Ronan Manuel Liberal Lira
Nesta semana uma figura das mais ilustres da nossa cidade, esteve no estúdio da TV Impacto, e em entrevista ao jornalista Osvaldo de Andrade, lembrou um pouco da sua vida de luta e dedicação por Santarém. Ronan Liberal, ex-vereador e prefeito por duas vezes da Pérola do Tapajós, ficou conhecido por sua visão empreendedora da gestão pública.
“Seu governo, que até hoje realmente tem boas lembranças, porque foi sério, com muitas obras, muitas realizações muito projeto de sucesso e com certeza isso dá muita alegria para sua família e para todos aqueles que fizeram parte desses dois governos”, ressaltou Osvaldo de Andrade.
O ex-prefeito lembra que quando chegou para governar Santarém, na década de 80, a extensão do município era de 25 mil quilômetros quadrados e possuía cerca de 808 comunidades.
Entre suas grandes obras estão a construção da Prefeitura e da Câmara de Vereadores de Santarém. Também construiu o Mercadão 2000, que ele faz questão de ressaltar, “Mercadão Ano 2000”.
“Comecei como vereador em 1966, depois do Golpe Militar. Naquele ano, ainda estava no MDB, fui eleito vereador. E no meio do caminho tive que renunciar para ir para Belém, fazer faculdade. Passei na Universidade Federal do Pará, no Curso de Direito e eu tive de renunciar ao mandato para prosseguir os estudos. Naquela época quem me sucedeu foi o Benedito Magalhães”, lembrou Ronan.
Conforme narra, sempre teve uma visão diferenciada, onde a educação deveria ser oportunidade para todos. Seja para o aluno da cidade, ou da zona rural. Diante disto, foi o prefeito pioneiro na municipalização da educação.
“A educação não deveria ser matéria prioritária de qualquer governo, deveria ser de todos os governos. Através da educação que se cria expectativa e a mudança da sociedade, da evolução da nação. Quando chegamos a Santarém, encontramos o município em situação precária. O município pela Constituição, só tinha a atribuição de atender até a 4ª série do 1º Grau. Naturalmente, quando os políticos iam ao palanque, geralmente eles usavam o êxodo rural como matéria para a sua campanha. Mas nunca se exercitou a solução desse problema. Na oportunidade que eu tive de governar,como eu disse ao meus, que a educação ‘era a menina dos olhos’ no meu governo, porque existia na realidade o inchamento da cidade. Em busca de uma oportunidade pessoas saiam do interior. Quando eu cheguei aqui, constitui uma comissão com a Sudam, a Universidade Federal do Pará e a Secretaria de Educação do Estado. Criei uma comissão para estabelecer um projeto de implantação do 1º Grau completo na zona rural, que era aquele sonho de rebater o êxodo rural. Resultado, tivemos dificuldades porque a comissão não teve êxito, uma vez que as dificuldades de infraestrutura eram grandes, dificultava a implantação do projeto. Aí o que foi que aconteceu, veio a Santarém o presidente da República João Batista Figueiredo, acompanhado do Jarbas Passarinho. Junto com o presidente veio um general, que por meses esteve à frente do Ministério da Educação. Contei do nosso projeto. Aí ele me disse: ‘- Prefeito, às vezes a gente tem de ser um pouco maluco e sair da rotina para ver o sonho pelo menos se implanta ou se cria a viabilidade da implantação. Crie por Decreto!’ Foi o que eu fiz. Ainda ele me disse depois ‘- as próprias instituições que lhe negaram a implantação vêm aprovar no seu município. Escreva isso’.Dito e feito. Criamos em 14 distritos. O sucesso foi tamanho que ensejou, sem falsa modéstia, vir o Conselho Estadual de Educação em Santarém e aprovou por unanimidade o projeto, e ainda aprovou o projeto do Dom Amando e do Santa Clara e outros. Também fomos convidados para fazer a palestra sobre essa famosa municipalização do ensino, que foi inédita no Brasil. Fizemos palestra na Universidade Federal de Santa Catarina, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Escola Superior de Guerra, na Academia Brasileira de Letras. Para você ver, um sonho que naturalmente tinha sido, se não houvesse a ideia do general, parado no tempo, e quem sabe até hoje não permaneceria como era”, expôs o ex-prefeito.
Liberal lembra que depois do sucesso da implantação do primeiro grau, por meio de convênio com o governo do estado, teve a grata satisfação de implantar o 2º Grau no meio rural. “Depois todas as comunidades mandaram já os seus alunos, com cursos concluídos, fazer a Faculdade em Santarém”.
Para atender ao novo contexto, dentro de uma realidade de falta de salas de aulas, o então prefeito pioneiro da municipalização da educação, arregaçou as mangas e construiu 316 salas de aula em alvenaria e 119 em madeira, nas regiões de várzeas.
Outra ação que marca a gestão de Ronan Liberal, em termos de educação, foi ele ter cedido uma escola com 18 salas, para abrigar definitivamente a Universidade Federal do Pará, em solo santareno.
“Cedemos com críticas ferrenhas dos meus adversários. Cedemos local para implantação definitiva em Santarém, da Universidade Federal do Pará. Na ocasião, cedemos a escola Everaldo Martins”, disse.
Sobre o futuro, o ex-prefeito Ronan Liberal revela que tem o sonho de ver um dia, seu filho, o atual vereador Ronan Liberal Júnior, torna-se prefeito.
“O sonho do pai é encaminhar naturalmente o filho. Como eu fui político por acaso ou não, mas graças a Deus eu tive sucesso na política e deixei minha contribuição, sem falsa modéstia, para a história e o progresso do município é claro que eu sonho ver um dia quem sabe o meu filho prefeito de Santarém. Esperar mais um pouco, ele ficar mais maduro e espero que ele sonhe. Primeiro lugar para ser político tem de ser idealista e isso é muito importante, porque com esse idealismo, ele olha o povo, ele olha o município, ele olha as ações de governo, mas ações boas, que tenham resultado para a satisfação do povo, para o progresso naturalmente do município”, finalizou.
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