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Santarém- Renascer com amor e sabedoria.


Jorge Cavalléro (*)

Estou há muito tempo longe do meu torrão, da minha outrora linda e adorada Santarém.
Acompanhei seus vários prefeitos, vereadores, secretários municipais e parlamentares eleitos por Santarenos, para que pudessem dar ao nosso município o seu desenvolvimento justo, sustentável, próspero e solidário. Mas foi tudo uma tremenda utopia "palavra que vem do grego utopos, que quer dizer em lugar nenhum, exatamente isso, nunca chegamos a lugar nenhum. Entra prefeito e sai prefeito e a situação continua sempre na mesma.
Certa vez, perguntaram para Dante Aliguieri sobre qual foi mais difícil escrever: o céu ou o inferno? Ele respondeu: ''sobre o céu''. Na réplica, ouviu a pergunta: ''Por que''? Ele respondeu: ''Porque eu nunca vi o céu''. O interlecutor, então, aduziu: ''E o inferno, você o viu''? Ele encerrou: ''Vi na cidade, em torno de mim''.
A perfeição é desumana. Cidade justa não existe. Se ela for menos injusta do que as outras, está muito bom. É justo dar a todos o mesmo ponto de partida. Terminada a competição, os que caíram pelas tabelas – os que ficaram por último – devem ser atendidos. Sustentável é a cidade que tende a eliminar desperdício. Com isso – economizando – ela aumenta o econômico, diminuindo os saques sobre a natureza. Quanto mais próspera for uma cidade, mais solidária ela deve ser. A distância entre os bairros ricos e os menos ricos deve ser – economicamente – cada vez menor. Entendo que uma cidade só será próspera se ela for, antes, solidária.

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Um bom Projeto de Cidade não pode faltar e um grande plano diretor se faz indispensável. Este deve ter os olhos postos no futuro, mas precisa ter os pés firmemente apoiados no presente, pois ''Já não se faz mais futuro como antigamente''.
Hoje temos a infelicidade de criarmos políticas de tal ordem suicidas que os melhores filhos de Santarém queriam ser funcionário público. A seguir, queriam trabalhar no setor privado. Os menos preparados iam cuidar de política, dos assuntos de estado, exatamente – também entendo assim – a mais nobre das atividades humanas. Mas, no arco do tempo, a política também pode ser – como dizia o senador romano Marcus Tulius Cícero – ''a escola do crime''.
O prefeito, os vereadores e seus secretários deveriam compatibilizar a necessidade de investimentos crescentes para atender à população com receitas que parecem cada vez mais insuficientes. Portanto tem-se de saber com precisa o que deve ser priorizado?
Bom governante municipal é aquele que, cada vez mais, aumenta despesa de capital e reduz, na mesma proporção as despesa de custeio. Não conheço nenhum – dos três níveis – que tenha feito isto. Conheço – lamentavelmente – quem fez o contrário. Este costuma mandar a conta de seu desgoverno para o contribuinte pagar suas contas. Santarém do século XXI, deve ser contemplado com uma nova lei Áurea.
Não há plano regional sustentável sem plano nacional e estadual consistente. As lideranças regionais precisam verificar para onde vai o futuro e chegar antes. É por isso que é necessário ter-se um prefeito que seja maior do que a cidade. Quando se tem um prefeito menor, a cidade vai assumindo o tamanho de seu dirigente. E se apequena. É preciso ter planos grandiosos. E que seja grandioso também quem lidera sua execução. Talento é exatamente a capacidade de transformar um ideal em realidade.
O melhor governo é o que menos governa, diz a sabedoria popular. E que convoca o cidadão para construir – e reconstruir, quando necessário – a sua cidade. Cidadão mora na casa e habita a cidade. Ele precisa participar do processo – liderado pelo poder público, não pelo poder estatal – de estabelecimento de GPS para a fixação dos caminhos que a cidade deve percorrer. O itinerário é imposto pelo investimento em infraestrutura adicionado a um conjunto de medidas governamentais. A infraestrutura econômica – saneamento básico, preservação do meio ambiente, sistema viário, mobilidade urbana, dentre outros – é preliminar e pressuposto de um plano diretor de desenvolvimento.
Quero com tudo isso dizer que só cresceremos com a união dos grandes Santarenos notáveis. Deixemos de lado as guerras partidárias, pois para os partidos políticos não interessa o crescimento sustentável da nossa terra tão querida, e sim suas colocações horrorosas sempre para atender as necessidades de cada um.
Temos como eleger, basta que se reúnam em torno de um pensamento de crescimento aos Santarenos notáveis, e dentre eles enxergo, Otávio Macedo, Paulo Gasolina, José Ronaldo Campos, Dayan Serique, poderiam voltar à cena política os empresários Nivaldo Pereira, Hilário Coimbra, Rui Corrêa, e outros mais. O que eu quero é que sejam Santarenos da gema e da casca do ovo, e não paraquedistas que aqui chegaram e não tem o compromisso com nossa gente.


É Santareno reside em Manaus.

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