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Defesa do delegado que matou advogado no porão pede exumação do corpo para exame toxicológico

Advogados do delegado que matou Wilson Lima Justo Filho na casa de show Porão do Alemão, em Manaus, também querem a reconstituição do crime.
Delegado Gustavo Sotero (à esquerda) e o advogado Wilson Lima Justo Filho, morto em novembro do ano passado. Fotos: Divulgação

A defesa do delegado da Polícia Civil Gustavo Sotero, que está preso acusado de ter assassinado o advogado Wilson Lima Justo Filho, em novembro do ano passado, pediu que o corpo da vítima seja exumado para a realização de exame toxicológico. O objetivo é verificar se a vítima tinha consumido algum tipo de droga ilícita no dia do crime.

“Pedimos a exumação e pedimos que fosse feito o exame toxicológico. Nós não achamos normal o fato da vítima, mesmo depois de ter levado dois tiros, ainda tentar desarmar o delegado. Porque existem alguns tipos de droga, como a cocaína, que causam esse tipo de comportamento: uma força física maior. A cocaína fica no corpo durante seis meses”, disse a advogada de Gustavo Sotero, Carmem Romero.

Ainda conforme a advogada, a finalidade do pedido de exumação não é denegrir a imagem da vítima, mas esclarecer o caso. Além do pedido de exumação, os advogados de Sotero também apresentaram à Justiça a defesa preliminar do delegado com vários pedidos, assim como arrolou, inicialmente, 13 testemunhas de defesa.

Os advogados também pediram a realização de uma reconstituição do crime, tomando como base as imagens, o comportamento e a conduta dos envolvidos na confusão.

Lista de pedidos

A defesa do delegado pediu ainda que seja informado o teor alcoólico no sangue coletado da vítima, o resultado do exame toxicológico e que seja encartado aos autos, os exames dos resíduos de pólvora ou chumbo encontrados nas roupas da vítima.

Os advogados também solicitaram a nomeação de um perito assistente. Conforme Romero, este irá acompanhar o perito nomeado pelo juízo. “Caso haja alguma falha e o assistente detecte, este irá apontar e nós iremos peticionar e impugnar o laudo, caso haja. Ele terá acesso aos laudos do juízo, porém não poderá interferir. O perito assistente fará o seu laudo para corroborar com a prova técnica”, explicou ela.

Especialistas

Carmem Romero explicou que a equipe é formada por quatro peritos que virão do estado do Paraná. Eles são especialistas em perícia criminal e fazem parte do grupo do advogado Cláudio Delledone Júnior, que por sua vez, também faz parte do grupo de advogados que trabalham na defesa do delegado Gustavo Sotero.

Delegado afirma ter agido em legítima defesa

Durante depoimento na delegacia, o delegado Gustavo Sotero alegou que agiu em legítima defesa. Sotero também afirmou que foi surpreendido com um soco e que chegou a pedir para que o advogado parasse a agressão. O delegado também alegou que não conhecia Wilson Justo e que não teve noção de que atirou em outras pessoas.

MP-AM já denunciou o delegado

O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) ofereceu denúncia contra o delegado Gustavo Sotero, acusado de homicídio triplamente qualificado pelo assassinato do advogado Wilson Justo Filho, e três tentativas de homicídio contra Fabíola Rodrigues Pinto de Oliveira, esposa de Wilson, Maurício Carvalho Rocha e Iuri José Paiva Dácio de Souza.

O crime ocorreu no dia 25 de novembro, no bar do Porão do Alemão, Zona Oeste de Manaus. O delegado usou uma pistola Taurus .40 para atirar contra o advogado. De acordo com a denúncia, o delegado deve ser penalizado por homicídio qualificado por ter sido cometido por motivo fútil. Gustavo Sotero permanece preso.

(Com informações acritica.com Joana Queiroz Manaus (AM))

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