“Respeite nossos policiais para ser respeitado como um homem público", disse coronel Bruno Azevedo, do Comando de Policiamento Especial
Foto: Reprodução
Durante entrevista em um programa de rádio local nesta quinta-feira (19), o prefeito de Manaus Arthur Neto (PSDB) sugeriu que policiais militares da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) e da Força Tática atuaram para defender a facção criminosa Família do Norte, durante confronto no bairro Crespo, na Zona Sul de Manaus, que resultou na morte de 17 suspeitos de tráfico de drogas no dia 30 de outubro deste ano. A declaração do chefe do poder executivo municipal foi rebatida pelo coronel Bruno Azevedo, do Comando de Policiamento Especial (CPE).
No programa, Arthur declarou: "Aqui criou-se uma situação, não se investiga. Aquela chacina cruel em que as pessoas morreram de costas, vamos ser franco, não tem valentia nenhuma ali não. Valentia é fazer de frente e em condições iguais. Quem ataca pelas costas não é corajoso para fazer de frente", disse Arthur.
"Então essa história de virem com conversa fiada de dizer que não morreu ninguém. Policial não [foi] atacado pelas costas. Eram garotinhos ali. E aqui para nós, o grave: era uma equipezinha contratada pelo Comando Vermelho [para atacar a área da FDN] e o pessoal [PM] foi muito mais lá para defender a Família do Norte. É esse o ponto que estamos chegando aqui", complementou o prefeito.
A declaração de Arthur causou indignação e revolta em membros da Polícia Militar. O coronel Bruno Azevedo, do Comando de Policiamento Especial (CPE), que comandou a ação no Crespo, utilizou as redes sociais para contestar o prefeito de Manaus, e pediu respeito aos policiais do Amazonas.
“Respeite nossos policiais para ser respeitado como um homem público que deveria respeitar as instituições constituídas. Respeite o devido processo legal nesse país. Defenderei minha tropa enquanto estiver nesse comando e fora dele, mesmo contra seu poder econômico e político", disse na publicação.
À reportagem, o coronel Bruno afirmou que a declaração de Arthur fere todos os policiais do Estado. “Arthur afrontou toda estrutura de Segurança Pública do Estado do Amazonas ao fazer uma ilação dessas”.
A ação policial no Crespo foi coordenada pelo CPE após a Polícia Militar receber denúncia de que haveria um conflito entre a facção Comando Vermelho e Família do Norte em relação à disputa por pontos de venda de drogas na Zona Sul da capital. Ao contrário do citado por Arthur, policiais informaram à época que os mortos teriam ligação com a FDN.
A reportagem solicitou nota da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) se posicionando sobre as declarações do prefeito de Manaus.
Do Portal A Crítica
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