Informatica


Deputado fala à imprensa de Manaus

Fonte: Portal Amazônia

O deputado estadual Wallace Souza deu novas explicações a imprensa local. O parlamentar concedeu entrevistas a emissoras de televisão, na tarde de hoje (14), para tentar se defender das acusações de comandar uma organização criminosa em Manaus. Na última semana, o "Caso Wallace" foi destaque na mídia internacional com a publicação de matérias em vários jornais e emissoras da Argentina, França, Estados Unidos e Alemanha.

O parlamentar é acusado de ser o mandante de assassinatos para aumentar a audiência de seu programa de TV e se livrar de criminosos rivais. Durante entrevista para o Jornal do Amazonas, da TV Amazonas, Wallace criticou o trabalho da força-tarefa do Ministério Público, composta pelos promotores Ronaldo Andrade, Fábio Monteiro e Alberto Nascimento. Durante a entrevista, o deputado também apresenta documentos que segundo ele, podem ajudar a comprovar sua inocência.

Confira, na íntegra, a entrevista da TV Amazonas:

TV Amazonas: De onde surgiu a idéia de que o senhor mandava matar e depois veiculava as mortes no seu programa?

Wallace Souza: Esse é um dos maiores absurdos que eu já ouvi na minha vida. Depois de ser deputado, que necessidade eu teria de matar pessoas para aumentar a audiência do meu programa? Eu tenho aqui o levantamento das denúncias que nós recebíamos no site do programa. Em seis meses, nós recebemos mais de 900 mil visitas com informações. Aqui eu tenho apuração sobre supostos crimes envolvendo policiais militares. Como que alguém que entrevistou todos os xerifes para saber como entrava droga, como saia droga, como facilitavam fulgas, a participação de alguns policiais com esses presos da cadeia. Como é que alguém que sempre combateu o crime estaria associado a ele?

TV Amazonas: Entre essas pessoas que o senhor denunciou no passado, algumas delas hoje estão neste caso contra o senhor?

Wallace Souza: Tentaram coagir e pressionar um dos xerifes, e eu prefiro nem dizer o nome dele, porque talvez esse rapaz até morra na cadeia e seja pressionado ainda mais. Fizeram um absurdo com ele, queriam forçar que esse rapaz dissesse que era meu pistoleiro ou que tivesse algum envolvimento comigo ou com meu filho. Ele negou veementemente, e lá no futuro eu vou mostrar documentos e gravações para provar que, no fundo, isso é uma "vendeta". Hoje eu até começo a acreditar, por terem alguns comissários trabalhando na inteligência da secretaria de segurança estejam promovendo essa situação contra mim. São as pessoas mais interessadas, hoje, em tentar me destruir politicamente por causa da Adim que eu promovi contra elas. Eles ainda estão propondo a delação premiada. Qual o bandido que não vai querer usufruir de uma delação premiada para sair da cadeia e falar alguma coisa contra mim? É isso que quero avisar as pessoas, avisar aos desembargadores, aos deputados da Assembleia, o absurdo que eles estão fazendo para tentar me incriminar nessa suposta organização criminosa. Eles ainda fizeram 64 mandados de busca e apreensão na casa de pessoas que trabalhavam comigo e não pegaram um centavo de dinheiro, não pegaram um grama de droga. Eles apreenderam no meu cofre o que eu vinha guardando há onze anos. Eram R$243 mil, guardados há onze anos de trabalho suado porque eu tenho um lastro anual de salário na Assembleia acima de 500 mil reais e eu poderia, portanto, guardar um pouco desse dinheiro para cuidar da minha saúde.

TV Amazonas: O que ficou comprovado no exame de balística do “Caçula”?

Wallace Souza: A força-tarefa diz que foi o meu filho e o “pequeno’, os autores da morte do caçula e que a arma usada seria uma 380 . O “Moa” no depoimento dele, diz que a 380 é dele e a ponto40 é do Rafael . O exame de balística diz que não há nenhuma ligação do projétil encontrado no cadáver com relação a arma apreendida. Esses projéteis não partiram da arma 380 que eles diziam ser do Rafael, mas que o próprio Moacir disse que era dele. Então é mais uma mentira. A população vai entender que isso não passa de um complô para destruir minha carreira política.

TV Amazonas: Para o senhor, o que é a força-tarefa? O que existe por trás dessa força-tarefa?

Wallace Souza: Apesar de conhecer e saber de alguns interesses, eu não quero ir pra mesma lama que algumas pessoas estão tentando me colocar, já que isso seria leviano, citar nomes, mas eu combati muito o salário vitalício do secretário de inteligência. Eu sou policial civil de carreira e não fui expulso da Polícia como. Eu estou absolvido pela Justiça em 1º Grau. Esse recurso vai partir para 2º Grau e se Deus quiser, vai ser mantido a sentença, vou ganhar e vou retornar. Eu como policial ia muito pra rua, me expondo, correndo risco(...)Por que somente o secretário de inteligência tem um salário vitalício ? Será que é só ele que corre risco em combater bandido? Qualquer policial corre risco e muito mais do que ele, porque ele é apenas secretário de inteligência. O policial deveria ter um seguro de vida apropriado. Isso talvez tenha gerado uma insatisfação em relação ao próprio secretário de segurança, que disse na entrevista dada ao “Fantástico”que eu simplesmente queria tomar o poder. E eu vou fazer um requerimento aqui na Assembleia para que ele compareça para explicar que poder esse que eu estou querendo tomar. Eu sou da base do governador, sempre apoiei as atividades do governador. Nunca tive pretensão nenhuma de ser governador do estado, de ser prefeito, agora nunca escondi a minha vontade de um dia assumir a segurança pública da minha cidade. Aí ele diz que eu queria tomar o poder e por isso existiria essa organização criminosa. Isso é um pensamento tão pequeno que demonstra a questão pessoal do secretário contra mim.

TV Amazonas: O senhor disse que não gostaria de citar alguns nomes. O senhor se considera um arquivo vivo? O senhor não cita esses nomes por ter medo de algo?

Wallace Souza: Com certeza, não tenho mais seguranças, apesar de ser vítima de muitas ameaças. Esse é o motivo mesmo. Se eu disser nomes agora eu tenho certeza que pretendam fazer alguma coisa contra mim. Então eu prefiro aguardar. Não é nem uma resposta fora do alcance do inquérito. Eu vou responder essas maldades que estão fazendo contra mim no inquérito. Eu tinha a maior segurança na força-tarefa, mas já aconteceram fatos a arrepio da lei que o Ministério Público deveria de imediato coibir. A própria esposa do “Moa” denunciou que ele havia sido torturado para confessar o que ele disse contra mim. Lá no Ipat, na presença do promotor Ronaldo Andrade, do promotor Alberto Nascimento e de deputados, ele disse que havia sido torturado. Não foi aberto um ato administrativo para apurar se era mentira ou verdade. Cadê a presunção da inocência? Vale o que o Moa diz, que eu sou bandido? Mas não vale apurar o que ele denunciou sobre a tortura? Não vale apurar o que eu disse? Há umas incoerências que deverão ser criteriosamente investigadas e acima de tudo analisadas pelos deputados e pela própria sociedade. De agora em diante eu vou começar a falar. Eles não têm nenhuma prova técnica e material contra mim nem contra meu filho. Portanto, é preciso que eles apresentem isso para denunciar que eu sou bandido. Se existe um homicídio, é preciso ter a materialidade: um projétil, uma testemunha visual, o laudo de balística e se não saiu nada disso, cadê a prova?

TV Amazonas: Sobre a lista de funcionários exibidas na TV, o senhor disse que já havia demitido aquelas pessoas e que não havia necessidade de mostrar como se elas tivessem sido admitidas?

Wallace Souza: Quando surgiu a súmula do STF contra o nepotismo, imediatamente eu demiti todos. Quando a matéria com as informações da lista surgiu, todos eles já estavam demitidos. Me senti um pouco magoado em relação a ausência de uma investigação mais precisa. Por que não procurar a relação de funcionários lotados atualmente no meu gabinete?

TV Amazonas: O que o senhor espera a respeito do andamento das investigações e o que o senhor ainda pretende falar sobre esse caso?

Wallace Souza: Todas as testemunhas que estão contra mim, ou elas têm algo que desabone a conduta delas a respeito da vida pregressa: passagem em Polícia, crimes dolosos, ou outras simplesmente foram beneficiadas pela delação premiada. Eu quero alertar a população que ninguém se transforma bandido de um dia para o outro. Eu nunca fui corrupto, nunca estive envolvido em crimes. De repente, somente na administração desse secretário de segurança, ele começa a me transformar em um marginal. Isso não vai acontecer porque eu sou um cidadão de bem. Não acreditem somente no que a força-tarefa e o que a Polícia dizem. Acreditem naquilo que vocês já viram, no meu passado. O que eles estão fazendo é assinar minha sentença de morte. Eles estão querendo forçar a Assembleia Legislativa a me cassar, querem inverter os valores, mexendo com a opinião pública nacional e até internacional. Ir para o sistema penitenciário, seria assinar minha sentença de morte.







Comentários

  1. Tem que cassar esse parlamentar, agora, será se ele vai devolver o dinheiro que seus colaboradores recebniam para participar de seu mentiroso programa canal livre.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Seja bem vindo
que você achou?
Meta o dedo
Deixe seu comentário