José Melo foi preso por suspeita de participar de esquema de desvio de verbas da saúde.
Preso no Centro de Detenção Provisória Masculino II, na BR-174, o ex-governador do Amazonas, José Melo (PROS), ainda não recebeu visitas desde que foi preso no dia 21. Segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), não houve tempo hábil para o cadastro de visitantes de Melo à unidade prisional. Cassado por compra de votos na eleição de 2014, o ex-governador foi preso por suspeita de participar de um esquema de desvio de verbas da saúde pública.
Por G1 AM
José Melo durante posse após ser eleito em 2014 (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)
Melo tem rotina normal igual aos demais detentos, com direito a banho de sol e refeições. O G1 apurou que, em razão dos procedimentos necessários para a liberação de visitação, o ex-governador permaneceu sem receber a presença de parentes no sábado (23), dia programado para que os presos do pavilhão dele recebessem familiares. O mesmo ocorreu no domingo, véspera de Natal.
Este ano, as visitas de Natal nas unidades prisionais foram liberadas dias 23 e 24. Na semana seguinte, nos dias 30 e 31, os detentos poderão receber as visitas de fim de ano. Conforme a Seap, os dias 25 de dezembro e 1º de janeiro, que caem na segunda-feira, não estão previstos para a entrada de familiares dos detentos.
Prisão temporária prorrogada
José Melo teve a prisão temporária prorrogada por mais cinco dias. A informação foi confirmada nesta terça-feira (26), pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária. A prorrogação da prisão ocorre após um pedido do Ministério Público Federal (MPF) e deve começar a contar nesta quarta-feira (27).
O G1 tentou contato telefônico com a defesa do ex-governador, mas não obteve sucesso.
Maus Caminhos
A investigação da Operação "Maus Caminhos" apontou que a movimentação financeira do ex-governador do Amazonas, José Melo (PROS), é considerada incompatível com sua renda. Ele teria recebido dinheiro em espécie do médico Mouhamad Moustafa, apontado como o chefe do esquema que desviou recursos destinados à saúde pública.
A participação de Melo no esquema foi identificada por meio de conversas telefônicas interceptadas entre o irmão do ex-governador, Evandro Melo - que chegou a ser preso, e Mouhamad Moustafa. Ex-secretários de governo também foram presos durante a Maus Caminhos.
"Nota técnica da CGU [Controladoria-Geral da União] aponta indícios de enriquecimento de José Melo, especialmente em virtude da aquisição de um imóvel de alto valor, avaliado em cerca de R$ 7 milhões, além de reformas vultuosas em sítio também de sua propriedade", informou comunicado do MPF.
Em 2016, a Operação "Maus Caminhos" desarticulou um grupo que possuía contratos firmados com o governo do estado para a gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Campos Sales, em Manaus; da Maternidade Enfermeira Celina Villacrez Ruiz, em Tabatinga; e do Centro de Reabilitação em Dependência Química (CRDQ) do Estado do Amazonas, em Rio Preto da Eva. A gestão dessas unidades de saúde era feita pelo Instituto Novos Caminhos (INC), instituição qualificada como organização social.
As investigações que deram origem à operação demonstraram que dos quase R$ 900 milhões repassados, entre 2014 e 2015, pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) ao Fundo Estadual de Saúde (FES), mais de R$ 250 milhões teriam sido destinados ao INC.
A apuração indica o desvio de R$ 50 milhões em recursos públicos, além de pagamentos a fornecedores sem contraprestação ou por serviços e produtos superfaturados, movimentação de grande volume de recursos via saques em espécie e lavagem de dinheiro pelos líderes da organização criminosa.
Prisão
José Melo foi preso, no dia 21 de dezembro deste ano, em um sítio em Rio Preto da Eva, na Região Metropolitana de Manaus, e encaminhado para a sede da Polícia Federal (PF), na capital.
No sítio, a PF apreendeu cerca de R$ 90 mil. Aproximadamente R$ 300 foram localizados em outra residência onde foi cumprido mandado de busca e apreensão.
A investigação apura, ainda, a suspeita de utilização de recursos públicos para asfaltar a estrada vicinal (ramal) que dá acesso ao sítio do ex-governador. Ainda segundo a investigação, esse é o único ramal pavimentado na região.
Sítio de propriedade de José Melo fica nas margens do rio Urubu (Foto: Orlando Jr./Rede Amazônica)
Além da prisão de Melo, a Polícia Federal cumpriu mandados em empresas de propriedade da esposa do governador cassado, na manhã desta quinta-feira (21).
O caseiro do sítio de José Melo também foi preso por porte ilegal de arma de fogo, segundo o delegado da Polícia Federal Alexandre Teixeira.
Preso no Centro de Detenção Provisória Masculino II, na BR-174, o ex-governador do Amazonas, José Melo (PROS), ainda não recebeu visitas desde que foi preso no dia 21. Segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), não houve tempo hábil para o cadastro de visitantes de Melo à unidade prisional. Cassado por compra de votos na eleição de 2014, o ex-governador foi preso por suspeita de participar de um esquema de desvio de verbas da saúde pública.
Por G1 AM
José Melo durante posse após ser eleito em 2014 (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)
Melo tem rotina normal igual aos demais detentos, com direito a banho de sol e refeições. O G1 apurou que, em razão dos procedimentos necessários para a liberação de visitação, o ex-governador permaneceu sem receber a presença de parentes no sábado (23), dia programado para que os presos do pavilhão dele recebessem familiares. O mesmo ocorreu no domingo, véspera de Natal.
Este ano, as visitas de Natal nas unidades prisionais foram liberadas dias 23 e 24. Na semana seguinte, nos dias 30 e 31, os detentos poderão receber as visitas de fim de ano. Conforme a Seap, os dias 25 de dezembro e 1º de janeiro, que caem na segunda-feira, não estão previstos para a entrada de familiares dos detentos.
Prisão temporária prorrogada
José Melo teve a prisão temporária prorrogada por mais cinco dias. A informação foi confirmada nesta terça-feira (26), pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária. A prorrogação da prisão ocorre após um pedido do Ministério Público Federal (MPF) e deve começar a contar nesta quarta-feira (27).
O G1 tentou contato telefônico com a defesa do ex-governador, mas não obteve sucesso.
Maus Caminhos
A investigação da Operação "Maus Caminhos" apontou que a movimentação financeira do ex-governador do Amazonas, José Melo (PROS), é considerada incompatível com sua renda. Ele teria recebido dinheiro em espécie do médico Mouhamad Moustafa, apontado como o chefe do esquema que desviou recursos destinados à saúde pública.
A participação de Melo no esquema foi identificada por meio de conversas telefônicas interceptadas entre o irmão do ex-governador, Evandro Melo - que chegou a ser preso, e Mouhamad Moustafa. Ex-secretários de governo também foram presos durante a Maus Caminhos.
"Nota técnica da CGU [Controladoria-Geral da União] aponta indícios de enriquecimento de José Melo, especialmente em virtude da aquisição de um imóvel de alto valor, avaliado em cerca de R$ 7 milhões, além de reformas vultuosas em sítio também de sua propriedade", informou comunicado do MPF.
Em 2016, a Operação "Maus Caminhos" desarticulou um grupo que possuía contratos firmados com o governo do estado para a gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Campos Sales, em Manaus; da Maternidade Enfermeira Celina Villacrez Ruiz, em Tabatinga; e do Centro de Reabilitação em Dependência Química (CRDQ) do Estado do Amazonas, em Rio Preto da Eva. A gestão dessas unidades de saúde era feita pelo Instituto Novos Caminhos (INC), instituição qualificada como organização social.
As investigações que deram origem à operação demonstraram que dos quase R$ 900 milhões repassados, entre 2014 e 2015, pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) ao Fundo Estadual de Saúde (FES), mais de R$ 250 milhões teriam sido destinados ao INC.
A apuração indica o desvio de R$ 50 milhões em recursos públicos, além de pagamentos a fornecedores sem contraprestação ou por serviços e produtos superfaturados, movimentação de grande volume de recursos via saques em espécie e lavagem de dinheiro pelos líderes da organização criminosa.
Prisão
José Melo foi preso, no dia 21 de dezembro deste ano, em um sítio em Rio Preto da Eva, na Região Metropolitana de Manaus, e encaminhado para a sede da Polícia Federal (PF), na capital.
No sítio, a PF apreendeu cerca de R$ 90 mil. Aproximadamente R$ 300 foram localizados em outra residência onde foi cumprido mandado de busca e apreensão.
A investigação apura, ainda, a suspeita de utilização de recursos públicos para asfaltar a estrada vicinal (ramal) que dá acesso ao sítio do ex-governador. Ainda segundo a investigação, esse é o único ramal pavimentado na região.
Sítio de propriedade de José Melo fica nas margens do rio Urubu (Foto: Orlando Jr./Rede Amazônica)
Além da prisão de Melo, a Polícia Federal cumpriu mandados em empresas de propriedade da esposa do governador cassado, na manhã desta quinta-feira (21).
O caseiro do sítio de José Melo também foi preso por porte ilegal de arma de fogo, segundo o delegado da Polícia Federal Alexandre Teixeira.
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