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PT debate alianças municipais em seus 32 anos


Depois de 32 anos, o PT cresceu tem 552 prefeitos, dos quais 400 devem participar da festa de sexta-feira (10), o maior quórum já registrado em eventos internos do tipo. A presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula também devem participar. O partido quer aumentar a quantidade de prefeituras em 2012, mas sem falar em meta numérica.

O Aniversário será comemorado nesta sexta (10) em encontro com foco em estratégias para eleições municipais. Aliança com PSD em São Paulo, como quer Lula, e chapa própria em Belo Horizonte contra aliado do PSB, motivo de guerra em Minas, expõem dilemas. Embate estadual com tucanos em 2014 dita negociações. Com 552 prefeituras, PT deseja avançar mas sem meta.

Brasília - O Partido dos Trabalhadores (PT) comemora sexta-feira (10) seu aniversário de 32 anos com um grande encontro de dirigentes, prefeitos e parlamentares no qual discutirá estratégias para as eleições municipais de outubro. E festeja diante de um dilema. Abrir-se a coligações inéditas, mais à direita, para ganhar cidades importantes? Ou restringir as alianças a partidos de esquerda e da base de apoio à presidenta Dilma Rousseff, reduzindo chances de vitórias?

No centro da dor de cabeça, estão duas das maiores cidades do país e capitais de estados de onde os tucanos, grandes inimigos do PT, arrancam força eleitoral nacional, São Paulo e Belo Horizonte.

Na primeira, o ex-presidente Lula, patrono da candidatura do ex-ministro Fernando Haddad, interessa-se por um algum tipo de acordo com o prefeito Gilberto Kassab, do PSD, para incômodo de círculos petistas. Em Minas, o drama é repetir ou não a dobradinha com o prefeito Márcio Lacerda (PSB) em palanque com o PSDB do senador-presidenciável Aécio Neves, também aliado do atual governante.

Estratégias serão discutidas no encontro na sexta-feira, mas a política de alianças será decidida mesmo pelo diretório nacional, que se reunirá na véspera e, desde o IV Congresso Nacional do partido, em setembro do ano passado, já está autorizado a patrocinar acordos mais pragmáticos. A resolução aprovada na época liberava até alianças com o PSD de Kassab.

“O que está em jogo é o projeto de ter o PT na prefeitura de São Paulo, com um bom programa de governo que tenha a marca do partido. Se o PSD vier ajudar neste projeto, não vejo nenhum problema em avalizar a coligação”, disse à Carta Maior o secretário de Assuntos Institucionais do PT, Geraldo Magela.

A parceria com Kassab, impopular entre os eleitores e alvo de oposição sistemática do PT desde 2006, quando assumiu no lugar de José Serra (PSDB), não será um processo fácil dentro do partido, embora a tendência seja vingar.

O artífice da candidatura de Haddad acredita que a vitória do ex-ministro ajudaria a montar um bunker na capital paulista para ser usado contra o PSDB na eleição estadual de 2014.

Para Lula, Kassab seria útil nesse objetivo. Funcionaria para Haddad e o PT, em São Paulo, como o vice que ele, Lula, teve em dois mandatos. Empresário filiado a um partido mais à direita, José Alencar, morto em março do ano passado, ajudou a quebrar resistências contra petistas sobretudo em 2002.

Mas há figuras importantes no PT paulista, como o presidente nacional do partido, Rui Falcão, e o ex-ministro José Dirceu, que torcem o nariz para um acordo com o PSD.

Em Belo Horizonte, a disputa entre correntes de pensamentos diferentes extrapolou para uma explícita guerra na base do “fogo amigo”, com o vazamento à imprensa de informações delicadas para o atual ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, sobre consultorias que ele prestou.

Antecessor de Lacerda e um dos padrinhos da candidatura dele junto com Aécio Neves, com quem tinha boa relação, Pimentel é visto por setores do PT de Minas como um obstáculo a uma candidatura própria.

Recentemente, um grupo mais à esquerda divulgou nota com críticas ao ministro e o prefeito, que rompeu com o vice do PT, e defendendo abertamente um nome próprio, pois “o processo que culminou com a vitória do PSB com a eleição de Márcio Lacerda em 2008 foi um terrível erro tático e estratégico”.

Segundo Magela, em Belo Horizonte a situação ainda vai levar um tempo para ser resolvida. “Em função da nossa briga histórica com Aécio Neves, os municípios mineiros, onde ele tem grande influência, como Uberlândia, Contagem e Betim, se tornaram referencial de prioridade”, afirmou.

Independentemente das situações específicas em São Paulo e Minas, o PT prepara-se para a eleição de outubro tentando manter a boa performance que acredita ter nas grandes cidades (hoje comanda sete capitais), onde há maior concentração de trabalhadores sindicalizados.

Manter as que já tem e conquistar outras mais será uma prioridade até por causa do impacto no jogo político nacional. “Capital é irradiadora de políticas públicas, opiniões e todos os tipos de relações para o interior”, disse Magela.

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