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AINDA A RIO+20

*ARTHUR VIRGÍLIO
         
Na grande conferência de cúpula, realizada no Rio De Janeiro em 1992, muitas diretrizes foram concertadas e bem poucas cumpridas na integridade. Basta dizer que, de lá para cá, a China se tornou o maior emissor mundial de carbono e os EUA continuaram sendo os maiores emissores per capita.

Os próprios países emergentes, a começar pelos Brics (Brasil, Rússia, China e, agora, também a África do Sul), que pouco emitiam no conjunto, passaram a poluir muito mais, como consequência do próprio crescimento econômico que experimentaram, nessas duas décadas.
         
Agora, com a Rio+20, temos oportunidade de ouro, dessas que se não pode desperdiçar. Espero sinceramente que ela não se perca em declarações vazias, meramente retóricas. Bem ao contrário, torço por medidas objetivas de reforço e aprofundamento do Protocolo de Kyoto, celebrado em 1997.
         
 Que os países ricos abram o bolso para financiar o enfrentamento, pelos países pobres, da questão (gravíssima!) climática. E que os ricos não pensem estar cumprindo uma desobriga que lhes permita continuar poluindo impune e irresponsavelmente. Que a Conferência aborde com lucidez, com acuidade, o mundo de 20 anos pós-Rio92. Que a sensibilidade e o realismo imperem, enfim.
         
Toda uma geração de líderes mundiais está na bifurcação entre o lugar de honra na História e a galeria cinzenta da mediocridade.

 *Diplomata escreve regularmente para este blog.

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