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COLETA E DESTINO



*ARTHUR VIRGÍLIO

          Lisboa – Em muitas cidades brasileiras, a coleta de lixo ainda é um problema. Manaus era assim, quando cheguei para governá-la. Simplesmente não havia coleta sistematizada. Os equipamentos eram defasados, a população sofria com a irregularidade e terminava depositando o lixo doméstico de qualquer maneira. Era a época das "lixeiras viciadas" e nem se podia pensar em reciclagem e aproveitamento econômico de resíduos.
          Pois criamos um sistema, fizemos campanhas educativas pelos órgãos de comunicação, a sociedade aderiu e Manaus se tornou uma cidade limpa. Havia lugares, por exemplo, onde a varrição de dava cinco vezes ao dia. Em outros, uma vez. Em outros ainda, três vezes por semana. Em alguns, duas vezes e, nos locais ainda não urbanizados, fazíamos mutirões quinzenais.
          Tive dois excelentes secretários de limpeza urbana: Ivanildo Cavalcante, verdadeiro trator humano, e Ailton Luiz Soares, atual secretário de Assuntos Fundiários do Estado, figura de raro senso estratégico e, ao mesmo tempo, muito operacional. Deram conta do recado.
          Mas eu dizia que em muitas cidades brasileiras, a coleta ainda é um problema. Em outras, que avançaram mais, a reciclagem eficiente faz com que o lixo vire solução e se transforme em riqueza, gerando empregos e possibilitando o florescimento de empresas bem armadas tecnologicamente.
          É esse caminho que temos de trilhar.

          *Diplomata escreve semanalmente para o blog
 

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