Estudo sobre cloroquina no AM ainda não aponta eficácia contra Covid-19, afirmam pesquisadores
Infectologista da Fiocruz Amazônia, que lidera pesquisas no Estado, aguarda aumento de pacientes em protocolo de testes para maiores resultados. De 81 pacientes que fizeram uso, 11 morreram.
Por G1 AM
"Usar a cloroquina está tecnicamente empatado com o não usar a cloroquina", determinam pesquisadores do Amazonas que lideram uma das maiores pesquisas com a aplicação da droga no tratamento de pacientes de Covid-19. Com a pesquisa em andamento e ainda em suas semanas iniciais no Amazonas, não é possível determinar a eficácia ou não da droga no tratamento de contaminados, avaliam especialistas, que aceleram pesquisas.
O grupo de pesquisa CloroCovid-19 é composto por infectologistas e pesquisadores pioneiros no âmbito de doenças tropicais e virais. Em pouco mais de duas semanas, 81 pacientes passaram pelo protocolo de testes de uso da cloroquina. Destes, 11 morreram. Não há, comprovada, ainda, qualquer relação das mortes com o uso da medicação. Mas alertam que ainda não há também, cientificamente, uma atribuição de eficácia no processo de cura.
Em duas semanas, 81 pacientes do Amazonas passaram por um protocolo de tratamento com o uso de cloroquina no combate ao novo coronavírus. — Foto: Divulgação/FMT-HVD
"Usar a cloroquina está tecnicamente empatado com o não usar a cloroquina. Esse foi o resultado baseado nos 81 pacientes observados pela nossa equipe. O número de pacientes precisa ser maior para que essa margem de erro diminua e a gente possa ver se há algum efeito", justifica o infectologista Marcus Lacerda, que lidera o grupo de pesquisas.
O Amazonas, até o último boletim divulgado, tem 532 casos confirmados de Covid-19. 23 pessoas já morreram no Estado. A cloroquina tem sido usada em pacientes com quadro grave e também aqueles que ainda não evoluíram para uma situação emergencial. Novos relatórios da pesquisa devem sair nos próximos dias.
"A gente não está aqui para defender uma droga ou a ação dela. A gente sabe que o mundo inteiro espera que haja uma droga eficaz. Mas há uma possibilidade, sim, de que não exista eficácia [da cloroquina]. Nesse momento, buscamos duas respostas: se ela funciona em pacientes graves, e se funciona em pacientes não-graves", detalha o pesquisador.
Durante coletiva online, no final da manhã desta terça-feira, ao lado do presidente da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas, os especialistas detalharam ainda que o nível de evidências sobre a eficácia ou os riscos do uso da cloroquina ainda não são determinantes uma vez que os estudos ainda estão em andamento.
"O nível de evidência, em si, de saber se a cloroquina está matando mais ou menos, ainda não é possível ter por esse número pequeno de casos. Nossa equipe está aí. Todo dia são inclusos cinco ou seis casos no estudo. Esperamos, na próxima semana, termos atualizações", complementou Dr. Lacerda.
Estudo no Amazonas
Em duas semanas, 81 pacientes do Amazonas passaram - e passam - por um protocolo de tratamento com o uso de cloroquina no combate ao novo coronavírus. No estudo, feito em tempo recorde e seguindo recomendações do Ministério da Saúde, pesquisadores deram os primeiros passos para identificar uma dosagem ideal para a aplicação do medicamento em casos de Covid-19.
Os testes da pesquisa nesta fase inicial foram feitos da seguinte forma: 81 pacientes entraram no protocolo e foram divididos em dois grupos. Um de 40 e outro de 41 pessoas. Entre eles pacientes em quadros graves ou sérios, todos internados. Um grupo recebe doses altas da cloroquina, método aplicado na China, por exemplo. O outro grupo recebeu doses mais baixas, como foi o caso dos Estados Unidos e outros países.
Do total de 81 pacientes no protocolo, 11 morreram de Covid-19, por agravamento de quadro. O infectologista detalha que a letalidade identificada com os estudos no Amazonas apontam para uma média de 13%. "No restante do mundo, em pesquisas, este número tem ficado entre 18% e 20%", aponta Lacerda.
Infectologista da Fiocruz Amazônia, que lidera pesquisas no Estado, aguarda aumento de pacientes em protocolo de testes para maiores resultados. De 81 pacientes que fizeram uso, 11 morreram.
Por G1 AM
"Usar a cloroquina está tecnicamente empatado com o não usar a cloroquina", determinam pesquisadores do Amazonas que lideram uma das maiores pesquisas com a aplicação da droga no tratamento de pacientes de Covid-19. Com a pesquisa em andamento e ainda em suas semanas iniciais no Amazonas, não é possível determinar a eficácia ou não da droga no tratamento de contaminados, avaliam especialistas, que aceleram pesquisas.
O grupo de pesquisa CloroCovid-19 é composto por infectologistas e pesquisadores pioneiros no âmbito de doenças tropicais e virais. Em pouco mais de duas semanas, 81 pacientes passaram pelo protocolo de testes de uso da cloroquina. Destes, 11 morreram. Não há, comprovada, ainda, qualquer relação das mortes com o uso da medicação. Mas alertam que ainda não há também, cientificamente, uma atribuição de eficácia no processo de cura.
Em duas semanas, 81 pacientes do Amazonas passaram por um protocolo de tratamento com o uso de cloroquina no combate ao novo coronavírus. — Foto: Divulgação/FMT-HVD
"Usar a cloroquina está tecnicamente empatado com o não usar a cloroquina. Esse foi o resultado baseado nos 81 pacientes observados pela nossa equipe. O número de pacientes precisa ser maior para que essa margem de erro diminua e a gente possa ver se há algum efeito", justifica o infectologista Marcus Lacerda, que lidera o grupo de pesquisas.
O Amazonas, até o último boletim divulgado, tem 532 casos confirmados de Covid-19. 23 pessoas já morreram no Estado. A cloroquina tem sido usada em pacientes com quadro grave e também aqueles que ainda não evoluíram para uma situação emergencial. Novos relatórios da pesquisa devem sair nos próximos dias.
"A gente não está aqui para defender uma droga ou a ação dela. A gente sabe que o mundo inteiro espera que haja uma droga eficaz. Mas há uma possibilidade, sim, de que não exista eficácia [da cloroquina]. Nesse momento, buscamos duas respostas: se ela funciona em pacientes graves, e se funciona em pacientes não-graves", detalha o pesquisador.
Durante coletiva online, no final da manhã desta terça-feira, ao lado do presidente da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas, os especialistas detalharam ainda que o nível de evidências sobre a eficácia ou os riscos do uso da cloroquina ainda não são determinantes uma vez que os estudos ainda estão em andamento.
"O nível de evidência, em si, de saber se a cloroquina está matando mais ou menos, ainda não é possível ter por esse número pequeno de casos. Nossa equipe está aí. Todo dia são inclusos cinco ou seis casos no estudo. Esperamos, na próxima semana, termos atualizações", complementou Dr. Lacerda.
Estudo no Amazonas
Em duas semanas, 81 pacientes do Amazonas passaram - e passam - por um protocolo de tratamento com o uso de cloroquina no combate ao novo coronavírus. No estudo, feito em tempo recorde e seguindo recomendações do Ministério da Saúde, pesquisadores deram os primeiros passos para identificar uma dosagem ideal para a aplicação do medicamento em casos de Covid-19.
Os testes da pesquisa nesta fase inicial foram feitos da seguinte forma: 81 pacientes entraram no protocolo e foram divididos em dois grupos. Um de 40 e outro de 41 pessoas. Entre eles pacientes em quadros graves ou sérios, todos internados. Um grupo recebe doses altas da cloroquina, método aplicado na China, por exemplo. O outro grupo recebeu doses mais baixas, como foi o caso dos Estados Unidos e outros países.
Do total de 81 pacientes no protocolo, 11 morreram de Covid-19, por agravamento de quadro. O infectologista detalha que a letalidade identificada com os estudos no Amazonas apontam para uma média de 13%. "No restante do mundo, em pesquisas, este número tem ficado entre 18% e 20%", aponta Lacerda.
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