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Aprovados da Susam e Seduc exigem convocação.


Aprovados em concursos da Seduc e Susam fazem protesto por convocação

Segundo manifestantes, os concursos realizados em 2014, já foram homologados, mas o governo alega não ter recursos para convocar os concursados.

Protesto aconteceu no cruzamento das avenidas Eduardo Ribeiro com a Sete de Setembro.Foto: Annyelle Bezerra

Manaus - Cerca de 90 pessoas aprovadas no último concurso público das Secretarias de Estado de Educação (Seduc) e Saúde (Susam) realizaram, na manhã deste sábado (8), uma manifestação, no cruzamento das avenidas Eduardo Ribeiro com a Sete de Setembro, para reivindicar a convocação de 16,5 mil pessoas. Segundo representantes dos dois movimentos, os certames, realizados em 2014, já foram homologados, mas o governo alega não ter recursos para convocar os concursados.

Apto a ingressar no cargo de agente administrativo na Susam, Augusto Neves afirma que os aprovados aguardam convocação há um ano, enquanto o governo do estado renova os contratos de trabalhadores terceirizados. “Somos 11,5 mil concursados em todo o Amazonas, incluindo desde a área administrativa até a área técnica. São enfermeiros, médicos e seguranças que não estão tendo o seu direito garantido”, afirma.

Aprovada para a vaga de enfermeira, Beatriz Pause afirma que o concurso para a aquisição de profissionais da área da saúde foi homologado no último dia 31 de março. “Desde então estamos aguardando convocação. O problema é que tem terceirizados ocupando as nossas vagas e o governo estadual alega o alto valor da rescisão da quebra de contrato com esses profissionais para justificar a nossa não convocação”, reclama.

Caso não sejam atendidos, a enfermeira afirma que, a partir da próxima segunda-feira, os profissionais da saúde pretendem acampar em frente à Susam por tempo indeterminado.

Caso se repete com aprovados na Seduc

Com mais de 5 mil professores aguardando convocação em todo o Amazonas, a situação dos aprovados no concurso da Seduc, realizado em 2014, também não é diferente. De acordo com o representante dos docentes, Kennedy Pinheiro, apenas 268 professores que passaram no certame foram chamados para tomar posse, em agosto deste ano.

A crise econômica nacional e o corte de gastos na administração estadual, segundo Pinheiro, têm sido as justificativas dadas pelo governo do Amazonas para a morosidade nas convocações. “Sabemos que tem escolas sem professor e inclusive atribuindo notas aos alunos sem que eles tenham estudado o conteúdo”, denuncia.

Candidatos vindos de outros estados do país também foram prejudicados segundo o representante do movimento. Natural de Santa Catarina, Ademir Ribeiro, professor de Língua Inglesa veio sozinho para Manaus em fevereiro, após o governador José Melo assinar a homologação do certame e anunciar a convocação dos primeiros 2,5 mil candidatos aprovados.

Longe da família, Ademir afirma que só conseguiu emprego numa escola particular após um professor precisar sair de licença. “Consegui porque uma vizinha me indicou, mas tem, pelo menos, cem professores de fora do Amazonas que estão se mantendo com o dinheiro enviado pelos familiares”, disse.

Aprovado em ambos os concursos, para os cargos de pedagogo e técnico em enfermagem, Anderson Souza conta que, atualmente, trabalha numa coooperativa e recebe um salário mínimo enquanto aguarda a convocação. “Até a faculdade que fazia tive que trancar por falta de recursos. Isso é uma vergonha”, afirmou.

Posição da Susam

A Susam já se manifestou anteriormente sobre a situação dos aprovados no concurso público do órgão quando um protesto semelhante ocorreu no dia 10 de junho deste ano.

Segundo o órgão na época, sobre a reivindicação de convocação imediata, a ausência da chamada aconteceu devido ao corte no orçamento e que o processo de convocação segue constitucional, pois pode acontecer até dois anos após a homologação, conforme o edital do certame. “O Governo Federal cortou R$12 milhões de investimento na saúde e isso refletiu na contenção de gastos efetuada pelo governo. O orçamento do concurso foi feito em uma economia favorável, porém a crise aconteceu, mudou o cenário e influenciou na decisão de ainda não acontecer a convocação”, disse.

A Susam informou ainda que as vagas disponibilizadas para as empresas terceiradas são de sistemas diferentes das voltadas para o concurso. “Para as cooperativas de terceirizados são disponibilizadas vagas em urgência e emergência. Já os concursados utilizarão vagas para policlínicas, seis fundações, além da demanda no interior”, informou o órgão.

DIÁRIO do Amazonas / portal@d24am.com

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