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Arthur Virgilio vê morosidade da Justiça no caso Adail Pinheiro

Artur fala sobre caso Adail: ‘Se for inocente, que prove’

Prefeito de Manaus não crê ‘nessa história de adversários políticos’ terem ‘plantado’ acusações e vê evidente morosidade da Justiça


Afirmando não ter ‘simpatia política’ por Adail Pinheiro, Artur Neto considera que ‘há indícios fortes’ sobre as acusações envolvendo o prefeito de Coari (Arquivo AC)

O prefeito de Manaus, Artur Virgilio Neto (PSDB), disse achar estranho que as acusações envolvendo o prefeito de Coari (a 370 quilômetros), Adail Pinheiro (PRP), sejam “plantadas” por adversários políticos. Artur ressaltou que há fortes indícios nas acusações envolvendo o prefeito de Coari e evidências na morosidade da Justiça amazonense nos processos em que o prefeito é réu. Adail é acusado de participar de uma rede de exploração sexual infantil no interior do Estado.

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Adail Pinheiro foi investigado em 2008 pela Operação Vorax da Polícia Federal. A ação policial tinha como objetivo investigar um esquema de fraudes em licitações e desvio de dinheiro público. Nas escutas telefônicas, há uma série de referências à participação direta dele também no crime de exploração sexual de crianças. Em entrevista concedida a A CRÍTICA na última quinta-feira, Adail negou envolvimento nos casos de pedofilia e disse que as acusações não passavam de mentiras espalhadas por adversários políticos.


Na última sexta-feira (24) o prefeito Artur Neto disse que Adail não desperta a “simpatia política” dele. O prefeito de Manaus disse ainda que apesar de dedicar os últimos 31 anos na vida política, nunca foi alvo de acusações semelhantes de adversários. “Essa história de adversários políticos... Olha que eu tenho alguns adversários, mas nunca nenhum deles veio dizer coisas parecidas de mim”, disse o prefeito de Manaus.

Para Artur, a Justiça dispõe de fortes indícios do envolvimento do prefeito de Coari no esquema de pedofilia, o que facilitaria as investigações. “Eu considero que há indícios fortes (envolvendo o prefeito de Coari) e que isso deve ser julgado o mais rápido o possível. Se ele (Adail) for inocente como diz, que prove”, disse Artur Neto.

Na última semana o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) esteve em Manaus para averiguar, entre outras coisas, uma possível “blindagem” nos processos envolvendo Adail, que também negou qualquer relação indevida com membros do judiciário.

A morosidade da Justiça amazonense nos julgamentos envolvendo o prefeito de Coari foi criticada por Artur. “Entendo que na democracia você tem o direito de defesa, mas isso tem que ser rápido, antes de uma eleição. Você vai disputar uma eleição limpinho ou vai disputar sujinho, ou melhor, não disputa né, por conta da Lei da Ficha Limpa, mas tudo deve ser decidido antes”.

Adail foi condenado em 2008 pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) por abuso de poder econômico e político. A condenação garantiria o enquadramento na Lei da Ficha Limpa, que determina os casos de inelegibilidade. Ele recorreu e o caso aguarda julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Adail diz que processará caluniadores
O prefeito de Coari, Adail Pinheiro (PRP), disse que irá processar, judicialmente, as pessoas envolvidas em “caluniar e difamar a honra” dele propagando informações mentirosas aos meios de comunicação. A nota foi divulgada pela Secretaria de Comunicação do Município um dia após o programa Fantástico, da Rede Globo, transmitir a primeira reportagem sobre as investigações envolvendo Adail.

Na nota, Adail garantiu que os dados apresentados pela reportagem são mentirosas. As denúncias, feitas por mulheres que se apresentaram como vítimas, teriam sido inventadas por opositores políticos. Conforme a assessoria de comunicação do prefeito, as informações foram “plantadas” em mídia nacional para prejudicá-lo durante o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O Tribunal irá analisar o pedido de elegibilidade do prefeito, condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em 2008 após ser constatado que Adail abusou de poder econômico e político. O caso aguarda julgamento desde o ano passado, em Brasília.

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