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No Pará as cartas do baralho das eleições começam a ser postas na mesa

Com o fim do prazos da filiações partidárias e das desincompatibilizações de cargos públicos para as próximas eleições ocorridos ontem, 7, as cartas do baralho político começam a ficar bem mais claras. Pelo menos 6 candidatos devem entrar – ou são cotados - na disputa para governar o Pará no pleito deste ano. Helder Barbalho (MDB); Fernando Carneiro (PSOL); Sidney Rosa (PSB); Márcio Miranda (DEM); Adnan Demachki (PSDB); e Paulo Rocha (PT) terão até o dia 5 de agosto, prazo final das convenções partidárias, para consolidar alianças e definirem seu destino político.



Helder Barbalho (MDB) deixou o Ministério da Integração Nacional na última sexta-feira, 6 e seu nome é uma unanimidade no partido e deverá ser aclamado, juntamente com o senador Jader Barbalho, na convenção da sigla, ainda a ser marcada.

Para Helder, os problemas já debatidos na campanha de 2014 continuam na mesma intensidade, especialmente na questão da segurança pública. “A violência toma conta dos centros urbanos como das áreas rurais. O Pará figura como um dos estados mais violentos do Brasil, com números de guerra. Lamentavelmente o silêncio, a incapacidade e a omissão são marcas deste governo no que diz respeito à segurança pública”.

Helder garante que segurança pública será uma das pautas principais da próxima eleição. “Debatemos por várias vezes a necessidade da junção de esforços com o Governo Federal, inclusive com ação da Força Nacional. Mas os órgãos de segurança do Estado não manifestaram interesse”.

Para Helder, a maior prova de que tentam vender um realidade inexistente é quando o próprio secretário de Segurança Pública, Luiz Fernandes, afirma que se sente seguro em Belém. “Todos nós, cidadãos, sabemos qual é realidade de fato: a violência toma conta do centro à periferia da capital paraense e que ninguém, nem mesmo o secretário, está seguro. Este discurso não passa de demagogia”.

ALIANÇAS

Helder garante que MDB tem dialogado com todos os partidos que se assemelham no desejo de mudança para o Estado do Para. Segundo ele “este diÁlogo está avançado com mais de 10 agremiações partidárias que se assemelham no pensamento de construir uma alternativa para o Estado e debater um programa de eficiência na atividade na utilidade pública e gestão administrativa para fazer as transformações que sociedade paraense deseja”.

A indecisão do grupo de apoio ao governo Jatene continua

O governador Simão Jatene, pressionado pelo seu vice, Zequinha Marinho, que não renunciou e selou o destino político do líder tucano que abandonou o desejo de concorrer ao Senado, está deixando os aliados de sua base de cabelo em pé. Apesar de já ter dito aos quatro cantos do Pará que o candidato do bloco será o presidente da Assembleia Legislativa, Márcio Miranda; na última sexta-feira, 6, Adnan Demachki sempre cotado para disputar o governo, deixou a secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) e abriu um novo leque no jogo político interno do grupo de Jatene.

O próprio Márcio Miranda já confessou a amigos próximos que espera que Jatene cumpra a promessa feita a ele de que seria candidato ao governo. No entanto, o governador está postergando a decisão e convocou uma reunião para o início da próxima semana com Márcio, Adnan e outras lideranças do PSDB e dos partidos que compõem a base. Fontes ligadas ao governador garantem que desta reunião é bem possível que saia uma chapa mista, com Adnan Demachki e Márcio Miranda, sendo que quem será candidato a governador e a senador continua uma incógnita. “O candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, explicou a Jatene que é necessário que seu palanque seja no Pará seja puxado por um psdebista. Márcio Miranda não seria, portanto, a pessoa ideal para o projeto nacional do PSDB”, disse uma fonte ligada a Adnan Demachki.


Já Márcio Miranda, que não respondeu aos questionamentos enviados a ele pela reportagem, tem confidenciado com aliados muito próximos de que anda preocupado com a indefinição exagerada de Jatene. “O que era certo, deixou de ser certo, para virar uma probabilidade. Isso tem incomodado muito o deputado Márcio Miranda”, diz um deputado ligado ao presidente da Assembleia, mas que prefere não se identificar. No entanto, se a chapa para majoritária Adan/Márcio se confirmar independentemente de quem seja candidato ao governo, Jatene vai se indispor com o senador Flexa Ribeiro, que tinha certeza do apoio total do governador para sua reeleição. “É outro obstáculo a ser vencido”, diz o deputado.

Ainda na base aliada, corre por fora o deputado estadual do PSB Sidney Rosa, que parece num nível intermediária nas pesquisas realizadas para o governo até agora. Na reunião desta semana, Jatene deve tentar convencê-lo a disputar o cargo de deputado federal e abandonar a ideia de se arriscar sozinho num voo ao governo. No entanto, um interlocutor de Sidney Rosa garante que Jatene não é quem decidirá, mas sim o partido em nível nacional. “ Quem vai decidir o caminho de Sidney é o PSB. Se ficar decidido que teremos candidato próprio, teremos”, garante uma fonte do diretório do PSB.

PSOL

O vereador Fernando Carneiro confirmou que é pré-candidato ao governo. Desde 2006, o PSOL tem candidatura própria e segundo o vereador, neste ano não será diferente. Fernando assegura que até o momento só existe o nome dele como pré-candidato. No entanto, segundo ele próprio, a decisão será tomada no dia 15. “Estaremos colocando o nosso nome à disposição para disputar o governo do Estado Pará.”

A jornalista Úrsula Vidal, que recentemente deixou a Rede Sustentabilidade para ingressar no PSOL, estava cotada para disputar o governo pelo partido já declinou do convite e deve ser a candidata ao Senado do PSOL.

PT

O PT foi o único partido que definiu antecipadamente seus candidatos à chapa majoritária. Inclusive, no último dia 9 de março, preparou um evento no auditório do Sindicato dos Bancários para lançar o nome de Paulo Rocha para o governo e Zé Geraldo para o Senado. “Vamos fazer o enfrentamento contra os que traíram os trabalhadores e contra aqueles que aumentaram a desigualdade regional no Pará”, avisou Rocha na ocasião.

(Mauro Neto)

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