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Caso Bertolini: Segup informa a familiares providências para resgate de vítimas

O secretário adjunto de Operações da Segup, coronel PM André Luiz Cunha, informou que após uma empresa ser autorizada formalmente, poderá iniciar os trabalhos de salvatagem do empurrador que naufragou no Rio Amazonas

Foto: JONAS PESSOA/ ASCOM SUSIPE

Representantes do Sistema de Segurança Pública do Pará se reuniram nesta terça-feira (5), na sede da Estação Cidadania em Santarém, na região oeste, com os familiares dos nove tripulantes do empurrador da empresa Bertolini, que naufragou no último dia 2 de agosto após colidir com o navio Mercosul Santos, próximo ao município de Óbidos. Na reunião foram esclarecidas as atribuições do Estado em relação ao resgate das vítimas e ao andamento do inquérito aberto pela Polícia Civil para apurar as causas e responsabilidades do acidente, que já resultou no indiciamento do prático do navio.

O secretário adjunto de Operações da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, coronel PM André Luiz Cunha, atualizou as informações sobre as empresas que se apresentaram para executar o plano de salvatagem, destinado à retirada da embarcação do Rio Amazonas.

"Até o momento, nós temos cinco empresas que apresentaram propostas para realizar a salvatagem do empurrador. Todas as cinco são de fora do País. Hoje se encerra o prazo para apresentação dessas propostas. A empresa contratante (Transportes Bertolini Ltda.) vai avaliar, dentro do binômio técnica e preço, e definir qual empresa será a escolhida para fazer a operação", explicou o secretário.

Ainda segundo André Luiz Cunha, após a definição, a empresa terá que preparar seu plano de salvatagem e apresentar à Marinha do Brasil. "A Marinha analisa e aprova este plano. Se aprovado, a empresa está autorizada formalmente a fazer toda a mobilização de equipamentos e de efetivo para iniciar os trabalhos de salvatagem. A Marinha tem o seu tempo de análise, que esperamos seja o mais rápido possível. A Capitania, aqui em Santarém, estima que esse plano seja analisado de 24 a 72 horas. A partir dessa análise, se não houver nenhuma diligência para ser esclarecida pela empresa responsável pelo plano, estando tudo certo, a empresa entra na fase de execução do objeto, que é a salvatagem do empurrador", completou o secretário adjunto.

Inquérito - O diretor do Grupamento Fluvial da Polícia Civil, delegado Dilermando Dantas, informou que o inquérito ainda está na fase de apuração. Ele informou que equipamentos estão sendo analisados para averiguar possíveis causas do acidente e apurar responsabilidades.

"Nós solicitamos a perícia da cabine do navio, onde está o DVR, que é semelhante a uma caixa preta. Esse DVR apresenta tanto o radar do navio, quanto os áudios ambientais. Pedimos à perícia que nos enviasse os ruídos desses áudios para conseguirmos escutar se houve realmente comunicação com o empurrador, para conduzirmos melhor o inquérito", informou o delegado.

Segundo Dilermando Dantas, as pessoas envolvidas no acidente serão reinquiridas, a partir da nova resposta que a perícia repassou a partir de áudios mais claros. "Essa nova fase é esclarecedora para elucidar quem foi o causador do acidente", reiterou.

Até o momento, a Polícia Civil colheu o depoimento de 14 envolvidos e indiciou uma pessoa - o prático do navio Mercosul Santos. "Estamos avaliando se as outras pessoas que estavam no passadiço são ou não responsáveis pelo fato. Porque, se você está vendo uma situação e não toma providências para evitá-la, você concorre para o fato. Então, temos que avaliar se isso aconteceu ou não na cabine", ressaltou o delegado.

Ao término do inquérito, as pessoas envolvidas podem ser denunciadas pelo crime de Risco à Segurança da Navegação, com base no Artigo 261 do Código Penal, com possibilidades de ter desdobramentos nos artigos seguintes: 262 e 263, combinados com o 258. "Isso aumentaria, e muito, a quantidade da pena, ao final do inquérito, caso a gente conclua pela culpa ou pelo dolo eventual", acrescentou.

Também participaram da reunião o subcomandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel Augusto Lima; o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Francisco Cantuária; o comandante de Policiamento Regional da 1ª Região, coronel Heldson Tomazo; o comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar, Aldemar Maués, e o comandante do 4º Grupamento de Bombeiros Militar, coronel Luís Cláudio Rêgo.

Por Samuel Alvarenga


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