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Em carta, atirador de Realengo deixa instruções de enterro; corpos estão no IML


Por Estadão.com.br

 Na carta divulgada pela Polícia Civil, o atirador Wellington Menezes de Oliveira, que matou ao menos 11 crianças numa escola municipal em Realengo, na zona oeste do Rio, parece já saber que seu destino é a morte. Num trecho, ele deixa instruções sobre quem pode mexer em seu corpo e como ele deverá ser enterrado, além de pedir que orem por ele e que sua casa seja doada para alguma instituição que cuide de animais abandonados. Os corpos já foram encaminhados para o Instituto Médico-Legal (IML) da cidade.

Os corpos de nove vítimas do ataque à escola Tasso da Silveira e do atirador já estão no no IML. Mais dois corpos devem chegar nas próximas horas. A informação é do diretor de polícia técnica científica do Estado, Sérgio da Costa Henrique. As famílias de algumas das vítimas já chegaram ao local para fazer o reconhecimento dos corpos e a expectativa é de todos sejam liberados até o final do dia.
Segundo Henrique, a maioria dos disparos foi feito no tórax e na cabeça. Mas também houve disparos à queima roupa. 'É um trabalho complicado, pois é difícil para pais e mães perderam crianças que estavam no seu auge, estudando'. O diretor acrescentou que toda a equipe do IML foi reforçada para agilizar o reconhecimento. 'Primeiro fazemos as fotos dos corpos para agilizar mas depois da necropsia as famílias vão reconhecer os corpos diretamente.'

Abalada, Ana Paula Sampaio de Oliveira, tia de Karine, de 14 anos, uma das vítimas, contou que ficou sabendo do ataque pelo irmão. Segundo ela, a família tentou ligar para o celular da menina, que estava na oitava série e morava com a avó, mas as ligações não eram atendidas. Ela disse ainda que mais tarde um colega encontrou o aparelho e contou que a menina havia deixado cair ao morrer. 'Karine começou a fazer atletismo há pouco tempo na escola militar de Sulacap. Estava muito feliz e agora aconteceu isso.'

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