Segundo secretário de segurança, Sérgio Fontes, outras pessoas são monitoradas e as suspeitas de atos terroristas estão sob controle
A prisão do suspeito em Manaus foi confirmada pelo secretário de segurança Sérgio Fontes, na apresentação do Plano Integrado de Segurança dos Jogos Olímpicos 2016. Foto: Marlon Costa/Estadão Conteúdo
Manaus – Um homem, de identidade não divulgada, foi preso na Operação Hashtag, deflagrada pela Polícia Federal, na manhã de hoje (21), em Manaus. A informação foi confirmada pelo titular da Secretaria de Segurança Pública (SSP), Sérgio Fontes, durante a apresentação do Plano Integrado de Segurança dos Jogos Olímpicos 2016.
“Sabíamos da atuação do rapaz e estamos acompanhando outras pessoas. Ele não tem nenhuma relação de sangue com religiões muçulmanas”, disse Fontes, que garantiu que a capital está preparada para manter a segurança durante os jogos olímpicos em Manaus. “Estamos tranquilos e nos preocupa muito mais a criminalidade local e movimentos paredistas. Essas questões de terrorismo estão sob controle e monitoradas”.
Foto: Lindemberg Cavalcante/SSP/CICC
Em nota, a Polícia Federal informou que a operação busca desarticular grupo envolvido na promoção do Estado Islâmico e na execução de atos preparatórios para a realização de atentados terroristas e outras ações criminosas.
Cerca de 130 policiais cumprem mandados judiciais expedidos pela 14ª Vara Federal de Curitiba, sendo 10 prisões temporárias, 2 conduções coercitivas e 19 buscas e apreensões, nos estados do Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
Ainda conforme o comunicado, as investigações tiveram início em abril com o acompanhamento de redes sociais pela Divisão Antiterrorismo da Polícia Federal (DAT). Os envolvidos participavam de um grupo virtual denominado Defensores da Sharia e planejavam adquirir armamentos para cometer crimes no Brasil e até mesmo no exterior. Uma ONG com atuação na área humanitária e educacional também é investigada por participação no caso.
Conforme a Polícia Federal, os investigados responderão individualmente, na medida de suas participações, pelos crimes de promoção de organização terrorista e realização de atos preparatórios de terrorismo, ambos previstos na Lei 13.260/2016. A pena para o primeiro crime é de cinco a oito anos de prisão, além do pagamento de multa. Para quem executa atos preparatórios, a pena varia de três a 15 anos de prisão.
Por motivos de segurança, a Polícia Federal não divulgou o nome dos suspeitos nem da ONG que aparece na investigação.
A operação ocorre a 15 dias dos Jogos Olímpicos, quando o Brasil receberá federações de atletas de todo o mundo, incluindo países que foram alvos de ataques recentes do grupo. Os mandados foram expedidos pela 14ª Vara Federal de Curitiba, onde morava o líder do grupo. O processo corre em sigilo.
Segundo o ministro da Justiça Alexandre de Morais, integrantes do grupo brasileiro que defendia uso de arma de táticas de guerrilha chegaram a entrar em contato com o Estado Islâmico na internet e também a tentar comprar um rifle AK-47 no Paraguai. Além disso, as investigações identificaram que eles buscaram treinamento em artes marciais e de tiro.
Estes atos – tentativa de comprar arma, contato com o Estado Islâmico e tentativa de treinar artes marciais e tiros – motivaram os pedidos de prisão. Um dos alvos da operação chegou a cumprir seis anos por homicídio, segundo Alexandre de Moraes.
A PF identificou que os integrantes do grupo chegaram a fazer um juramento na internet pelo Estado Islâmico, uma prática adotada pelo grupo terrorista para conseguir seguidores. Não foi identificado, porém, qual seria o alvo do grupo brasileiro.
*Texto de Girlene Medeiros e agências
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