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Vídeo de Bolsonaro fazendo piada homofóbica sobre ozonioterapia viraliza

Desde o início da crise mundial do coronavírus, Bolsonaro tem dado declarações nas quais busca minimizar os impactos da pandemia. 

FOLHAPRESS
 

 reprodução

Um vídeo que viralizou nesta quarta-feira (9) em que o presidente Jair Bolsonaro aparece fazendo piada em relação à Covid-19 foi extraído de uma gravação realizada em 27 de novembro.

Em um trecho de cerca de 15 segundos compartilhado nas redes sociais, Bolsonaro dá gargalhadas enquanto fala, com a voz fina: "Estou com Covid. Tem muita gente indo pra lá tomar [...], estou com Covid".

O mal encarnado. pic.twitter.com/6nGEVD41Ka— André Fran (@andrefran) December 9, 2020

A peça tem sido compartilhada como um deboche do presidente -que já tratou a Covid-19 como uma "gripezinha"- diante do vírus que até o momento matou mais de 178 mil pessoas no Brasil.

Na ocasião do registro do vídeo, há cerca de duas semanas, o presidente fez uma piada homofóbica sobre um tratamento sem eficácia comprovada contra o coronavírus defendido pelo prefeito de Itajaí (SC), Volnei Morastoni (MDB).

Em 3 de agosto, em uma live no Facebook verificada pelo Comprova, Morastoni anunciou que o município catarinense passaria a oferecer um "ambulatório de ozônio", onde os pacientes com Covid-19 poderiam realizar a chamada ozonioterapia.

Na transmissão, o prefeito disse que a aplicação seria via retal, o que motivou a piada homofóbica feita por Bolsonaro no final de novembro.

No vídeo completo, gravado e transmitido por um site bolsonarista, o presidente da República conversa com apoiadores na frente do Palácio da Alvorada. Ele diz que deve viajar para Itajaí antes do Natal, mas adianta, rindo, que não vai "tomar ozônio lá".

"O prefeito falou que cura Covid com ozônio, não pergunta onde é a aplicação, não", complementa Bolsonaro, que usa um tom de voz fino para concluir: "Tinha muita gente indo pra lá tomar [ozônio]. Estou com Covid."

Desde o início da crise mundial do coronavírus, Bolsonaro tem dado declarações nas quais busca minimizar os impactos da pandemia e, ao mesmo, tratar como exageradas medidas de prevenção tomadas no exterior e por governadores de estado no país.

A atuação do presidente na pandemia também foi marcada pela defesa da hidroxicloroquina, medicamento que não tem comprovação científica no tratamento da Covid-19, e por uma disputa política sobre a vacinação travada com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Nesta quarta, Bolsonaro fez uma espécie de balanço de final de ano e afirmou que sua equipe ministerial se comportou "muito bem" diante da pandemia.

No almoço tradicional de confraternização das Forças Armadas, o presidente disse ainda que tentam "de todas as maneiras" desacreditar o seu governo, mas que a sua administração buscou "diminuir o sofrimento de nossos irmãos".

"O Brasil olha para nós. Tem um presidente e um vice-presidente que são militares. Buscam com lupa possíveis defeitos. Buscam de todas as maneiras até mesmo desacreditar. E passamos neste ano um momento dificílimo com a pandemia. Juntamente com os nossos colegas, ministros civis, nos comportamos muito bem. Não só na questão da economia, bem como na busca de diminuir o sofrimento de nossos irmãos", afirmou.

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