Embora desde março deste ano os nomes dos atual prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), e da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) tenham aparecido em planilhas de possível pagamento de propina, caixa dois ou coisa que o valha, é só agora que se começa a perceber com mais clareza o significado de “delação do fim do mundo” para o acordo da Odebrecht.
Ao lado dos codinomes “Kimono” (Arthur) e “Ela” (Vanessa) aparecem altos valores repassados ilicitamente pela Odebrecht.
Não é possível precisar ainda o total desse dinheiro. Afinal, seus nomes estão em mais de um arquivo no “escritório da propina” da Odebrecht.
“Ela”, por exemplo, aparece em uma planilha como tendo recebido R$ 2,5 milhões em cinco parcelas de R$ 500 mil. “Kimono” está em uma lista que vazou, por enquanto, com R$ 300 mil.
Em outra, novamente R$ 2,5 milhões são registrados como “bônus” para Vanessa.
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Como são muitos nomes, abreviaturas, siglas, números e rabiscos nos documentos apreendidos no “escritório da propina” é preciso esperar que os peritos da Polícia Federal decifrem e mostrem quanto cada um dos políticos recebeu.Depois que a delação publicada nesta sexta-feira, dia 9, pelo “Jornal Nacional”, da TV Globo, fez estragos país a fora, muitos políticos citados trataram de se justificar à medida que seus nomes iam aparecendo nas searas locais.
Em Manaus, logo que acordou, o prefeito “Kimono” tratou de postar em rede social, por volta de 13h, que recebeu dinheiro da Odebrecht, mas não no valor citado.
O que já é ponto pacífico nas investigações da Lava Jato: todos os nomes citados faziam parte do projeto da Odebrecht de dominar pela propina e corrupção o sistema político brasileiro, em todo canto.
Marcelo Odebrecht e seus tentáculos criaram uma estrutura de crime organizado para recrutar esses políticos com potencial para influenciar no Congresso Nacional.
“Kimono” era para a Odebrecht um desses políticos que teriam expressão em Brasília. Daí o investimento da empreiteira em seu nome. O plano foi frustrado pela derrota de Arthur para os atuais senadores Eduardo Braga (PMDB) e Vanessa.
Como esta delação foi apenas a primeira de mais de 70 ex-dirigentes da Odebrecht que vão contar tudo o que sabem para o juiz Sérgio Moro, há de se prever que o fim do mundo para uma boa parcela de políticos vai chegar mais rápido do que podiam esperar.
“Se os executivos comprovarem tudo o que dizem, a política será definida como a.O. e d.O. — antes e depois da Odebrecht”, dizem procuradores do Ministério Público.
Fotos: Reprodução/BNC
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