizou que ele nĂ£o deve vir para substituir o modelo jĂ¡ existente e, sim, incrementĂ¡-lo.

“É preciso lembrar que o nosso modelo sustenta a floresta de pĂ©. NĂ³s somos o mais exitoso modelo de desenvolvimento regional que o paĂ­s jĂ¡ conheceu. É preciso que as pessoas tirem a venda dos olhos e percebam que o Amazonas Ă© uma regiĂ£o importante sobre qualquer aspecto. O Brasil deveria fazer uma parceria clara com o Amazonas, com a diversificaĂ§Ă£o da Zona Franca de Manaus, acoplando o ‘Plano Dubai’ ou qualquer outro que seja. Agora, nĂ£o tirem aquilo que, no futuro, possa causar tensões diplomĂ¡ticas e atĂ© militares pela importĂ¢ncia da regiĂ£o para o mundo”, disse o prefeito de Manaus.

Participantes

Estavam presentes no seminĂ¡rio da Folha parlamentares da bancada do Amazonas em BrasĂ­lia, os deputados federais Marcelo Ramos e Alberto Neto; o vice-presidente da FederaĂ§Ă£o das IndĂºstrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo; o presidente do Centro da IndĂºstria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson PĂ©rico; alĂ©m de economistas, industriĂ¡rios e jornalistas.

O presidente do Cieam destacou a importĂ¢ncia do debate para a regiĂ£o. “O desconhecimento, muitas vezes conveniente por parte de algumas pessoas, faz com que notĂ­cias ruins circulem pelo paĂ­s e caiam na opiniĂ£o pĂºblica. Debater e defender o modelo Zona Franca Ă© nossa missĂ£o em qualquer lugar do paĂ­s que se faça necessĂ¡rio”, disse Wilson PĂ©rico.

A advogada tributarista FlĂ¡via Holanda Gaeta chamou a atenĂ§Ă£o para o momento econĂ´mico do paĂ­s e o que realmente representa o modelo zona franca. “Existe uma confusĂ£o conceitual do prĂ³prio governo federal e da forma que ele estĂ¡ enfrentando a renĂºncia fiscal. Atacam o modelo Zona Franca de Manaus de forma infundada e confundem o que Ă© renĂºncia fiscal versus desenvolvimento econĂ´mico. Isso nĂ£o pode acontecer no Brasil de hoje”, disse a tributarista.

O economista AndrĂ© Perfeito elogiou a qualidade do evento e lembrou o quanto o debate sobre a AmazĂ´nia Ă© enriquecedor. “O Brasil finge que a AmazĂ´nia nĂ£o existe, essa Ă© uma verdade. Por isso, Ă© importante o debate como forma de achar alternativas para o modelo, para o Amazonas e para o Brasil”, avaliou.

Texto – Ulysses Marcondes / Semcom

Fotos – Alex Pazuello / Semcom

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