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PSD pode "vender a alma ao diabo para pôr a Esquerda na rua"

A ex-presidente do PSD Manuela Ferreira Leite defendeu hoje que Hugo Soares deve pôr a liderança do grupo parlamentar à disposição do novo líder do partido, Rui Rio.


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POR LUSA

Em entrevista à TSF, Manuela Ferreira Leite afirmou que "há determinados lugares ou funções" como o de presidente da bancada parlamentar que "evidentemente" devem, "à mudança de líder, implicar pôr o lugar à disposição".

Ferreira Leite tem a mesma opinião de outro ex-líder, Luís Marques Mendes, que também defendeu que Hugo Soares, um apoiante do candidato derrotado, Pedro Santana Lopes, deve pôr o lugar à disposição.


A ex-líder social-democrata considerou ainda que a eleição de Rui Rio para a liderança do PSD, derrotando Pedro Santana Lopes, significa um "desejo de mudança" e até admitiu que o partido pode "vender a alma ao diabo" para afastar o PS e a esquerda do poder.

"Da mesma forma que o Bloco de Esquerda e o PCP têm vendido a alma ao diabo, exclusivamente com o objetivo de pôr a direita na rua, acho que ao PSD lhe fica muito bem se vender a alma ao diabo para pôr a esquerda na rua", disse.

A ex-presidente social-democrata afirmou ainda que Rui Rio foi claro na sua estratégia para afastar o Governo do PS, um dos temas da campanha interna, depois de o ex-autarca do Porto ter admitido viabilizar um executivo minoritário do PS.

"É bom vender a alma ao diabo para pôr a esquerda na rua", insistiu.

O ex-presidente da Câmara do Porto Rui Rio foi eleito, no sábado à noite, presidente do PSD com 54,37% dos votos, com uma diferença de cerca de 10 pontos percentuais para Pedro Santana Lopes, informou o partido.

Rui Rio será o 18.º presidente do PSD desde o 25 de Abril de 1974, sucedendo a Pedro Passos Coelho, eleito em 2010.

No seu discurso de vitória, Rui Rio afirmou que seguirá o legado deixado por Francisco Sá Carneiro e avisou que o atual Governo terá com a nova liderança do PSD uma "oposição firme e atenta", mas "não demagógica ou populista".

Pedro Santana Lopes assumiu a responsabilidade pelos resultados nas eleições diretas para a liderança do PSD, mas disse estar de consciência tranquila e assegurou que vai continuar no combate político.

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