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O Cidadão de Bem e a Prisão Social

publicado em recortes por Maíra F. Guimarães


Vivemos em uma sociedade carregada de padrões e estereótipos a serem seguidos, até onde um ser social pode ser livre dentro desta lógica?


Era como um soco no estomago, a faltar de ar, um peso grande a ser carregado. Ocasionalmente, com maior ou menor frequência, viver assim se parece. A pressão para ter uma carreira de sucesso, ser bonita, bem sucedida em todos os setores, sejam eles, amoroso, financeiro, mental e social, ter dinheiro e ainda por cima ser feliz, oprime.

Engraçado como se procura a felicidade, algo tão abstrato, como se fosse um artigo que estivesse em uma prateleira qualquer. Os outros sentimentos, que talvez não sejam tão bem vindos, tristeza, inveja, insegurança… é certo que eles existem, mas precisam ser escondidos no véu das aparências. Dessa forma se segue, neurótico, psicótico, amedrontado, não sendo mas parecendo ser.

A mente vai mal; mas para isso temos o analista, os remédios tarja preta, a droga legalizada. Quanto as outras substâncias, que podem até ser mais inofensivas porém não são aceitas legalmente, socialmente, não pagam impostos, estas deixem a cargo dos marginalizados, dos vagabundos, dos drogados, os quais devem ser colocados à parte de tudo, em ilhas como a cracolândia e presídios estufados de gente. Estes não merecem espaço, esses falharam, não seguiram o código imposto, não foram ao analista, não têm o aval do governo, estes estão fora. Ninguém mandou não ir ao analista.

Sim está tudo codificado, tudo tem seu padrão, sua regra, que apesar de ser sem sentido, hipócrita, de massacrar, há de ser seguida, pois é necessário ser um cidadão de bem. Dessa forma, minha mente é meu laboratório, minha terra sem lei, meu refúgio, minha investigação profunda, meu passe livre, pois ainda há esta opção.

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