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Abafa na lava jato força saída de Jucá do governo interino do PMDB


Temer aguardará repercussão de entrevista de Jucá para decidir sobre saída
Tendência mais provável é saída do ministro do Planejamento12


O presidente interino, Michel Temer, avaliará a repercussão de uma entrevista coletiva que o ministro do Planejamento dará ainda hoje para decidir o destino de Romero Jucá.

A tendência mais provável é a saída do ministro do governo, mas Jucá pediu uma oportunidade de defesa e ganhou algumas horas para tentar explicar o diálogo com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Reportagem de Rubens Valente, da “Folha de S.Paulo”, revelou hoje conversa na qual Jucá sugere “pacto” para delimitar as investigações da Lava Jato.

Em reunião com Jucá, Temer disse ao ministro que o governo tem de reafirmar “apoio público aos valores da Lava Jato e aos atos da operação”. Afirmou que a nova administração não poderia entrar em choque com a investigação, que tem suporte da população para o estabelecimento de uma nova “moral pública”.

Jucá pediu que Temer esperasse as respostas que pretende dar em entrevista hoje. O ministro ganhou a oportunidade de tentar se explicar, mas a avaliação preponderante na cúpula do governo é que o destino dele está selado, porque será difícil convencer a opinião pública de que não tramou contra a Lava Jato.

Jucá pretende solicitar a divulgação de toda a gravação para sustentar que, num trecho publicado como inaudível, teria falado em consertar a economia e não em barrar a Lava Jato. Mas o diálogo divulgado pela “Folha de S.Paulo” não deixa margem para dúvida. Houve sugestão clara de um pacto para abafar a Lava Jato, reforçando a versão de que a queda de Dilma seria uma forma de alcançar esse objetivo.

Politicamente, é insustentável a permanência de Jucá no Planejamento. Até aliados do novo governo já pedem a cabeça do ministro. Quanto mais tempo ele demorar a deixar o posto, maior será o desgaste para o governo.



KENNEDY ALENCAR
BRASÍLIA

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