Artigo
A violência é o principal problema urbano da atualidade e funciona como um ciclo: começa pela falta de políticas sociais de proteção das crianças, dos adolescentes e dos jovens e termina num sistema prisional superlotado e desumano, passando por assaltos, sequestros, assassinatos e tráfico de drogas e por uma polícia mau treinada, mau remuerada e sem condições materiais e técnicas de bem executar a prevenção e a repressão ao crime.
A falência do sistema prinsional e o preconceito contra ex-detentos são, sem sombra de dúvidas, características importantes desse ciclo de violência urbana.
Com o objetivo de oferecer contribuições para a superação desses desafios e por força de um projeto que visa instalar um telecentro dentro da penitenciária, ontem fiz uma visita aos raios do sistema fechado do Compaj, local onde ficam os presos condenados e que sempre foi relacionado a violência, fugas e rebeliões.
Não há como negar uma certa tensão ao adentrar aos raios sem segurança ostensiva. No entanto, para minha surpresa, o medo rapidamente foi substituido pela força do olhar de esperança de muitos daqueles presos e de exemplos de persistência e dedicação que lá encontrei.
Lá encontrei o Carlos que, dentro da cadeia, escreveu um livro contando a sua história no cárcere e sonha com a sua publicação. Lá encontrei o Waldinei que na sua simplicidade afirmou que as pessoas dentro da cadeia o tratam com mais dignidade que as de for a. Lá encontrei o Cajageiras que, depois de muitas fugas, resolveu por amor aos seus 2 filhos, pagar a sua pena e hoje trabalha fazendo artesanato. Lá reencontrei e abracei fraternalmente meu amigo Jorge, homem culto, que trabalha incansavelmente na sua cela traduzindo textos científicos em inglês para pesquisadores.
São homens que pagam pelos crimes que cometeram, mas que são maiores que esses crimes! São homens que merecem o respeito da sociedade! São homens que merecem um emprego como voto de confiança para que possam dignamente sustentar suas famílias.
Eu que sempre sou muito duro em meus artigos, quero declarar meu respeito e meus cumprimentos à Léia, dedicada servidora da Sejus, à Salete, empresária que ousou criar uma fábrica de sacolas dentro da unidade, ao Araújo, Diretor do Compaj, que com sua conduta mudou a cara e a alma da unidade, e a toda a equipe pelo esforço de humanização do Compaj.
Quero concluir falando a cada um dos presos que lá não vi crimes, vi homens que por trás de si têm famílias, sonhos e que merecem uma chance. Que Deus dê sabedoria a todos vocês para que paguem as suas penas e voltem as suas famílias como homens de bem. Que cada um de vocês seja um raio de esperança…
Ps. Prefeito! Pague os bolsistas que trabalham no Programa Bolsa Família!
Marcelo Ramos é advogado e vereador pelo PSB. www.vereadormarceloramos.com.br
A violência é o principal problema urbano da atualidade e funciona como um ciclo: começa pela falta de políticas sociais de proteção das crianças, dos adolescentes e dos jovens e termina num sistema prisional superlotado e desumano, passando por assaltos, sequestros, assassinatos e tráfico de drogas e por uma polícia mau treinada, mau remuerada e sem condições materiais e técnicas de bem executar a prevenção e a repressão ao crime.
A falência do sistema prinsional e o preconceito contra ex-detentos são, sem sombra de dúvidas, características importantes desse ciclo de violência urbana.
Com o objetivo de oferecer contribuições para a superação desses desafios e por força de um projeto que visa instalar um telecentro dentro da penitenciária, ontem fiz uma visita aos raios do sistema fechado do Compaj, local onde ficam os presos condenados e que sempre foi relacionado a violência, fugas e rebeliões.
Não há como negar uma certa tensão ao adentrar aos raios sem segurança ostensiva. No entanto, para minha surpresa, o medo rapidamente foi substituido pela força do olhar de esperança de muitos daqueles presos e de exemplos de persistência e dedicação que lá encontrei.
Lá encontrei o Carlos que, dentro da cadeia, escreveu um livro contando a sua história no cárcere e sonha com a sua publicação. Lá encontrei o Waldinei que na sua simplicidade afirmou que as pessoas dentro da cadeia o tratam com mais dignidade que as de for a. Lá encontrei o Cajageiras que, depois de muitas fugas, resolveu por amor aos seus 2 filhos, pagar a sua pena e hoje trabalha fazendo artesanato. Lá reencontrei e abracei fraternalmente meu amigo Jorge, homem culto, que trabalha incansavelmente na sua cela traduzindo textos científicos em inglês para pesquisadores.
São homens que pagam pelos crimes que cometeram, mas que são maiores que esses crimes! São homens que merecem o respeito da sociedade! São homens que merecem um emprego como voto de confiança para que possam dignamente sustentar suas famílias.
Eu que sempre sou muito duro em meus artigos, quero declarar meu respeito e meus cumprimentos à Léia, dedicada servidora da Sejus, à Salete, empresária que ousou criar uma fábrica de sacolas dentro da unidade, ao Araújo, Diretor do Compaj, que com sua conduta mudou a cara e a alma da unidade, e a toda a equipe pelo esforço de humanização do Compaj.
Quero concluir falando a cada um dos presos que lá não vi crimes, vi homens que por trás de si têm famílias, sonhos e que merecem uma chance. Que Deus dê sabedoria a todos vocês para que paguem as suas penas e voltem as suas famílias como homens de bem. Que cada um de vocês seja um raio de esperança…
Ps. Prefeito! Pague os bolsistas que trabalham no Programa Bolsa Família!
Marcelo Ramos é advogado e vereador pelo PSB. www.vereadormarceloramos.com.br
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