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Lula e Dilma apostam em movimentos sociais contra oposicionistas.

Movimentos Sociais é a saída.

Lula e Dilma apostam em movimentos sociais para contrapor ações de oposicionistas
Objetivo é responder aos protestos programados para o próximo domingo



BRASÍLIA E SÃO PAULO - A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dão início nesta terça-feira a uma ofensiva para mobilizar os movimentos sociais como forma de neutralizar a pressão da oposição contra o governo federal. O PT aposta nos movimentos sociais para responder aos protestos programados para o próximo domingo, que podem servir de combustível para os grupos políticos que articulam o impeachment.

Em outro movimento para neutralizar a pressão popular que cresce com a proximidade do protesto do próximo domingo, Dilma acelerou a agenda de viagens pelo país. A recomendação para que a presidente saísse do gabinete em Brasília partiu de Lula. Em quatro dias, ela viajou a Roraima e Maranhão.

— Muitos companheiros do PT pedem para Lula viajar pelo país. Viajar pelo país para dizer o quê? Tem de viajar para repercutir o que a presidenta está falando, liderando, propondo e fazendo — avaliou o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, petista dos mais próximos a Lula.

Na cúpula do partido, a decisão de Dilma de começar a percorrer o país com anúncio de medidas positivas também foi comemorado. Nas viagens a Roraima e ao Maranhão, a presidente entrou unidades do programa “Minha Casa, Minha Vida”.

Há, no entanto, cobranças e expectativas do PT. Marinho considerou uma “bobagem” a redução de ministérios como forma de enfrentar a crise e afirmou que o PMDB já tem muito espaço dentro do governo, enquanto o PT tem “espaço insuficiente”.

— Para que mais espaço para o PMDB? Ele tem espaço demais. Cuida da articulação política, Integração, Minas e Energia, Portos. Tem coisa para caramba. Mas, se a solução for pôr 100% do PMDB, então ponha 100% do PMDB. Eu sinceramente acho uma visão muito estreita.

MARCHA DAS MARGARIDAS

Em Brasília, nesta terça e na quarta, Lula e Dilma estarão lado a lado na Marcha das Margaridas, ato em defesa dos direitos das mulheres organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).


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A entidade, aliada histórica do PT, estima que cerca de 70 mil mulheres estarão presentes ao evento. Na abertura, hoje à noite, ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursará para essa plateia, pró-governo, no estádio Mané Garrincha, num palco montado nas arquibancadas. Amanhã, Dilma também deve falar no estádio, no centro do gramado, e encerrará a marcha, que seguirá em direção à Esplanada dos Ministérios.

O presidente da Contag, Alberto Broch, acredita que dificilmente Lula deixará de falar da crise política que atinge o governo.

— Dificilmente ele não se manifestará nesse momento — disse Broch, que que prefere não emitir juízo se a marcha será um contraponto às manifestações do próximo dia 16 contra o governo, e acha que durante a marcha haverá atos a favor de Dilma. — É natural que ocorram manifestações de apoio à presidente. Esse projeto (governo do PT) sempre teve apoio da Contag, o que não significa dizer amém para tudo que ele faz. Agora, com certeza ocorrerão (manifestações) em defesa da democracia e dos direitos conquistados pelos trabalhadores.

Lula não participava da Marcha das Margaridas desde 2007, quando ainda era presidente. Fazem parte ainda do plano de reaproximação dos petistas com a base do partido um encontro de Dilma com a CUT, com o MST e com a UNE, programado para quinta-feira, em Brasília, e a ida de Lula ao ato nacional pela educação organizado pelo partido, também na capital federal.

“Vamos deixar claro para a presidenta Dilma que vamos lutar para defender o mandato que ela conquistou legitimamente”, afirma nota divulgada ontem pela CUT sobre o encontro com a presidente. A central sindical ligada ao PT informa que partiu dela e dos outros movimentos a iniciativa de pedir o encontro com Dilma. Diz que o objetivo da reunião é “reafirmar a disposição de luta em defesa da democracia”.

Além disso, a partir desta terça-feira, um grupo ligado ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que nos anos 1970 foi presidido por Lula, vai montar uma vigília na frente do instituto do ex-presidente, na Zona Sul de São Paulo. A ideia é ficar no local até domingo para prestar solidariedade ao líder petista e evitar ataques como o do dia 30 de julho, quando uma bomba caseira foi atirada contra o local. Na última sexta-feira, cerca de 500 petistas já fizeram um ato de apoio ao ex-presidente na frente do Instituto Lula.

Luiz Marinho diz que Dilma está dando os primeiros passos para tentar reverter a crise.


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— A presidenta Dilma aparentemente resolveu tomar as iniciativas de diálogo com vários segmentos. Espero que isso se restabeleça e que o partido não tenha mais que fazer esse tipo de reclamação — disse o prefeito, para quem o governo deve “sair dessa perplexidade e agir”.

Marinho também atacou a política econômica do ministro da Fazenda Joaquim Levy. Além de defender que o governo adote medidas como as tomadas por Lula em 2008, para ampliação do crédito e do consumo, ele criticou a decisão do ministro de apenas liberar estados e municípios para fazerem convênios internacionais no ano que vem.

— É preciso que o Levy tire o pé da garganta dos municípios e dos estados.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/brasil/lula-dilma-apostam-em-movimentos-sociais-para-contrapor-acoes-de-oposicionistas-17145765#ixzz3iVdQWCoA

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