Em nota, a empresa informou que está apoiando as comunidades, fornecendo água potável para os moradores de Vila Nova e Bom Futuro. Isso é feito com o apoio da Defesa Civil.
No sábado (17), os problemas causados pelo vazamento tomaram conta de comunidades de Barcarena (Foto: Divulgação)
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Tragédia ambiental em Barcarena
Na manhã desta sexta-feira (23), uma comissão de deputados federais paraenses avaliou os danos ambientais causados pelo vazamento de rejeitos químicos provocados pela empresa Hydro.
Durante a apresentação institucional da empresa norueguesa, Sílvio Porto, responsável pela operação de alumina e bauxita, admitiu os danos ambientais e informou que a empresa fará distribuição de água potável para as comunidades Bom Jesus e Água Nova, duas das mais atingidas.
O caso é grave e foi denunciado pelo DOL ainda no sábado (17), quando moradores começaram a sentir a diferença na coloração das águas e outros impactos.
A comissão e reunião foram solicitadas pelo deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL), deputada federal Elcione Barbalho (PMDB), pelo delegado Éder Mauro (PSD) e por Arnaldo Jordy (PPS). Estão presentes na cidade também os deputados estaduais Calos Bordalo (PT), Coronel Neil (PSD) e Lélio Costa (PSD).
Elcione Barbalho cobra solução do problema e diz que agora é hora de ter medidas efetivas para acabar com os danos provocados. (Foto: Domink Giusti)
Após a apresentação da empresa, os deputados federais começaram a discursar sobre os problemas. Uma das apresentações mais fortes foi da deputada Elcione Barbalho que afirmou que resta agora é ir atrás da resolução dos prejuízos causados pela Hydro, que coloca em risco as famílias da cidade.
Lembrando de alguns problemas ambientais, em especial o de Mariana, em Minas Gerais, em 2015, Elcione afirmou que o novo caso de Barcarena "é um exemplos dos riscos que estamos correndo, sem contar que estes resíduos a céu aberto em época de chuvas", enfatizou.
A parlamentar ressaltou as facilidades que a empresa tem no Estado e, em contrapartida, deixa de legado problemas sociais e ambientais. "É muito fácil chegar aqui, ganhar bilhões, não pagar impostos e ainda deixar esse problema. Não sei o que vão (a Hydro) fazer, mas vamos tentar juntar as ações deles com as da comunidade para encaminhar de uma forma que resolva a situação", disse.
Antes da reunião, o deputado estadual Carlos Bordalo afirmou que vai avaliar os danos ambientais para pedir maior rigor na fiscalização das ações da empresa. Com isto, espera-se não somente garantir a melhoria do impacto social provocado pela Hydro como também evitar maiores danos ambientais. O deputado também destacou a necessidade de maior atenção com as licenças concedidas à empresa norueguesa, algo que já havia sido denunciado pelo DOL.
DANOS AMBIENTAIS
A poluição foi confirmada ontem (22) pelo Instituto Evandro Chagas (IEC) a partir de amostras de água coletadas em Barcarena, que apresentaram números elevados de diversas substâncias nocivas, como fósforo, alumínio, nitrato e sódio, além da elevação da alcalinidade da águas, atestando uma situação de dano ambiental ao ecossistema local.
Câmara Federal vai investigar risco de catástrofe na Hydro
Conselheiro da OAB fala sobre riscos causados em Barcarena
Ainda de acordo com laudo, as populações das três principais comunidades afetadas -- Bom Futuro, Vila Nova e Burajuba -- possuem, em sua maioria, poços artesianos de baixa profundidade em casa, o que facilita a contaminação pelo resíduo. Uma estimativa prévia é que pelo menos 300 pessoas tenham sido afetadas pelos vazamentos recentes. Entre os principais danos causados pela contaminação, estão problemas dermatolócidos e gástricos, além de possíveis danos respiratórios.
Durante a apresentação institucional da empresa norueguesa, Sílvio Porto, responsável pela operação de alumina e bauxita, admitiu os danos ambientais e informou que a empresa fará distribuição de água potável para as comunidades Bom Jesus e Água Nova, duas das mais atingidas.
O caso é grave e foi denunciado pelo DOL ainda no sábado (17), quando moradores começaram a sentir a diferença na coloração das águas e outros impactos.
A comissão e reunião foram solicitadas pelo deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL), deputada federal Elcione Barbalho (PMDB), pelo delegado Éder Mauro (PSD) e por Arnaldo Jordy (PPS). Estão presentes na cidade também os deputados estaduais Calos Bordalo (PT), Coronel Neil (PSD) e Lélio Costa (PSD).
Elcione Barbalho cobra solução do problema e diz que agora é hora de ter medidas efetivas para acabar com os danos provocados. (Foto: Domink Giusti)
Após a apresentação da empresa, os deputados federais começaram a discursar sobre os problemas. Uma das apresentações mais fortes foi da deputada Elcione Barbalho que afirmou que resta agora é ir atrás da resolução dos prejuízos causados pela Hydro, que coloca em risco as famílias da cidade.
Lembrando de alguns problemas ambientais, em especial o de Mariana, em Minas Gerais, em 2015, Elcione afirmou que o novo caso de Barcarena "é um exemplos dos riscos que estamos correndo, sem contar que estes resíduos a céu aberto em época de chuvas", enfatizou.
A parlamentar ressaltou as facilidades que a empresa tem no Estado e, em contrapartida, deixa de legado problemas sociais e ambientais. "É muito fácil chegar aqui, ganhar bilhões, não pagar impostos e ainda deixar esse problema. Não sei o que vão (a Hydro) fazer, mas vamos tentar juntar as ações deles com as da comunidade para encaminhar de uma forma que resolva a situação", disse.
Antes da reunião, o deputado estadual Carlos Bordalo afirmou que vai avaliar os danos ambientais para pedir maior rigor na fiscalização das ações da empresa. Com isto, espera-se não somente garantir a melhoria do impacto social provocado pela Hydro como também evitar maiores danos ambientais. O deputado também destacou a necessidade de maior atenção com as licenças concedidas à empresa norueguesa, algo que já havia sido denunciado pelo DOL.
DANOS AMBIENTAIS
A poluição foi confirmada ontem (22) pelo Instituto Evandro Chagas (IEC) a partir de amostras de água coletadas em Barcarena, que apresentaram números elevados de diversas substâncias nocivas, como fósforo, alumínio, nitrato e sódio, além da elevação da alcalinidade da águas, atestando uma situação de dano ambiental ao ecossistema local.
Câmara Federal vai investigar risco de catástrofe na Hydro
Conselheiro da OAB fala sobre riscos causados em Barcarena
Ainda de acordo com laudo, as populações das três principais comunidades afetadas -- Bom Futuro, Vila Nova e Burajuba -- possuem, em sua maioria, poços artesianos de baixa profundidade em casa, o que facilita a contaminação pelo resíduo. Uma estimativa prévia é que pelo menos 300 pessoas tenham sido afetadas pelos vazamentos recentes. Entre os principais danos causados pela contaminação, estão problemas dermatolócidos e gástricos, além de possíveis danos respiratórios.
Moradores se mobilizaram contra os problemas ocasionados pela Hydro (Foto: Reprodução/Twitter)
Outro dado alarmante levantado pelo IEC é que o "risco eminente de novos vazamentos", já que o Pará ainda vive o período de chuvas, o que facilita o transbordo das bacias de rejeitos.
Na noite da última quinta-feira (22), moradores do município interditaram o acesso aos portos da região de Vila do Conde, em um protesto contra os danos ambientais causados pela empresa Hydro na região.
O caso
Desde a última semana e principalmente na madrugada do último sábado (17), algo que já era previsto por moradores e já havia sido denunciado pelo DOL começou a ocorrer: o rompimento de barragens de rejeitos da Hydro, em Barcarena, região nordeste do Pará.
Há meses, o advogado Ismael Moraes já informava que mais de vinte bacias teriam sido construídas na área para receberem rejeitos químicos estariam causando problemas ambientais. Com as chuvas dos últimos dias, as bacias ultrapassaram sua capacidade e não foram mais suficientes para conter as substâncias, em especial bauxita, podendo causar um grave quadro de contaminação na cidade.
Outro dado alarmante levantado pelo IEC é que o "risco eminente de novos vazamentos", já que o Pará ainda vive o período de chuvas, o que facilita o transbordo das bacias de rejeitos.
Na noite da última quinta-feira (22), moradores do município interditaram o acesso aos portos da região de Vila do Conde, em um protesto contra os danos ambientais causados pela empresa Hydro na região.
O caso
Desde a última semana e principalmente na madrugada do último sábado (17), algo que já era previsto por moradores e já havia sido denunciado pelo DOL começou a ocorrer: o rompimento de barragens de rejeitos da Hydro, em Barcarena, região nordeste do Pará.
Há meses, o advogado Ismael Moraes já informava que mais de vinte bacias teriam sido construídas na área para receberem rejeitos químicos estariam causando problemas ambientais. Com as chuvas dos últimos dias, as bacias ultrapassaram sua capacidade e não foram mais suficientes para conter as substâncias, em especial bauxita, podendo causar um grave quadro de contaminação na cidade.
Segundo o advogado Ismael Moraes, as chuvas provocaram não somente acúmulo de lama como também produtos químicos que causam contaminação (Foto: Via WhatsApp)
Os moradores denunciam que ela pratica irregularidades territoriais, ambientais e sociais, inclusive discriminação nas comunidades de Jesus de Nazaré, Burajuba, Água Verde e Jardim Canaã, onde moram quase 5 mil famílias.
Entre as denúncias mais graves está a de que a Norsk Hydro construiu um depósito de resíduos numa Área de Proteção Ambiental (APA), que é protegida por lei e onde existem comunidades remanescentes de quilombos. Na época, a Hydro negou todas as denúncias.
Problemas antigos
A polêmica sobre a criação de tais barragens e a presença da Hydro em Barcarena já foi tema de sessão especial na Câmara dos Vereadores do município, protestos de moradores e até mesmo notícia na imprensa norueguesa, como em um dos principais jornais do país, o Dagens Naeringsliv (DN) divulgou no domingo. “Alerta vermelho na Hydro no Brasil”, dizia a manchete.
Fonte: Drone/RBA
Além de descrever as ações dos moradores, com o bloqueio das vias de acesso e queima de árvores na estrada, a matéria do DN revela que os cidadãos exigem do grupo norueguês compensação por danos ambientais, denunciando a contaminação da água potável e os prejuízos gerados pela produção da alumina à saúde das pessoas.
'A ordem é matar para manter crimes ambientais em Barcarena?'
Hydro devasta reserva ecológica com rejeitos químicos e causa danos de R$ 500 milhões
Segundo a reportagem, para cada quilo de alumínio derretido na Noruega, quatro quilogramas de lodo vermelho são armazenados em Barcarena. O aterro se estende por uma área cada vez maior e, quando o tempo está seco, a cidade fica coberta por grandes nuvens de poeira vermelha. A reportagem do DN revela que as manifestações, que se intensificaram a partir de agosto, tiveram como mote a reação à contratação de mão-de-obra externa. Enquanto a Hydro mantém algumas das maiores fábricas do Brasil no município, Barcarena sofre com altos índices de desemprego, reforçando a percepção de que a população arca com os prejuízos e não recebe nenhum benefício em troca.
Hydro divulga nota
Em nota, a empresa informou que está apoiando as comunidades, fornecendo água potável para os moradores de Vila Nova e Bom Futuro. Isso é feito com o apoio da Defesa Civil.
"A Hydro também colabora com as mesmas comunidades para encontrar soluções que proporcionem o acesso permanente à água potável. Na medida em que a empresa causou algum impacto às sociedades locais, estamos empenhados em tomar as ações necessárias para apoiar as comunidades e restaurar a situação"
Diz ainda o texto que a empresa fará uma análise aprofundada do relatório do Instituto Evandro Chagas.
(Com informações de Dominik Giusti)
Os moradores denunciam que ela pratica irregularidades territoriais, ambientais e sociais, inclusive discriminação nas comunidades de Jesus de Nazaré, Burajuba, Água Verde e Jardim Canaã, onde moram quase 5 mil famílias.
Entre as denúncias mais graves está a de que a Norsk Hydro construiu um depósito de resíduos numa Área de Proteção Ambiental (APA), que é protegida por lei e onde existem comunidades remanescentes de quilombos. Na época, a Hydro negou todas as denúncias.
Problemas antigos
A polêmica sobre a criação de tais barragens e a presença da Hydro em Barcarena já foi tema de sessão especial na Câmara dos Vereadores do município, protestos de moradores e até mesmo notícia na imprensa norueguesa, como em um dos principais jornais do país, o Dagens Naeringsliv (DN) divulgou no domingo. “Alerta vermelho na Hydro no Brasil”, dizia a manchete.
Fonte: Drone/RBA
Além de descrever as ações dos moradores, com o bloqueio das vias de acesso e queima de árvores na estrada, a matéria do DN revela que os cidadãos exigem do grupo norueguês compensação por danos ambientais, denunciando a contaminação da água potável e os prejuízos gerados pela produção da alumina à saúde das pessoas.
'A ordem é matar para manter crimes ambientais em Barcarena?'
Hydro devasta reserva ecológica com rejeitos químicos e causa danos de R$ 500 milhões
Segundo a reportagem, para cada quilo de alumínio derretido na Noruega, quatro quilogramas de lodo vermelho são armazenados em Barcarena. O aterro se estende por uma área cada vez maior e, quando o tempo está seco, a cidade fica coberta por grandes nuvens de poeira vermelha. A reportagem do DN revela que as manifestações, que se intensificaram a partir de agosto, tiveram como mote a reação à contratação de mão-de-obra externa. Enquanto a Hydro mantém algumas das maiores fábricas do Brasil no município, Barcarena sofre com altos índices de desemprego, reforçando a percepção de que a população arca com os prejuízos e não recebe nenhum benefício em troca.
Hydro divulga nota
Em nota, a empresa informou que está apoiando as comunidades, fornecendo água potável para os moradores de Vila Nova e Bom Futuro. Isso é feito com o apoio da Defesa Civil.
"A Hydro também colabora com as mesmas comunidades para encontrar soluções que proporcionem o acesso permanente à água potável. Na medida em que a empresa causou algum impacto às sociedades locais, estamos empenhados em tomar as ações necessárias para apoiar as comunidades e restaurar a situação"
Diz ainda o texto que a empresa fará uma análise aprofundada do relatório do Instituto Evandro Chagas.
(Com informações de Dominik Giusti)
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