Numa demonstração clara de que
abandonou a idéia de compor com Amazonino - numa eventual queda de braço com
Alfredo - o governador Eduardo Braga empunhou seu estilingue e acertou o
cocuruto do prefeito de Manaus, o atabalhoado Negão. E pra não perder a viagem,
já que estava em Manacapuru para entregar implementos agrícolas e títulos de
propriedade de terra, disparou alguns petardos no pé do cachaço do ex-prefeito
do lugar e atual deputado do PV, Ângelus Filgueiras. Ao Negão, acusou de ter
sido três vezes governador de “tapinhas nas costas” e Ângelus de ganhar dinheiro
no município e aplicar recurso em outro lugar, numa clara referência aos
rebanhos Nelore de Uberaba, Minas Gerais. “Eu e o vice-governador, Omar Aziz,
fomos procurados por poderosos que já foram 'três vezes prefeito e três vezes
governador' para fazer acordos espúrios para a campanha eleitoral... o que eles
querem é só uma coisa. Fazer acordo para engordar as contas deles em outros
lugares. É isso que eles querem. E com isso eu não concordo e nessa canoa não
embarco”.
Curica
cortada
As referências a encontros recentes
não poderiam ser mais claras. Braga entregou a rapadura de conversas que
começaram - no caso de Amazonino – bem antes de Copenhague, Conferência da ONU
sobre Clima, onde os dois estiveram juntos no mês de dezembro último e de onde
retornaram no mesmo avião, com mais de 13 horas de blá-blá-blá. Teve ainda o
encontro em São
Paulo , com os Irmãos Metralha, Gilberto Miranda e Egberto
Baptista, a direção da Cigás e o anúncio da simpatia de Fernando Collor do PTB e
José Sarney pelo PMDB à causa de recondução do Negão à posse da chave do cofre.
Com a arrecadação do estado nas alturas, o que não falta é acordo, manobra,
promessa e apadrinhamento a todo instante e momento, mana!
Entregando a
rapadura
Pra não ficar por baixo, nem
barato, cutucou o ex-prefeito e deputado Ângelus Filgueiras. “Tem muito
poderoso que vem aqui e dá uma de valente em praça pública e lá em Manaus fica
procurando o Omar e a mim para fazer acordo em gabinete. Eu não faço
acordo em gabinete”. Assim procedendo, Eduardo deu o troco na recente querela
judicial em que ângelus o acusou de acordo espúrio com o desembargador Ari
Moutinho para lhe usurpar a cadeira de prefeito de Manacapuru, onde foi
prefeito em três mandatos (de 1988 a 1992, de 1996 a 2000, e de 2001 ao
início de 2004). O mesmo número de vezes que Amazonino governou o Estado (de
1987 a
1990, de 1995
a 1998, e de 1999 a 2002). A guerra está declarada e
dificilmente a composição com o Negão virá à tona.
Manacapuru, a Princesinha da
discórdia
O pega prá capar foi escolhido a
dedo. É o segundo maior colégio eleitoral do interior do Amazonas, com 55.395
eleitores e um dos redutos históricos de Amazonino, que já chegou a radicalizar
e escolher a cidade como palco das comemorações da campanha de 1998, para o
terceiro mandato, quando ganhou de Braga – sabe Deus como – por uma margem
ridícula de votos. Na ocasião, Braga chegou a dar entrevistas como candidato
vitorioso sem saber que malas pretas de sedução foram espalhadas por esse
beiradão sem fim para consagrar o Mau Menino. Por isso, cutucar Amazonino em
Manacapuru tem valor simbólico. Negão mandou dizer que não vai rebater as
pedradas e dá mostras de que o caldo engrossou. Ele não esperava que as
pesquisas de Eduardo o colocassem a rabiola das intenções e, suprema ironia,
Serafim em primeiro lugar.
bocão filho da mãe
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