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Professora com perna amputada e sem visão faz crochê para adoçar a vida


 Eloadi Carvalho, de 55 anos, viu a vida mudar completamente depois que perdeu parte da perna esquerda por um erro médico, e por ironia do destino, a visão.

Da Redação

Arquivo pessoal

Durante uma faxina, em 2015, a professora que reside no bairro da Cidade Nova, em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém, pisou em um caco de vidro. Levada imediatamente à Unidade de Pronto Atendimento mais próxima de sua casa.









Tia Elô, como é carinhosamente chamada no bairro, viu sua vida virar do avesso. "O choque foi grande. No início fizeram apenas uma raspagem, mas sem sucesso.E a notícia da amputação foi como uma tempestade na nossa família", conta a única filha de Elô, Ana Lídia.

Lídia, lembra emocionada do dia em que os médicos deram a notícia. Porém, conta que desde que tudo aconteceu, a mãe supera todos os limites, conquistando um objetivo a cada dia.

"Ela se recuperou bem. Voltou a trabalhar na sua escolinha, mas um belo dia acordou cega. Fizemos de tudo, sabe?! Gastamos tudo o que tínhamos, mas não conseguimos recuperar sua visão", explica a filha.

Com as limitações de sua situação, Elô descobriu que uma prótese que custava R$ 9 mil poderia mudar sua rotina, porém, o valor que recebia no final do mês não era suficiente para comprar sua "liberdade".

Foi então que decidiu unir o útil ao agradável e se "mexer" para mudar aquela realidade.

Os dotes de menina passaram a fazer parte diariamente de sua vida: ela começou a vender crochê, mesmo sem a visão, para arrecadar o dinheiro que precisava.

"No fundo acreditávamos que ela nunca ia conseguir o valor total. 9 mil reais é muita grana. Mas de 20 em 20 reais ela nos surpreendeu", explica a filha. Os tapetes coloridos e a história de Elô chegaram até a igreja em que frequentava e foi ai que teve a surpresa: diversas encomendas foram feitas.

"Minha mãe passa 24h fazendo crochê. E não é que ela conseguiu?!", comentou Ana Lídia, emocionada. "Hoje minha mãe está com sua prótese e leva uma vida totalmente normal, com algumas limitações, claro, mas normal", acrescenta.

"Não reclamo da vida. Sou feliz com o que faço e onde cheguei. Fico muito mais feliz com o dinheiro da venda dos meus tapetes do que com o da minha aposentadoria. É uma coisa que me dá prazer", comenta Eloadir.

Querida por todos no bairro onde mora, Eloadir adoça a vida fazendo tapetes de crochê e vende pelo bairro, provando que aquela história de que o impossível é só questão de opinião é realmente verdade.

"Querer é poder, sim. Hoje eu vejo com os olhos do coração. Deus me deu mais uma oportunidade", conclui.
 Arquivo pessoal
 

(Por por Monique Costa com informações do DOL)

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