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mãe de bebê roubado tenta superar trauma


Odete e a filha permaneceram internadas no hospital pronto-socorro João Lúcio e na maternidade Ana Braga durante 15 dias, após serem vítimas de um parto forçadoMARIA DERZI

Ainda retraída depois do trauma de quase ser morta após ter a filha roubada, Odete mostra as roupas do enxoval do bebê

Ainda retraída depois do trauma de quase ser morta após ter a filha roubada, Odete mostra as roupas do enxoval do bebê (Clóvis Miranda)

Após protagonizarem uma das histórias mais trágicas já registradas em Manaus, nos últimos tempos, a dona de casa, Odete Pego Ferreira, 22, e a recém-nascida Ana Vitória Ferreira, de apenas 15 dias de vida, finalmente, estão em casa.

Odete e a filha permaneceram internadas no hospital pronto-socorro João Lúcio e na maternidade Ana Braga durante 15 dias, após serem vítimas de um parto forçado, quando a Odete teve a barriga cortada com uma lâmina de barbear pela falsa grávida Dayana Pires dos Santos, 21.

De resguardo e ainda se recuperando dos ferimentos na barriga, Odete falou sobre o que aconteceu na manhã do dia 25 de setembro, quando ela, no 9º mês de gestação, foi atacada por Dayana, que queria roubar o bebê.


Mesmo reticente em falar sobre o assunto, por ainda estar traumatizada, Odete diz que pouco se lembra do que aconteceu. “Eu conheci a Dayana na segunda-feira, quando ela veio conversar comigo. Ela me contou que tinha perdido o bebê dela e me prometeu o enxoval. Fomos para a casa dela a pé, conversando sobre o bebê e a vida dela. Fui sozinha com ela, junto com o meu filho Vítor. Não vi perigo nenhum em ir na casa dela”, lembrou Odete.

A dona de casa contou que, quando chegou à residência de Dayana, tudo parecia estar tranquilo. Após uma breve conversa, ela só se lembra que, repentinamente, Dayana a sufocou e, após isso, ela ficou inconsciente. “Fui pega de surpresa. Só me lembro dela me engasgar. Daí em diante não lembro de mais nada. Ela disse para a polícia que me deu uma porrada na cabeça, mas também não me lembro”, disse Odete.

Lembranças

Dos dias em que ficou internada, Odete guarda uma lembrança feliz. “A única alegria foi o dia em que, finalmente, conheci e pude amamentar minha filha”, revelou. O primeiro encontro entre mãe e filha só aconteceu quatro dias depois do crime e do nascimento do bebê.

Temerosa pela soltura da agressora

Em casa, na companhia da família e, principalmente, da filha Ana Vitória, Odete Ferreira só tem uma preocupação: a possibilidade da Justiça liberar Dayana dos Santos da cadeia. “Ficamos sabendo que os familiares dela estão tentando, a todo custo, tirar ela da prisão, dizendo que ela tem problema mental. De doida ela não tem nada”, disse Odete.

Agressora

O secretário-executivo de Justiça e Direitos Humanos, Bernardo Encarnação, informou que Dayana Pires continua presa em uma cela isolada no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj). Ele teve a prisão preventiva decretada. Ainda não há previsão para o julgamento.

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