Informatica

Declaração bomba

Caso Wallace Souza

O termo de declaração de uma pessoa que teve o nome mantido em sigilo, tomado ontem à tarde pelos delegados Marcelo Melo, José Divanilson Cavalcantei e o promotor de Justiça Carlos Fábio Monteiro, integrantes da força-tarefa, serviu para confirmar grande parte das denúncias feitas pelo ex-policial militar Moacir Jorge da Costa, o “Môa”, ex-segurança do deputado estadual Wallace Souza, informaram ontem o delegado Divanilson e o promotor Fábio Monteiro.
Negando-se a revelar o nome do declarante, Divanilson disse que o mesmo fez revelações consideradas bombásticas. Fábio Monteiro disse que foi feito um acordo com a testemunha de que seu nome não seria publicado.

A CRÍTICA apurou nos bastidores que o declarante seria o suposto empresário André Luis Fernandes de Souza, preso quarta-feira passada por porte ilegal de armas e munições. Ele foi o único mantido no 5º Distrito Integrado de Polícia, (5º DIP), onde a declaração foi colhida ontem.
De acordo com os integrantes da força-tarefa, a pessoa confessou que prestava serviços ao deputado, como interceptação de ligações telefônicas, varredura em computadores e telefones e fornecia armas e munições. Ele seria responsável pelo trabalho de inteligência da organização criminosa. O delegado Divanilson disse que as informações passadas por ele ajudam na elucidação dos casos.

O delegado informou que desde quarta-feira, depois da prisão de Raphael Wallace Souza, filho do deputado, cinco pessoas já procuraram a força-tarefa para colaborar com as investigações.
A tomada de declaração da testemunha durou aproximadamente cinco horas. No final, a preocupação com a segurança dela levou o delegado Divanilson a criar um dublê para driblar a imprensa e impedir que fossem feitas imagens dela. Um homem que teve calças enroladas até os joelhos, o rosto e o corpo coberto por um lençol, deixou o DIP escoltado por dois policiais, pela porta da frente. Em seguida, o verdadeiro declarante saiu pela porta do lado e entrou num Clio, escoltado por policiais do Fera.

Otimista, Divanilson disse que as investigações estão andando bem e que as peças do quebra-cabeça estão se encaixando, mas ainda há muito trabalho para ser feito. “A cada caso investigado, surgem outros novos”, disse.

Membros da força-tarefa vão hoje a Assembleia Legislativa entregar o extrato das investigações e a cópia do bilhete que o deputado mandou para Raphael, interceptado pela segurança do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), onde ele estava preso.

Joana Queiroz Da equipe de A CRÍTICA

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