Aruana Brianezi
COMANDATUBA (BA) – Se quiser manter a condição de sede da Copa
do Mundo de 2014, Manaus tem que demolir o estádio Vivaldo Lima e construir, em
seu lugar, a arena multiuso da Amazônia. A afirmação foi feita na última
sexta-feira pelo ministro dos Esportes, Orlando Silva, durante o IX Fórum
Empresarial Comandatuba, promovido pelo LIDE.
“Não há flexibilidade na questão dos projetos de estádios que
receberam a chancela da Fifa. O que vale é o que foi avaliado e aprovado pela
entidade. Não há mais como mudar”, disse o ministro quando questionado sobre a
recente polêmica em torno do reaproveitamento de parte da estrutura do estádio
Vivaldão.
A regra, no entanto, não vale para projetos de mobilidade
urbana, que ainda podem ser alterados desde que não se mexa no resultado final:
transportar os turistas e torcedores com eficiência e segurança. “Para a Fifa,
não interessa se o projeto era de um trem e virou ônibus articulado. O que
importa é que a cidade sede seja capaz de oferecer transporte público de
qualidade”, explicou.
O ministro ressaltou, ainda, que o Governo Federal não tem mais
nenhum papel a cumprir em relação aos estádios da Copa – pois já fez “sua parte”
ao estabelecer linhas de financiamento (O BNDES, por exemplo, disponibilizou
R$ 400 milhões) para ajudar os Estados que não conseguiriam, de outra forma,
viabilizar os planos “carimbados” pela Fifa: “Claro que a possibilidade de
exclusão de uma cidade sempre existe, mas não trabalho com esse cenário.
Acredito que os Estados serão capazes de resolver seus gargalos a tempo, sejam
eles relacionados aos estádios ou questões estruturais”.
Só a Fifa, ainda segundo Orlando Silva, poderá alterar o prazo
limite para início das obras, que hoje está fixado em 03 de maio. Mas o ministro
ponderou que, nos casos em que possíveis atrasos sejam causados por ações de
órgãos legitimamente credenciados para defender a legislação brasileira, como o
Ministério Público, a entidade terá que aceitar. “A Fifa vai ter que entender
que o Brasil tem leis”, afirmou.
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