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Fim do pesadelo

Monica Prestes ACRÍTICA

Após passar cerca de 50 horas como refém do ex-companheiro Dortel de Almeida Carneiro, 22, período em que foi mantida em cárcere privado e ameaçada de morte, Thatiana Silva dos Reis, 22, foi libertada às 19h50 de sábado.
O filho do casal, de um ano e oito meses, também foi feito refém pelo pai, ao lado de Thatiana, em um quarto da casa do avô paterno, no beco Severino Vieira, bairro São Francisco, Zona Sul. Ele foi liberado em troca de comida e um copo de água, pelo buraco do ar condicionado do quarto, às 12h30, após mais de 43 horas.
Após liberar o filho e a ex-mulher - que foi agredida e teve o pescoço e a mão direita cortados superficialmente, durante os mais de dois dias de cativeiro -, Dortel se entregou e foi preso.
A tática usada pelo negociador da Polícia Militar (PM), o major Amadeu Soares, foi vencer Dortel pelo cansaço. No início das negociações, na sexta-feira, quando o crime foi comunicado à polícia pela irmã de Thatiana, Fabiana Reis, 23, a PM cortou a energia elétrica da casa e passou a controlar a comida que era servida aos três.
Com o passar das horas, o forte calor, a pressão feita por policiais e familiares, e a fome fizeram com que Dortel, que nas primeiras horas ameaçou matar os dois reféns e depois se suicidar com uma pistola, fosse cedendo às exigências feitas pela polícia e liberasse Douglas e Thathiana em troca de comida, bebida e energia elétrica.
Fabiana contou que Dortel atraiu a ex-mulher para o Terminal 3, na Cidade Nova, zona Norte, na tarde de quinta-feira (11), dizendo que estava com saudades do filho e que iria entregar R$ 100 da pensão de Douglas. “Quando minha irmã chegou lá, ele colocou uma faca na cintura dela e a obrigou a ir com ele”.
De acordo com ela, Thatiana contou ter chorado dentro do ônibus a caminho do São Francisco, mas ao chegar na casa do pai de Dortel, o vigilante João Durval Carneiro, 51, ninguém percebeu que ela estava sendo ameaçada pelo ex-marido. “O pai dele ainda perguntou o que ela estava fazendo lá, mas o Dortel não deixou ela dizer nada. Naquela noite, ninguém conseguiu falar com ela e eles dormiram lá”, disse.
Preocupada, Fabiana disse ter telefonado para a irmã na sexta-feira de manhã, mas sob ameaça de Dortel, ela não disse onde estava. “À tarde liguei de novo e ela me disse onde estava, então chamei a polícia”.
Para Fabiana, Dortel teve medo de ser preso. “Eu liguei e ele atendeu e disse que ia matar a minhã irmã, o filho deles e, depois, se matar”, lembrou.



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