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Artesãos paraenses fazem brinquedos com folha da palmeira buriti

Abaetetuba

Globo Amazônia, Globo Rural

As folhas do buriti, ou miriti, como também é chamado, são a matéria-prima de artesãos do Pará na fabricação de brinquedos. Coloridos e divertidos, eles ajudam a melhorar a renda de milhares de famílias. Abaetetuba fica a cerca de duas horas de barco ou 50 minutos de carro de Belém. O meio de transporte mais utilizado são as rabetas, pequenos barcos motorizados. A extração e o processamento do miriti é uma das principais economias do município. A árvore buriti é encontrada por toda a floresta amazônica. Na hora do corte, é preciso tomar alguns cuidados e também não se pode retirar todos os galhos. Folhas cortadas, é só levar para o barco.

Na casa do artesão Miquié Santos, ele descasca os galhos um por um e tira todas as fitas. O processo de secagem do material demora até dois dias. As fitas secas são levadas para dentro de um pequeno barracão. Miquié trança tudo, trabalho que requer bastante atenção. O miriti seco é levado para a cidade e distribuído para os artesãos.

Antigamente, as crianças não tinham com o que brincar, e por isso elas começaram a fazer os próprios brinquedos. Eram barquinhos simples, que garantiam a alegria nas enxurradas e nos dias de chuva. As pessoas passaram a ver que uma simples brincadeira poderia se transformar em um negócio lucrativo. Os barcos ficaram, então, mais sofisticados. A natureza passou a inspirar esses artesãos.

Hoje, fazem araras, cobras, entre vários outros tipos de aves, algumas, até mesmo, que brincam com a gravidade. Em Abaetetuba, existem mais de 800 famílias que vivem dos brinquedos de miriti. Por isso, foi preciso construir um barracão para expor os produtos. Não é à toa que a cidade é considerada a capital do miriti. Cada artesão recebe de R$ 300 a R$ 400 por mês com a venda dos brinquedos de miriti.



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