Um novo teste desenvolvido pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio, permite o diagnóstico de leptospirose em 24 horas. Hoje, os testes existentes demoram de cinco a seis dias para confirmar a doença.
Ainda em fase experimental, o novo exame realiza o diagnóstico por meio da identificação da leptospira, a bactéria causadora da doença. A identificação rápida da leptospirose permite que o paciente seja tratado de forma mais eficaz.
Com sintomas semelhantes aos da dengue, hepatite A e outros processos infecciosos, o paciente só era diagnosticado quando o organismo produzia anticorpos, quase uma semana depois de ser infectado. Com o novo teste, a leptospirose pode ser detectada no primeiro ou segundo dia de contaminação. A doença é transmitida principalmente pela urina de animais infectados. Seus sintomas são febre, dor de cabeça e comprometimento gastrointestinal.“O mais importante para o paciente é o diagnóstico precoce. E para a Vigilância Epidemiológica a importância é saber o tipo de bactéria circulante, para que se possa controlar os animais [cães, bois ou outros mamíferos] da cadeia de transmissão e evitar surtos e epidemias”, afirma a microbiologista Ilana Balassiano, do Instituto Oswaldo Cruz.
Reconhecimento
A pesquisa foi divulgada na revista científica Diagnostic Microbiology and Infections Disease, em 2012. Os resultados serão apresentados no Congresso de Microbiologia na Alemanha, em julho deste ano. O novo teste é chamado de PCR-Imunocaptura. Segundo Balassiano, existem aproximadamente 20 espécies de bactérias da doença.
A identificação é feita em diferentes níveis – gênero, espécie e outros – para classificar a bactéria e apontar o animal associado à cadeia de transmissão da doença.
Desde 2005, o Brasil registrou 31.418 casos de leptospirose. Em 2011 houve o maior número de doentes: 4.832, com 436 mortes.
Só no ano passado, foram registrados 3.242 casos e 268 óbitos. Neste ano, o número já chega a 693, sendo 63 as vítimas fatais.
Fonte: Agência Fapeam através Folha de São Paulo.
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