Há 20 anos eu estava cheio de vitalidade e sonhos. E eu encontrei um cara um pouco mais velho que eu, que tinha um plano de mudar o Amazonas e suas velhas práticas de desenvolvimento para o Estado.
E esse cara me fez acreditar nesse sonho e nos ideais. O nome dele é Eduardo Braga, de quem fui secretário e pude conviver e acompanhar o começo da minha carreira.
Com o Eduardo caminhei por estradas cheias de pedras. Fui leal, como sou aos meus amigos e convicções.
Ao seu lado foram três eleições. Três derrotas. E ainda que eu estivesse eleito não o abandonei por acreditar ainda que o seu propósito de fazer melhor pelo Amazonas era verdadeiro. Fui leal e me mantive numa zona de guerra e desconforto para manter a minha coerência. Tive inúmeros convites. Não os aceitei.
Após sua vitória, e até um pouco antes dela, aquele cara que eu acreditava foi mudando. Seu jeito, suas ações e principalmente ideias e valores.
Refletindo, hoje me dou conta que preferia o jeito do Eduardo derrotado, perdedor.
Percebi que a postura e os rumos tomados naquele momento por ele não condiziam plenamente pelo o que lutamos. Foi quando sai do PMDB e me afastei do grupo. E fui afastado também. Eles também sabiam que eu não iria baixar a cabeça e simplesmente concordar com o que não acreditava.
Desta forma, iniciei minha caminhada com independência. Fui atrás de novas alternativas. E nesse caminho pude conviver com figuras políticas antagônicas, porém marcantes. Conheci vários lados do fazer a política para o bem e para o mal. Pude identificar a inteligência sendo usada em benefício particular, como para fins coletivos.
E hoje, após 17 anos de vida pública, continuo sendo um cidadão de classe média. Vivo do meu salário, não sou rico e não tenho fortunas ou empresas diversas. Nem tampouco pendências em alguma esfera da justiça brasileira. Mantive a lealdade com minhas origens e soube separar o joio do trigo. Conviver com o contraditório me deu a clareza necessária para saber o limite em negociar ideias e não ideais. E é aí que decidi tomar uma posição.
O que chegamos a ter foi um sonho que não se concretizou. A chegada ao poder sufocou o diálogo e anulou as contradições. Agora, só uma pessoa sabia o que era bom e o que não era. Se colocou como um deus, acima do bem e do mal.
Não fui eu quem mudou de lado. Foram eles que mudaram os seus valores e concepções, tratando a política como uma extensão de suas casas.
Neste momento, a configuração política e o poder da grana começam a apontar para uma continuidade que sinceramente eu não posso mais suportar calado, quieto.
Eu ainda acredito em desenvolver este Estado, em ter uma política social, saúde, terra, trabalho e renda que seja coletiva, para muitos, fortalecendo e ampliando as boas iniciativas já existentes e ousar cada vez mais. Precisamos partilhar sonhos e felicidade e não mais individualidade.
A hora agora é buscar, de novo, um caminho que me aproxime do que acredito. Do posso fazer. Eu tenho uma dívida com a minha geração e pretendo pagá-la com meu sacrifício.
Mudei de partido, saindo do PSD, onde deixo um grande amigo que é o Governador Omar Aziz, cujas contradições sempre conseguimos equalizar no campo das ideias. Hoje estou como presidente regional do Partido da Mobilização Nacional com uma missão: fazer novos amigos, conversar e ouvir mais e pensar na mobilização que este Estado precisa para avançar de forma mais rápida e melhor.
Chegou o momento em que, humildemente, me coloco à disposição da minha geração, do povo do Amazonas para ser um catalizador de conhecimento, disposto a aprender com quem se preparou e sabe mais do que nós para trazer um novo sonho para este Estado, adequado ao novo momento no qual vivemos. E que este sonho vire uma realidade agora nesta eleição que se aproxima. Vamos enfrentar descrença, ignorância, má-fé, mentiras. Não importa. Minha vida tem sido construída sob desafios. E este, sem dúvida, é o maior deles. Mas me sinto preparado. Eu me sinto revigorado por descobrir que ainda é tempo de mudar. Sempre é.
Nosso partido representará uma geração esmagada pela politicagem. Iremos conversar com todos em busca de alternativas. Queremos efetivamente discutir uma nova forma de fazer política. Uma política onde juntos podemos mais.
“E meus amigos parecem ter medo de quem fala o que sentiu. De quem pensa diferente. Nos querem todos iguais”. (Legião Urbana)
Publicado em sua página do fecebook e transcrita para o blog
Deputado gosto de vê sua coerência, tamo junto.
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