quarta-feira, 13 de junho de 2012
Wilton Dolzanis é acusado de ter mandado matar o advogado Walter José Cardoso, crime ocorrido no ano de 1996.
Um dos júris mais aguardados do ano, em Santarém começa nesta quinta-feira (14/06), às 8 horas, com previsão para três dias de julgamento, no salão do Tribunal do Júri de Santarém, pela 10ª Vara Penal especializada em Júri Popular. No banco dos réus, o mais experiente advogado criminalista da cidade, Wilton Walter Moraes Dolzanis, 61 anos, acusado de ter mandado matar outro colega criminalista, Walter José Cardoso Santos, assassinado em 10/09/1996, durante a campanha eleitoral da qual era candidato a vereador. Walter Cardoso notabilizou-se por ser advogado aguerrido e polêmico, que denunciava à Imprensa qualquer atitude que considerava suspeita.
O crime teve grande repercussão na imprensa à época, e já teve o julgamento dos pistoleiros contratados, RUI HUDSON DUARTE FERREIRA, o "Gavião", e ADEMAILTON CORDEIRO DE MORAES, o "Pernambuco". O segundo já é falecido e o primeiro cumpre sua sentença em penitenciária federal. Outro que já foi julgado pelo mesmo crime foi o advogado Raimundo Messias Oliveira de Sousa, o "Dinho", que também foi condenado, mas acabou assassinado em Itaituba, quando se encontrava em liberdade condicional [o júri dos possíveis matadores de Dinho, está marcado para acontecer nas próximas semanas, na Comarca de Itaituba].
Segundo a denúncia do Ministério Público, há indícios nos autos que Dolzanis teria sido mandante do crime, por conta de suas relações com Dinho, Gavião e Pernambuco. O MP pede a condenação do réu pelo crime de Homicídio Duplamente Qualificado(crime cometido com contratação de pistoleiros e de emboscada), que pode resultar numa pena máxima de até 30 anos de prisão. O réu nega as acusações e fará sua auto-defesa durante o tribunal, acompanhado de outros três advogados: José Ronaldo Dias Campos, Luis Alberto Mota Figueira e Benones Agostinho do Amaral.
Na semana passada, um dos advogados de Dolzanis entrou com pedido de adiamento da sessão e outro com pedido de acompanhamento médico, por conta de problemas de saúde que enfrenta. O MP, que será representado pelo promotor público Cláudio Lopes Bueno, foi contrário ao adiamento da sessão bem como a outros pedidos feitos pelo réu. O juiz Gérson Marra Gomes, que presidirá a sessão, ainda não deliberou sobre os pedidos e só o fará durante a abertura dos trabalhos.
Procedimentos - Por ser um caso complexo com 22 testemunhas (entre políticos, policiais, jornalistas e advogados, a serem ouvidos), a sessão do júri vem despertando o interesse de todos os setores, principalmente dos alunos de Direito das três instituições de Ensino Superior que tem cursos da área. Diante disso, foi definido um procedimento especial pelo juiz-presidente da sessão: somente 20 dos 118 lugares na plateia serão reservados às famílias do réu e da vítima. Os outros 98 assentos serão ocupados por ordem de chegada. Não será permitida a permanência de pessoas no recinto que ultrapassem essa quantidade, ou seja, ninguém poderá assitir ao júri em pé. Na abertura dos trabalhos, a maioria dos assentos será utilizada pelas testemunhas e jurados, até o fim dos procedimentos de praxe. Depois disso, a entrada será liberada para quem estiver aguardando no corredor. As medidas visam evitar tumulto que prejudique o andamento dos trabalhos. (J. Ninos)
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