Celso Ming
O MST está prometendo um abril vermelho, de invasões, ataques e destruição de plantações. E, na edição do caderno Aliás deste domingo, no Estadão, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso chamou o MST de um agrupamento do atraso. É o que os cientistas políticos chamam de movimentos que defendem utopias regressivas.
Houve um tempo em que o MST sabia o que queria. Queria a reforma agrária. Mas a reforma agrária perdeu o sentido depois que surgiu o agronegócio. Praticamente não há mais latifúndio improdutivo e, onde ele ainda existe, o MST não se interessa pelos assentamentos, porque fica muito longe dos grandes centros econômicos.
Outra novidade que enfraqueceu o MST e desestimulou as mobilizações foi a instituição do Bolsa-Família. O MST está sem foco. Partiu para depredações do que chama de monocultura e aí ataca os laranjais, as plantações de eucalipto e até os canaviais, como se fossem nocivos para a economia e para a sociedade e como se houvesse outro jeito de produzir suco de laranja, celulose, açúcar e álcool.
O MST se perde na cultura de subsistência, como se fosse ideal de vida moderna. Em princípio, é hostil a novas tecnologias e aferra-se a uma agricultura familiar jecatatuísta. Quer parecer independente do governo Lula, a ponto de não respeitar os interesses do PT nessas eleições, mas depende dele para tudo, para distribuição de terras, para obtenção de sementes, para escoamento e venda da produção. Precisa do governo até mesmo para que feche os olhos para as invasões de terras e depredações.
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