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Médico acusado de estuprar pacientes é alvo de nova denúncia do Ministério Público

Com as novas acusações, já são sete mulheres que acusam Júlio Adriano da Rocha Carvalho, 33, de estupro; todos os relatos ocorreram em ambientes médicos, como consultórios e clínicas

O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) ofereceu denúncia, pela segunda vez, contra o médico Júlio Adriano da Rocha Carvalho, 33, pelo crime de estupro contra mais quatro pacientes. Até sexta-feira a somatória das vítimas que acusam o médico de estupro chegava a sete. Segundo elas, ele se aproveitava da condição delas de pacientes para estuprá-las dentro de consultórios durante atendimentos médicos.

A nova denúncia foi apresentada pelo promotor de Justiça Ednaldo Medeiros, que denunciou o médico com base no artigo 213 do Código Penal: constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele pratique outro ato libidinoso. A pena é de reclusão, de seis a dez anos. A denúncia foi recebida pela juíza Careen Aguiar, que determinou que o médico fosse afastado das suas funções e monitorado por meio de tornozeleira eletrônica. Júlio falará só em juízo.

Júlio Adriano foi denunciado também com base no art. 215: ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. A pena prevista é de reclusão, de dois a seis anos. Os casos foram apurados pelo delegado titular do 24º Distrito Integrado de Polícia (Dip), Marcelo Martins.

Nesta segunda denúncia, as vítimas são a recepcionista Luciana* e as donas de casa Jéssica*, Janaína e Gláucia. Luciana foi atacada na clínica onde ambos trabalhavam. Ela contou que certo dia estava caminhando pelo hospital quando se deparou com o suspeito, que se aproveitou da ausência de testemunhas para empurrá-la com força contra a parede e encostar em seu corpo. “Ele me pegou pela cintura com muita força, com intenções libidinosas”, disse ela, em depoimento para a Polícia Civil.

Jéssica* relatou que no dia 8 de novembro de 2014, foi atacada pelo médico na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da comunidade Campos Sales, ao buscar atendimento, pois estava nos primeiros meses de gestação e foi encaminhada para ser atendida por ele. “Eu narrei a ele o que eu estava sentindo e o avisei que estava grávida”, contou a mulher. Jéssica ressaltou ter achado estranho o fato de o médico ter trancado a porta do consultório, e que ele pediu para que ela levantasse o vestido para examiná-la. O médico elogiou o corpo da paciente e passou a examiná-la passando as suas mãos em várias partes do corpo da paciente.

“Eu percebi, então, que não estava sendo examinada pelo médico, mas sendo aliciada. Ele passou as mãos nos meus seios, nas minhas nádegas e tentou colocar as mãos dentro da minha calcinha”, relatou Jéssica.

A vítima contou ainda que por várias vezes tentou empurrar Júlio Adriano, mas não conseguiu porque foi ficando travada, sem acreditar no que estava acontecendo, e que o médico chegou a puxá-la para que sentasse em seu colo com a finalidade de manter relações sexuais com ela.

Em depoimento a dona de casa Janaína*, 30, diz ter sido estuprada pelo médico Júlio Adriano durante consultas médicas, em agosto do ano passado. Na época, ela estava com dores urinárias e se surpreendeu com o tom íntimo do profissional. “Eu imaginei que ele fosse examinar a minha região pélvica, porém ele comentou: ‘você sempre usa calcinha assim, pequena? ’”, contou.

A mulher também relatou que Júlio Adriano a mandou sentar na maca, para examiná-la, e que passou o estetoscópio pelos seus seios, além de se aproximar do corpo dela ao ponto de perceber que o médico estava excitado. A mulher contou que ficou constrangida. “Eu tive muito medo de ser violentada e acredito que isso só não ocorreu porque ameacei chamar o meu marido”, disse ela, que na época estava grávida.

Gláucia* conta também ter sido aliciada pelo médico. “Eu quero que ele apodreça na cadeia”, disse. Segundo a mulher, o caso aconteceu em uma clínica particular, onde o médico trabalhava, no Centro da cidade.

Reincidente

No ano passado, Júlio Adriano foi denunciado pelo Ministério Público (MP-AM) pelo estupro da cobradora de ônibus Rosana* e da professora Dayana* que declararam ter sido estupradas pelo médico na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Campos Sales, na Zona Oeste, em 2016. A estudante Fernanda* foi abusada sexualmente numa clínica particular, no Centro.

As investigações começaram em julho do ano passado com a denúncia feita pela estudante. No decorrer das investigações, a polícia chegou as duas primeiras vítimas do médico.

As mulheres afirmam que o médico aproveitou da condição delas de paciente para estuprá-las dentro de consultórios durante atendimentos médicos.

Segundo elas, Júlio Adriano trancava a porta do consultório e as atacava, passando as mãos nos seus seios, tentando beijá-las à força e em uma delas tentou fazer penetração.

“Ele abaixou minha calça, tocou na minha vagina, colocando a mão por dentro da minha calcinha. Fiquei em estado de choque e não consegui gritar. Ele pegou uma camisinha em uma bolsa e tentou me penetrar”, contou a estudante.


Joana Queiroz /portal acritica/ Manaus



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