Igarapé formador já se foi
Por Manoel Dutra
Seis meses de denúncias e protestos não foram suficientes para impedir o assassinato do Lago Juá, dos igarapés que o formam, das ameaças à Área de Proteção Ambiental que separa o lago e o loteamento da empresa Buriti e as ameaças de poluição da paria do rio Tapajós naquela imediação. A maior agressão ambiental urbana da Amazônia, que está se realizando em Santarém, no Pará, parece que vencerá.
Ontem,domingo, 3 de março, um grupo de 12 pessoas fez uma incursão pela mata, chegando até o principal igarapé formador do Juá, encontrado como um esgoto, com suas águas tomadas pela lama que desce,com as chuvas, do loteamento irregular da Buriti.
Estiveram no local representantes dos movimentos Tapajós Vivo, Abraço ao Juá e Movimento pelo direito à moradia. As obras do loteamento estão parcialmente paralisadas, mesmo depois que o Tribunal de Justiça do Pará mandou prosseguir.
A obra está envolta numa série de irregularidades, como ausência de relatório de impacto ambiental e outras ilegalidades. A entrega de tamanha área urbana à Buriti foi obra de final de governo da prefeita Maria do Carmo Lima. O atual prefeito Alexandre Von mandou paralisar parte da devastação, mas a empresa luta na justiça para continuar a destruição de um dos mais belos recantos da cidade.
Manoel Dutra é jornalista.
E até agora não foi feito nada para salvar essa fonte que era cristalina.
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