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Sinésio é reeleito presidente do PT no AM

Com a justificativa de ter sido 'antidemocrática', quatro chapas que disputaram as eleições internas do partido neste domingo (20) acenaram recorrer à direção nacional para invalidar o resultado
A reportagem é de Nícolas Marreco

 Foto: Reprodução

Após a reeleição do deputado estadual Sinésio Campos (PT) como presidente do Partido dos Trabalhadores no Amazonas, quatro chapas que disputaram as eleições acenaram recorrer à direção nacional da sigla para invalidar o resultado no congresso interno. A justificativa seria de não ter ocorrido uma eleição democrática, num encontro marcado por embates, logo depois da comitiva de Campos ter deixado o local e interrompido o fechamento do processo eleitoral interno.

Até o momento, o partido ficou sem definição de membros para o diretório e executivo estadual, dispositivos que comandam a legenda junto com o presidente, para os próximos quatro anos. A deliberação para anular ou não o processo deve ser analisada pela instância superior, conforme o deputado federal José Ricardo. Nome com maior densidade eleitoral no momento, ele não disputou a presidência, embora tenha integrado a chapa concorrente de Campos.

“Cada chapa tem um tamanho no primeiro turno das eleições com a possibilidade de haver fusão para aumentar de tamanho (e obter vantagem na contagem proporcional). É possível que decidam por manter o tamanho original das chapas, visto que o Sinésio venceu após se juntar com a chapa do Santana”, comentou. Vencendo por aclamação, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-AM), Valdemir Santana, foi eleito recentemente o presidente municipal da legenda.

O desencontro teria começado quando o deputado estadual conseguiu a reeleição, mas não possuía o número de delegados o suficiente para formar o executivo estadual. Conforme regimento interno, 44 pessoas formam o diretório estadual e 14 a executiva. Conforme o secretário de comunicação do PT, Moisés Aragão, Campos possuía nominalmente 124 delegados, contudo nem todos registraram presença.


“Foi bem conflituoso o processo. Ao final, o pessoal foi embora e não tentaram escolher o resultado. Não teriam a maioria. O provável é ele (Campos) decidir os nomes e afirmar que todos estavam presentes no ato”, explicou. Aproximadamente, 300 delegados do partido no estado participaram do congresso. Ao todo, cinco candidatos inscreveram candidatura à presidência, mas só três nomes permaneceram ao final.

Além de Campos, o ex-vereador Waldemir José e o assessor de gabinete do deputado federal José Ricardo, José Freires, disputaram o posto. O resultado foi conquistado com 190 votos do deputado estadual contra 70 de Waldemir e 24 de José Freire. Em defesa, Campos afirmou à reportagem que “quando o presidente deu por encerrado o congresso, fomos embora”.

“Se tivesse votação, teríamos dois terços para compor o diretório estadual. Mas tudo isso já foi definido na eleição municipal; irá permanecer os mesmos membros, no que já foi decidido pelo partido”, argumentou. A direção nacional do PT decidiu nessas eleições estender de dois para quatro anos o mandato dos presidentes nas instâncias municipais, estaduais e nacionais do partido. A intenção é evitar a centralidade dos nomes e evitar desencontros nas costuras futuras para as eleições ordinárias.

O mandato passa a valer a partir de janeiro. Em Manaus, houve decisão mútua para definir uma gestão compartilhada. Por dois anos, Waldemir Santana irá assumir a sigla, e mais dois anos ficará com o membro do coletivo do deputado José Ricardo, Sabá Magalhães. A eleição nacional do partido está marcada para ocorrer no final de novembro, em São Paulo.

Ainda conforme Campos, não há nome definido para a corrida eleitoral da prefeitura de Manaus. “Não deliberamos nada oficialmente; isso será decisão do diretório municipal”, indicou. Uma das frentes, ele disse, que deve ser prioritária para o PT no Amazonas deve ser os debates em torno dos programas sociais instalados no governo petista como Minha Casa Minha Vida e Luz Para Todos.

“Veremos discutir os padrões de geração de emprego e renda, o investimento na educação, em que as universidades e escolas técnicas estão sucateadas”, declarou. Sobre o tema, o PT aprovou moções de repúdio ao governo federal nesta tarde, devido ao corte de verbas nas áreas da Saúde, Moradia, Educação e às privatizações em massa das estruturas públicas em defesa das causas indígenas e meio ambiente.

A inclusão de mais prefeitos eleitos nos interiores é também almejada. Atualmente, são três nomes eleitos filiados ao PT no estado, segundo Campos. Na Câmara Municipal de Manaus (CMM), o nível proporcional de maioria é visado pelo presidente eleito do partido. O secretário de comunicação da sigla, Moisés Aragão, confirmou que o vereador Sassá da Construção será o nome principal para ser cotado. “Vamos apostar na reeleição e em mais três nomes para incluir na Câmara”, projetou.


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