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A crise no Aeroporto Eduardo Gomes


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O aquecimento do mercado nacional, com a proximidade da Copa do Mundo da África, e os baixos estoques do Pólo Industrial de Manaus (PIM), devido à crise dos dois últimos anos, provocaram uma corrida dos fabricantes por matéria-prima. Ao mesmo tempo, a infraestrutura portuária da cidade está passando por uma série de mudanças – com portos desapropriados, em obras ou em planejamento – e o gargalo no aeroporto internacional Eduardo Gomes cresceu e apareceu.

Manaus tem esbarrado, desde o final de março, nos índices de carga do segundo maior aeroporto nacional nesse item, o Governador André Franco Montoro (Cumbica), em Guarulhos (SP). A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que acabou de inaugurar o Terminal de Cargas 3 (Teca 3) e está ampliando o Teca 2, para aumentar a capacidade total de processamento em 25%, foi pega de surpresa.

O resultado é um prejuízo que, segundo diversos líderes empresariais do PIM, chega a US$ 500 milhões.

Quinta-feira, na Subcomissão Permanente de Acompanhamento dos Recursos Públicos Federais Destinados à Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, da Câmara dos Deputados, vamos ouvir o presidente da Infraero, Murilo Barboza, para saber quais as providências que estão sendo tomadas para que as condições de atendimento às indústrias sejam equacionadas.

O Amazonas, porém, precisa de mais. Está na hora de resolver o problema para construção do Porto das Lajes. Façam-se as exigências ambientais necessárias, discuta-se a necessária preservação do Encontro das Águas, mas não vamos nos esquecer do fundamental: esse porto, com investimento de R$ 200 milhões, é importante na estruturação da cidade para atender às demandas crescentes, que vão acelerar com a Copa do Mundo de 2014.

Por que o aeroporto está congestionado? Porque as cargas estão sendo transferidas para o modal aéreo, em face das diferenças de custo para o modal portuário terem se aproximado.

A China, muito distante, coloca suas cargas de forma competitiva no mundo inteiro, porque tem uma logística resolvida. Vamos quebrar monopólios e estabelecer a logística apropriada. Cargas entulhadas não geram emprego e barco parado não ganha frete. O Amazonas precisa seguir em frente.


Rebecca Garcia
Artigo publicado no jornal Diário do Amazonas

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