As duas opções de Mobilidade Urbana para Manaus, tão comentada pelo Governo Federal, Estadual e Municipal não saíram do papel.
Sem mobilidade urbana, Manaus aposta no turismo como legado da Copa
As duas obras de mobilidade urbana que a Copa do Mundo deixaria para Manaus, que vai sediar jogos de duas seleções campeãs, Itália e Inglaterra, não saiu do papel e as autoridades apostam agora no turismo como grande legado da competição.
Os governantes prometeram à população obras de um monotrilho e do BRT (sigla em inglês de Bus Rapid Transit), orçadas em R$ 1,6 bilhão, mas os projetos, que deveriam melhorar a infraestrutura da capital amazonense, não se tornaram realidade.
Às vésperas do início da Copa, os empreendimentos estão atrasados, entre eles, as reformas dos centros de treinamentos, do Porto de Manaus, do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes e da orla da Manaus Moderna - região do cais onde atracam milhares de embarcações que transportam ribeirinhos nas viagens pelos rios da Amazônia.
Segundo o Ministério do Turismo e a Amazonastur, órgão de turismo do governo Amazonas, os jogos em Manaus devem atrair 88 mil turistas. Além de Itália e Inglaterra, a cidade vai receber também as seleções de Portugal, Estados Unidos, Camarões e Croácia.
Sem o legado em infraestrutura urbana, o governo do Amazonas aposta no crescimento do turismo e na possibilidade de investimentos econômicos futuros.
Miguel Capobiango, coordenador da Unidade Gestora da Copa (UGP) do governo do Amazonas, disse à Agência Efe que a Copa vai gerar "ações positivas para o futuro".
"Manaus passará a ser conhecida e a fazer parte do elenco de alternativas de investimentos. Novos negócios deverão ocorrer", afirmou Capobiango, que espera "resultados de médio e longo prazo".
As obras de mobilidade urbana como o monotrilho e o BRT foram projetadas pelos governos federal e estadual e pela prefeitura de Manaus e previstas na Matriz de Responsabilidade da Copa do Mundo.
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O orçamento de R$ 1,3 bilhão, sendo R$ 800 milhões financiados pelo Governo Federal, para as obras do monotrilho foi questionado pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
O MPF alegou que o orçamento do monotrilho apresentava dados incompletos e enviou recomendações para que os governos fizessem correções, mas não foi atendido.
Em outubro de 2013, o juiz federal Rafael Leite Paulo acatou ação do MPF e determinou a suspensão do projeto e impediu que a Caixa Econômica Federal concedesse empréstimo para a construção da obra.
Como não conseguiu recursos da Caixa, o governo do Amazonas transferiu o projeto do monotrilho para o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), onde ainda tem previsão de execução.
Na esteira do cancelamento do monotrilho, a prefeitura de Manaus modificou o projeto do BRT, que foi orçado anteriormente em R$ 290 milhões, e prevê iniciar a obra após os jogos.
Segundo o projeto da Matriz de Responsabilidade da Copa do Mundo, o monotrilho de Manaus ligaria a região norte da cidade à área central. O percurso de 20,2 quilômetros passaria pela rodoviária, região hoteleira e no estádio Arena da Amazônia. Os passageiros seriam transportados em dez trens.
Em outra ação, que não é oficialmente vinculadas à Copa, embora seja difícil dissociá-la do evento, a prefeitura retirou parte dos vendedores ambulantes do centro histórico de Manaus.
No entanto, os camelôs continuam nas ruas transversais, que têm grande fluxo do comércio, amontoados em barraquinhas de lonas, dificultando a passagens dos pedestres e de veículos.
Por sua vez, a Infraero diz que as obras do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes e do Porto de Manaus devem ser inauguradas na véspera do início dos jogos.
Com um orçamento de R$ 444,46 milhões, a reforma do aeroporto vai ampliar a capacidade de 6,4 milhões para 13,5 milhões de passageiros ao ano.
Segundo a assessoria de imprensa da Infraero, até o final de março, 90% das obras haviam sido concluídas. O órgão, no entanto, diz que não há uma data certa para sua inauguração.
Já as obras de reformas do Porto de Manaus tem previsão para serem finalizadas no dia 31 de maio, segundo a assessoria de imprensa do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), ligado ao Ministério dos Transportes. O orçamento é de R$ 89,4 milhões, segundo o projeto da Matriz de Responsabilidade da Copa do Mundo.
A única obra prometida e plenamente viabilizada foi a construção da Arena da Amazônia Vivaldo Lima, que vai sediar quatro jogos da Copa do Mundo.
Com capacidade para receber 44 mil torcedores, o novo estádio custou oficialmente R$ 605 milhões, segundo a assessoria de imprensa da UGP Copa. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiou 75% do custo em um prazo de 20 anos.
O estádio foi construído no lugar do estádio antigo, o Vivaldo Lima, conhecido como Vivaldão, cuja desativação causou protestos de muitos defensores de sua manutenção e reclamações de pessoas que questionaram os gastos com um novo espaço esportivo.
Durante as obras do estádio, três operários morreram, tornando Manaus a cidade-sede da Copa a registrar o maior número de acidentes fatais.
Além disso, inúmeras irregularidades trabalhistas foram constatadas pelo MPT e uma ação contra a construtora Andrade Gutierrez, construtora do estádio, tramita na Justiça do Trabalho.
Sem representantes nas séries A, B ou C do Campeonato Brasileiro e para evitar que a arena se torne um "elefante branco", o governo do Amazonas está pagando R$ 1 milhão apenas para que a empresa de consultoria Ernest & Young faça um "estudo sobre a modelagem de operação".
O estudo deve ser entregue ainda neste mês de maio, segundo informações da assessoria de imprensa da UGP Copa. De acordo com Miguel Capobiango, somente após a entrega do relatório elaborado pela empresa consultora é que "o governo vai decidir como será a operação da Arena da Amazônia".
O orçamento de manutenção mensal do estádio, estimado em R$ 500 mil, também pode sofrer alterações. "Estamos visando uma operação rentável. O paradigma que temos é esse valor", afirmou Capobianco.
Para o coordenador da UGP Copa de Manaus, não é possível no momento decidir se jogos regionais serão realizados no estádio. "Não tem como dizer que de uma hora para outra os jogos vão atrair público. Mas a Arena vai ajudar a criar uma referência interessante, como formação de torcida", comentou.
EFE - Agencia EFE - Todos os direitos reservados. Está proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agencia EFE S/A.
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Sem mobilidade urbana, Manaus aposta no turismo como legado da Copa
As duas obras de mobilidade urbana que a Copa do Mundo deixaria para Manaus, que vai sediar jogos de duas seleções campeãs, Itália e Inglaterra, não saiu do papel e as autoridades apostam agora no turismo como grande legado da competição.
Os governantes prometeram à população obras de um monotrilho e do BRT (sigla em inglês de Bus Rapid Transit), orçadas em R$ 1,6 bilhão, mas os projetos, que deveriam melhorar a infraestrutura da capital amazonense, não se tornaram realidade.
Às vésperas do início da Copa, os empreendimentos estão atrasados, entre eles, as reformas dos centros de treinamentos, do Porto de Manaus, do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes e da orla da Manaus Moderna - região do cais onde atracam milhares de embarcações que transportam ribeirinhos nas viagens pelos rios da Amazônia.
Segundo o Ministério do Turismo e a Amazonastur, órgão de turismo do governo Amazonas, os jogos em Manaus devem atrair 88 mil turistas. Além de Itália e Inglaterra, a cidade vai receber também as seleções de Portugal, Estados Unidos, Camarões e Croácia.
Sem o legado em infraestrutura urbana, o governo do Amazonas aposta no crescimento do turismo e na possibilidade de investimentos econômicos futuros.
Miguel Capobiango, coordenador da Unidade Gestora da Copa (UGP) do governo do Amazonas, disse à Agência Efe que a Copa vai gerar "ações positivas para o futuro".
"Manaus passará a ser conhecida e a fazer parte do elenco de alternativas de investimentos. Novos negócios deverão ocorrer", afirmou Capobiango, que espera "resultados de médio e longo prazo".
As obras de mobilidade urbana como o monotrilho e o BRT foram projetadas pelos governos federal e estadual e pela prefeitura de Manaus e previstas na Matriz de Responsabilidade da Copa do Mundo.
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O orçamento de R$ 1,3 bilhão, sendo R$ 800 milhões financiados pelo Governo Federal, para as obras do monotrilho foi questionado pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
O MPF alegou que o orçamento do monotrilho apresentava dados incompletos e enviou recomendações para que os governos fizessem correções, mas não foi atendido.
Em outubro de 2013, o juiz federal Rafael Leite Paulo acatou ação do MPF e determinou a suspensão do projeto e impediu que a Caixa Econômica Federal concedesse empréstimo para a construção da obra.
Como não conseguiu recursos da Caixa, o governo do Amazonas transferiu o projeto do monotrilho para o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), onde ainda tem previsão de execução.
Na esteira do cancelamento do monotrilho, a prefeitura de Manaus modificou o projeto do BRT, que foi orçado anteriormente em R$ 290 milhões, e prevê iniciar a obra após os jogos.
Segundo o projeto da Matriz de Responsabilidade da Copa do Mundo, o monotrilho de Manaus ligaria a região norte da cidade à área central. O percurso de 20,2 quilômetros passaria pela rodoviária, região hoteleira e no estádio Arena da Amazônia. Os passageiros seriam transportados em dez trens.
Em outra ação, que não é oficialmente vinculadas à Copa, embora seja difícil dissociá-la do evento, a prefeitura retirou parte dos vendedores ambulantes do centro histórico de Manaus.
No entanto, os camelôs continuam nas ruas transversais, que têm grande fluxo do comércio, amontoados em barraquinhas de lonas, dificultando a passagens dos pedestres e de veículos.
Por sua vez, a Infraero diz que as obras do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes e do Porto de Manaus devem ser inauguradas na véspera do início dos jogos.
Com um orçamento de R$ 444,46 milhões, a reforma do aeroporto vai ampliar a capacidade de 6,4 milhões para 13,5 milhões de passageiros ao ano.
Segundo a assessoria de imprensa da Infraero, até o final de março, 90% das obras haviam sido concluídas. O órgão, no entanto, diz que não há uma data certa para sua inauguração.
Já as obras de reformas do Porto de Manaus tem previsão para serem finalizadas no dia 31 de maio, segundo a assessoria de imprensa do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), ligado ao Ministério dos Transportes. O orçamento é de R$ 89,4 milhões, segundo o projeto da Matriz de Responsabilidade da Copa do Mundo.
A única obra prometida e plenamente viabilizada foi a construção da Arena da Amazônia Vivaldo Lima, que vai sediar quatro jogos da Copa do Mundo.
Com capacidade para receber 44 mil torcedores, o novo estádio custou oficialmente R$ 605 milhões, segundo a assessoria de imprensa da UGP Copa. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiou 75% do custo em um prazo de 20 anos.
O estádio foi construído no lugar do estádio antigo, o Vivaldo Lima, conhecido como Vivaldão, cuja desativação causou protestos de muitos defensores de sua manutenção e reclamações de pessoas que questionaram os gastos com um novo espaço esportivo.
Durante as obras do estádio, três operários morreram, tornando Manaus a cidade-sede da Copa a registrar o maior número de acidentes fatais.
Além disso, inúmeras irregularidades trabalhistas foram constatadas pelo MPT e uma ação contra a construtora Andrade Gutierrez, construtora do estádio, tramita na Justiça do Trabalho.
Sem representantes nas séries A, B ou C do Campeonato Brasileiro e para evitar que a arena se torne um "elefante branco", o governo do Amazonas está pagando R$ 1 milhão apenas para que a empresa de consultoria Ernest & Young faça um "estudo sobre a modelagem de operação".
O estudo deve ser entregue ainda neste mês de maio, segundo informações da assessoria de imprensa da UGP Copa. De acordo com Miguel Capobiango, somente após a entrega do relatório elaborado pela empresa consultora é que "o governo vai decidir como será a operação da Arena da Amazônia".
O orçamento de manutenção mensal do estádio, estimado em R$ 500 mil, também pode sofrer alterações. "Estamos visando uma operação rentável. O paradigma que temos é esse valor", afirmou Capobianco.
Para o coordenador da UGP Copa de Manaus, não é possível no momento decidir se jogos regionais serão realizados no estádio. "Não tem como dizer que de uma hora para outra os jogos vão atrair público. Mas a Arena vai ajudar a criar uma referência interessante, como formação de torcida", comentou.
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