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Indio da Odebrecht é eleito Presidente do Senado


Eunício foi citado na delação premiada do ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho, como suposto destinatário de R$ 2,1 milhões em troca de esforços para aprovação da Medida Provisória 613, de interesse da empreiteira. 

O cearense Eunício de Oliveira, aliado do presidente Michel Temer, foi eleito para presidência do Senado no início da noite desta quarta-feira (01). O cacique do PMDB conseguiu a maioria esmagadora dos votos. 61 senadores votaram em Eunício, enquanto que apenas dez votaram em José Medeiros (PSD-MT). Outros dez senadores preferiram votar em branco.

(Foto: Reprodução)

Com a vitória de Eunício, os peemedebistas ficam por mais dois anos no cargo que já ocupam desde a redemocratização, em 1985, com duas exceções: Antônio Carlos Magalhães (PFL, 1997 a 2001) e Tião Viana (PT, outubro a dezembro de 2007).

Quem é Eunício de Oliveira?

Eunício Oliveira nasceu em Lavras da Mangabeira, cidade de cerca de 31 mil habitantes do sertão do Ceará, divisa com a Paraíba, em 1952.

Além de senador, Eunício é um rico empresário, dono de fazendas e companhias que atuam em áreas diversas, com patrimônio declarado de R$ 99milhões em 2014. Acumula também o cargo de tesoureiro nacional do seu partido, o PMDB, desde 2005.

Apesar de ter ingressado tarde na vida política — se lançou ao seu primeiro cargo eletivo apenas em 1998, com 46 anos de idade, quando ganhou um mandato de deputado federal —, Eunício vive no meio do poder desde criança. Seu pai, Otoni Lopes de Oliveira, foi vereador em Lavras da Mangabeira, sua cidade natal.

Foi reeleito duas vezes como deputado federal, e em 2010, lançou-se ao Senado, e também venceu. Seu mandato atual vai até dezembro de 2018.

Eunício foi membro de diversas entidades estudantis na juventude, se filiando ao MDB em 1972, em pleno regime militar. Após o dinal da ditadura, o MDB a se chamar PMDB.

No governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi ministro das Comunicações, de 2004 a 2005. Era próximo também da ex-presidente Dilma Rousseff, a quem convidou para o casamento de sua filha, em 2015. No ano seguinte, não assumiu a frente da articulação pela queda da petista, mas votou pelo seu impeachment.

Reveses

Sua trajetória política inclui um grande revés: ele tentou se eleger governador do Ceará em 2014, mas perdeu a disputa no segundo turno para Camilo Santana, do PT, que tinha o apoio do ex-governador do Estado Ciro Gomes. Esse pleito marcou o rompimento de Eunício com os irmãos Gomes.

Em 2016, o PMDB se aliou ao PSDB de Tasso Jereissati — político e empresário, dono de diversos Shoppings, incluindo o Bosque Grão Pará em Belém — pela primeira vez em 31 anos na eleição para a prefeitura de Fortaleza, para derrotar o candidato dos irmãos Gomes, Roberto Cláudio (PDT). A união não alcançou seu objetivo — Roberto Cláudio se reelegeu.

Lava Jato

Eunício foi citado na delação premiada do ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho, como suposto destinatário de R$ 2,1 milhões em troca de esforços para aprovação da Medida Provisória 613, de interesse da empreiteira.

O texto tratava, entre outras coisas, de isenções para indústria do setor químico. Ele não é investigado nem denunciado pela Lava Jato, e afirma que todas as doações que recebeu foram regulares.

Eunício já havia sido citado por outro delator, o diretor da Hypermarcas Nelson José de Mello, que afirmou ter repassado R$ 5 milhões à campanha de Eunício para governador do Ceará em 2014 por meio de contratos fictícios.

O senador nega qualquer irregularidade e disse que “nunca autorizou ninguém a negociar recursos em seu nome em troca de favorecimento a qualquer empresa”.

O Supremo julga uma ação que pede que réus sejam proibidos de ocupar cargos na linha sucessória da Presidência da República.

Há uma discussão na Corte se réus devem ser proibidos de ocupar esses cargos, ou se eles apenas seriam impedidos de substituir o presidente da República na sua ausência — solução adotada para o caso do atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Futuramente, se vier a ser denunciado e se tornar réu — o que ainda depende da coleta de provas e outros elementos —, Eunício poderá ser afetado caso o Supremo decida sobre o tema.

No campo profissional, senador possui várias empresas com contratos com governos

Eunício trilhou uma carreira ascendente de empresário. Tem companhias que atuam nos setores de transportes de valores, segurança privada e venda de alimentos, e é proprietário de uma fazenda de 21 mil hectares em Goiás, equivalente a 21 mil campos de futebol.

(Com informações de Nexo)

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